quarta-feira, 13 de maio de 2009

Irritado com Jobim, Jucá ameaça apresentar proposta para mudar Ministério da Defesa

Irritado com as demissões de apadrinhados políticos na Infraero, que foram avalizadas pelo ministro Nelson Jobim (Defesa), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ameaçou ontem apresentar uma proposta para reestruturar a pasta. Ele defendeu que o cargo de ministro da Defesa seja ocupada por um militar --da ativa ou da reserva. Jucá é civil.
"Se depender de mim, o ministro fica até aprovar a PEC [proposta de emenda constitucional] que estabelece que o ministro da Defesa deve ser [militar] da ativa ou da reserva para entender de Defesa", disse Jucá ontem. O peemedebista --que teve um irmão e uma cunhada demitidos na Infraero-- negou ter pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a readmissão dos parentes. Jucá reclamou da forma como as demissões foram feitas. "Disseram que a demissão era porque a empresa ia se livrar de nomeações políticas. Disse ao ministro Múcio [Monteiro, Relações Institucionais] que essa não era a forma correta de demitir ninguém." O senador classificou de "falta de cortesia e de educação" a forma como o seu irmão foi desligado da estatal. Na opinião do líder, se o Ministério da Defesa deseja reestruturar os servidores da Infraero, deve realizar concurso público sem "panelinhas" na estatal. Jucá cobrou ainda que Jobim diga publicamente o nome dos servidores que "sujam" a imagem da Infraero. "O ministro Jobim, se tiver algo errado na empresa, ele tem a obrigação de dizer quem é. Dizer que estão sujando a Infraero sem dizer quem é [que suja] é leviandade. É uma injustiça com o meu irmão", afirmou.
Jobim ameaçou deixar o cargo se o Palácio do Planalto revertesse o plano de demissões instalado na Infraero. Em abril, por decisão dos representantes da União, a assembleia geral da empresa reduziu de cerca de 150 para 12 os cargos ocupados por pessoas sem concurso. A lista de cortes incluiu Oscar Jucá, irmão do líder do governo no Senado, e Taciana --mulher de Oscar.

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