Vladimir Putin (o todo poderoso da Rússia ) desligou o gás da Europa, pegou seu presidente de estimação, Dimitri Medvedev, e foi esquiar. Para se ter uma ideia do que isso significou, imagine o boliviano Evo Morales e multiplique por mil. E dos 30 graus do verão brasileiro subtraia 40, até 50 – sem aquecimento nos países mais russo-dependentes, como a Romênia, onde o corte do gás no auge do inverno levou gente de volta à era do carvão ou da lenha. A briga do czar Putin é com a Ucrânia, por onde passam os gasodutos que esquentam a Europa, e envolve tanto interesses econômicos quanto um confronto político: a Rússia quer tripudiar sobre seu ex-estado vassalo e também aumentar o preço do gás que lhe vende dos atuais 179 dólares por tonelada cúbica (fora do mercado) para mais de 400 (fora da realidade, para os ucranianos). Não houve acordo. Depois de acusar o país vizinho de roubar o gás destinado a outros compradores europeus (só um "ajuste técnico", defendem-se os envolvidos), Putin baixou o diktat: mandou cortar a parte ucraniana do fornecimento, o que afetou irresponsavelmente outros países. Daí foi esfriar a cabeça na paisagem deslumbrante de Krasnaia Poliana, ou Clareira Vermelha, a estação de esqui dos russos ricos. Prometeu normalizar o abastecimento se a União Europeia mandar observadores para vigiar os ucranianos. Está assim para ser introduzida uma nova contribuição do país que já deu ao mundo o gulag, a nomenklatura e a intelligentsia: a gasocracia.
Fonte:Revista Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário