quarta-feira, 25 de junho de 2014

Petrobras pagará R$ 15 bi por direito de explorar pré-sal sem licitação.

A decisão do governo federal de contratar sem licitação a Petrobras para explorar o óleo excedente em quatro áreas da chamada cessão onerosa, no pré-sal, deve levar a estatal a gastar R$ 15 bilhões em bônus e antecipações, de acordo com fato relevante divulgado pela empresa.
A cessão onerosa foi assinada com a Petrobras em 2010, no processo de capitalização da companhia, e garantiu a ela o direito a explorar 5 bilhões de barris nos campos de Búzios (antigo campo de Franco), Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi.
A exploração será pelo sistema de partilha, por meio do qual a União recebe parte do óleo lucro, mesmo sistema assinado no contrato de campo de Libra, no RJ.
Pagamento
A companhia informou em fato relevante que deverá antecipar o pagamento de parte das receitas com o excedente em óleo, num total de R$ 13 bilhões. Deste total, R$ 2 bilhões serão desembolsados em 2015, R$ 3 bilhões em 2016, R$ 4 bilhões em 2017 e R$ 4 bilhões em 2018.

Além disso, a Petrobras pagará ainda em 2014, R$ 2 bilhões como bônus de assinatura do acordo.
A decisão foi tomada em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), com a participação da presidente Dilma Rousseff.
Ações
As ações da Petrobras fecharam em queda após o anúncio do acordo. Os papéis preferenciais da companhia fecharam com perdas de 3,61%, enquanto o Índice Bovespa avançou 0,13%.

O Itaú BBA afirmou que a notícia "confirmou seus piores medos" e que não há forma de a Petrobras antecipar a produção do volume previsto no acordo a menos que adie outros projetos em seu portfólio. "Em outras palavras, a Petrobras vai pagar R$ 15 bilhões ao governo em cinco anos para barris que serão produzidos no longo prazo", afirmou o Itaú BBA em nota a clientes.
"A diretoria da Petrobras, em reuniões com o mercado, disse que não esperava nenhum impacto no caixa da empresa por conta dessa reavaliação de reservas. Parece que não será assim", afirmou a Elite Corretora, em nota.
* Via Reuters

Nenhum comentário: