segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A bengala do PMDB

Do site do Sebastião Nery:
Quando acabou a Constituinte de 1946, senadores e deputados descobriram que haviam esquecido de fixar seus novos vencimentos para a proxima legislatura, que se iniciava automaticamente. O deputado Artur Negreiros Falcão, do PSD da Bahia, apresentou projeto regulamentando. Houve uma grita geral. A imprensa caiu em cima. A UDN, sempre fingindo de moralista, acusava o governo Dutra, liderado pelo PSD, de ser o dono do projeto. Acuado, Artur Negreiros recuou e retirou seu projeto. O baixo clero do Senado e da Camara, que sempre houve, não se conformou. Saiu atrás de um deputado que topasse enfrentar a onça e reapresentasse o projeto. Acharam. Mas ele alegou que iria desgastar-se muito e teria dificuldades para se reeleger em 50.Queria uma compensação. O PREÇO Prometeram-lhe um apartamento. Aceitou e reapresentou o projeto. Mas aos poucos a campanha da imprensa e da UDN, que disfarçava mas queria o aumento, arrefeceu. O apartamento passou para um automóvel. Aprovado afinal o projeto, não havia mais a promessa do automóvel. Agora era um terno. E nem ele. Na ultima hora, de consolação, deram-lhe uma bengala. Que ele teve que pagar porque não foi paga. O NEGOCIO A cara dos deputados Michel Temer e Henrique Eduardo Alves, presidente e líder do PMDB, saindo do palácio da Alvorada depois do jantar com Lula e Dilma, onde venderam por antecipação o apoio do PMDB na convenção do proximo ano, era o desolado retrato da falta de certeza de entregarem a mercadoria ou medo de serem passados para trás. Vão acabar ganhando uma bengala. Que ainda terão que pagar.

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