segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Barusco, ex-gerente da Petrobras diz que recebeu US$ 22 milhões da SBM Offshore para fechar negócio com a estatal.



O ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco confessou ter recebido US$ 22 milhões em propina da empresa holandesa SBM Offshore, que aluga navios-plataforma. Segundo o jornal O Globo, Barusco também admitiu, em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, que recebeu cerca de US$ 100 milhões em propina para fechar negócios entre grandes empresas com a estatal desde 1996, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
No acordo que fez para delatar o esquema, o ex-gerente se comprometeu a entregar aos cofres públicos todo esse valor, algo em torno de R$ 253 milhões, considerado o maior volume de dinheiro a ser devolvido a partir de uma investigação criminal no país, mostra a reportagem de Jailton de Carvalho. Barusco contou que conseguiu acumular fortuna maior do que outros diretores envolvidos no esquema porque recebeu propina por quase duas décadas – mais tempo que seus colegas.
O ex-gerente se aposentou na Petrobras em 2010 e atuou, em seguida, como diretor de Operações da Sete Brasil, empresa que tem contrato de US$ 80 bilhões com a estatal. Na Petrobras, ele era o braço direito do ex-diretor de Serviços Renato Duque, apontado pelos investigadores como principal operador do PT no esquema.
A suspeita de pagamento de propina para o aluguel de navios-plataforma foi o primeiro item a embasar o pedido de instalação da CPI mista da Petrobras. A denúncia foi feita por um ex-funcionário da empresa holandesa SBM Offshore ao Ministério Público da Holanda. Ele afirma que a SBM pagou o equivalente a cerca de R$ 280 milhões em propina para fechar negócios relacionados ao aluguel de navios-plataforma.
Segundo o ex-funcionário da empresa holandesa, a SBM Offshore pagou US$ 139 milhões para funcionários da Petrobras e intermediários entre 2005 e 2011. Em troca, os holandeses cobravam o fechamento de contratos com a estatal brasileira. De acordo com a denúncia, a propina equivalia a 3% dos valores dos contratos e era dividida da seguinte maneira: 1% ia para o representante comercial da SBM no Brasil e 2% para funcionários da Petrobras.
* Congresso em Foco, via O Globo.

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