quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ministro do Supremo autorizou grampo em telefone de secretário nacional do PT.

O ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo telefônico de um dos ramais da sede nacional do PT, em Brasília. Quem utiliza este ramal é Romênio Pereira, secretário de Assuntos Institucionais do partido e ex-vice presidente da sigla.
 Reprodução
Romênio Pereira, secretário nacional de Assuntos Institucionais e ex-vice presidente do PT: seus sigilos telefônico, fiscal e bancário foram quebrados pelo Supremo depois da acusação de facilitar contatos dentro do governo para um suposto esquema de desvio de dinheiro.
O ministro Peluso tomou a decisão em 18 de abril, a partir de um pedido formulado pelo procurador geral da República, Antonio Fernando Souza, no curso das investigações da Operação João-de-Barro, da Polícia Federal. A operação tinha como alvo um grupo suspeito de fraudar obras públicas em Minas Gerais. O número do PT caiu na malha da investigação depois de os agentes federais flagrarem contatos freqüentes entre o lobista mineiro João Carlos Carvalho, preso em junho acusado de integrar o esquema, e o secretário nacional de Assuntos Institucionais e ex-vice presidente do PT Romênio Pereira.
Até então, era o telefone de Carvalho que estava grampeado. Como o lobista e o dirigente petista se falavam com regularidade, o procurador-geral da República entendeu que seria útil quebrar também o sigilo do telefone utilizado por Romênio Pereira. Para ele, esse caminho poderia levar a novas informações sobre o funcionamento do suposto esquema de corrupção. Em sua decisão, a que ÉPOCA teve acesso com exclusividade, o ministro Peluso afirma: "foram, ademais, captados, nas interceptações, diálogos que comprovariam o envolvimento, no esquema, de Romênio Pereira, sob a suspeita de que atuaria politicamente para viabilizar, perante os Ministérios e outros órgãos federais, a rápida assinatura de convênios e a destinação dos recursos aos municípios...".
O assunto foi parar no STF porque há investigações em torno da participação de deputados federais, que têm foro privilegiado. Em 20 de junho, quando foi deflagrada a primeira fase da operação, os policiais apreenderam documentos em dois gabinetes do Congresso Nacional, utilizados pelos deputados Ademir Camilo (PDT-MG) e João Magalhães (PMDB-MG).
*Fonte: Revista Época

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