sábado, 29 de abril de 2017

Os segredos que Palocci vai revelar.

TERREMOTO
O que Palocci tem para contar deve provocar nova turbulência no País e no PT. (Crédito: ANDRE DUSEK/AE) 

O ex-ministro Antonio Palocci é um pote até aqui de mágoa. Na última semana, movido por esse sentimento que o consome desde setembro de 2016, quando foi preso em Curitiba, o homem forte dos governos Lula e Dilma deu o passo definitivo rumo à delação premiada: contratou o advogado Adriano Bretas, conhecido no mercado por ter atuado na defesa de outros alvos da Lava Jato que decidiram, como Palocci, romper o silêncio. Lhano no trato, embora dono de temperamento mercurial quando seus interesses são contrariados, o ex-ministro resolveu abrir o baú de confidências e detalhar aos procuradores todo arsenal de informações acumulado por ele durante as últimas duas décadas, em que guardou os segredos mais recônditos do poder e nutriu uma simbiótica relação com banqueiros e empresários. “Fiz favor para muita gente. Não vou para a forca sozinho”, desabafou Palocci a interlocutores. 

ISTOÉ conversou nos últimos dias com pelo menos três fontes que participaram das tratativas iniciais para a colaboração premiada e ouviram de Palocci o que ele está disposto a desnudar, caso o acordo seja sacramentado. Das conversas, foi possível extrair o roteiro de uma futura delação, qual seja: 

> Palocci confirmará que, sim, é mesmo o “Italiano” das planilhas da Odebrecht e detalhará o destino de mais de R$ 300 milhões recebidos da empreiteira em forma de propina, dos quais R$ 128 milhões são atribuídos a ele. 

> Contará como, quando e em quais circunstâncias movimentou os R$ 40 milhões de uma conta-propina destinada a atender as demandas de Lula. Atestará que, do total, R$ 13 milhões foram sacados em dinheiro vivo para o ex-presidente petista. Quem sacou o dinheiro e entregou para Lula foi um ex-assessor seu, o sociólogo Branislav Kontic. Palocci se compromete a detalhar como eram definidos os encontros de Kontic com Lula. Havia, por exemplo, uma senha, que apenas os três sabiam. 

> Dirá que parte da propina que irrigou essa conta foi resultado de um acerto celebrado entre ele e Lula durante a criação da Sete Brasil, no ano de 2010. O ex-presidente teria ficado com 50% da propina. Um total de R$ 51 milhões. 

> Está empenhado em revelar como foi o processo de obtenção dos R$ 50 milhões para a campanha de Dilma, num negócio fechado entre o PT e a Odebrecht, com a ajuda de Lula e do ex-ministro Guido Mantega. E mostrará como Dilma participou das negociatas e teve ciência do financiamento ilegal. 

> Afirmará que a consultoria Projeto foi usada também para recebimento de propinas. Indicará favorecidos. Comprometeu-se ainda a entregar o número de contas no exterior que foram movimentadas por esse esquema. 

> Pretende mostrar como empresas e instituições financeiras conseguiram uma série de benefícios dos governos petistas, como isenção ou redução de impostos, facilidades junto ao BNDES, renegociação de dívidas tributárias, etc. 

Palocci sabe que uma chave está em suas mãos. Com ela, pode abrir as fechaduras da cela onde está detido, no frio bairro de Santa Cândida, na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Para ajudar a desvendar o megaesquema de corrupção na Petrobras, a memória do ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma será colocada à prova. Ele tem informações que podem explicar como, a partir do início do governo do ex-presidente Lula, organizações criminosas foram montadas para sustentar politicamente o PT, o PMDB e o PP e mantê-los no poder. Tudo à base de propina, dizem os investigadores da Operação Lava Jato, que serviram também para enriquecimento pessoal.
Há interesse dos procuradores em saber em minúcias, se possível com documentos, dados sobre a gênese do que se convencionou chamar de Petrolão. Um investigador de Curitiba disse que Palocci terá de reunir dados novos e com “fundamentação” se quiser convencer a PF e a Procuradoria a endossar o acordo. Ele entende que o ex-ministro precisa apresentar provas ou, ao menos, indícios “consistentes” e tratar deles num depoimento “de peito aberto”. A julgar pelo cardápio apresentado até agora pelo ex-ministro, isso não será óbice. Segundo interlocutores que conversaram com Palocci nas últimas semanas, o ex-ministro não enxerga problema algum em assumir a clássica postura de delator. Sente-se amargurado. Abandonado por companheiros de outrora. Por isso está “bastante tranquilo” para assumir as consequências dos eventuais efeitos colaterais da colaboração premiada.
DELAÇÃO 
O novo advogado de Palocci, Adriano Bretas, iniciou conversas com o MPF para fechar o acordo de colaboração premiada (Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil) 

No início das negociações para a delação, o ex-ministro se propôs a fornecer informações detalhadas sobre os R$ 128 milhões da Odebrecht que teriam passado por ele. Embora tenha chamado a atenção, procuradores acharam pouco. Sustentaram que o que já foi reunido a esse respeito seria o suficiente para a elucidação dos fatos. E que as revelações não seriam tão bombásticas assim. Diante do impasse, foi deflagrada uma nova rodada de negociação, que culminou com a renúncia de José Roberto Batochio de sua equipe jurídica. Depois de procurar ao menos três escritórios de advocacia pouco antes da Páscoa, Palocci acertou com uma dupla de criminalistas já ambientada ao mundo daqueles que resolvem colaborar com a Justiça em troca de reduções das penas. Além de Bretas, foi contratado também o advogado Tracy Reinaldet dos Santos. 

Após a primeira etapa de conversas com o novo time de defensores, ficou definido que Palocci vai começar a abrir sua caixa de Pandora pelo escândalo da Sete Brasil, uma empresa criada em 2010 para construir as sondas (navios de exploração de petróleo) para a Petrobras. Além do capital da estatal, a Sete tinha dinheiro de bancos, como o BTG e de três fundos de estatais (Petros, Previ e Funcef). As seis primeiras sondas da empresa foram construídas pelo estaleiro Enseada Paraguaçu (com capital da Odebrecht, OAS e UTC). Cada sonda ao custo de US$ 800 milhões. As seis, portanto, estavam orçadas em US$ 4,8 bilhões (ou R$ 15,3 bilhões), embora a Sete Brasil estimasse um investimento de US$ 25 bilhões para construir 29 sondas até 2020. Na delação, Palocci pretende contar que o PT exigiu que a Sete Brasil e as empreiteiras do estaleiro Enseada Paraguaçu pagassem propinas de 1% do contrato de US$ 4,8 bilhões, ou seja, US$ 48 milhões (R$ 153 milhões). Desse total, dois terços, ou R$ 102 milhões, ficariam para o partido e um terço (R$ 51 milhões) para diretores da Petrobras. Sem medo de ser feliz, Palocci vai entregar que Lula exigiu metade das propinas. Não para o partido, nem para a companheirada, mas para ele, Lula. 

“Sapo barbudo”

O depoimento de Rogério Araujo, ex-executivo da Odebrecht que acabou de celebrar um acordo com a Procuradoria-Geral da República, fornece o caminho das pedras sobre a tentativa do PT de embolsar ilegalmente R$ 153 milhões desviados da Sete Brasil. Araujo disse que o PT exigiu que 1% do contrato das sondas da Sete Brasil, assinado em 2012, fosse fixado como propina. O valor havia sido pedido pelo “sapo barbudo”, numa referência a Lula. “O Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobras e dirigente da Sete Brasil), voltou para mim e falou: ‘Olha, esse 1%… vocês vão ser procurados por um interlocutor do PT, o sapo barbudo deu instrução. Ele me disse que 1% vai ser todo pago para o PT, porque não querem empresas estrangeiras pagando esses dois terços para o PT. Eles têm confiança na Odebrecht”, relatou Araújo na sua delação. A conversa de Araújo com Barusco aconteceu em 2012, depois da assinatura do contrato com o consórcio formado pela Odebrecht, OAS e UTC, além da japonesa Kawasaki. “A conversa foi no Rio. Normalmente eu almoçava com o Pedro Barusco. Só eu e ele”, asseverou Araújo, explicando que as seis sondas da Sete Brasil para a Petrobras custariam US$ 4,8 bilhões. Barusco disse, então, a Araújo que estava acertado que 1% das seis sondas era na proporção de um terço para a “casa” (dirigentes da Petrobras) e dois terços para o PT (R$ 102 milhões). Quem receberia essa propina seria o então tesoureiro João Vaccari, preso em Curitiba. É aí que Palocci entra em cena. O superior de Rogério Araújo, o executivo Marcio Farias disse que o ex-ministro Palocci havia lhe pedido uma reconsideração na propina da Sete Brasil. Ou seja, que os 100% de 1% fossem destinados para o PT, pois Lula entrou no negócio e estava pleiteando a metade do valor.

Como a operação precisava do aval do topo da hierarquia do esquema, Marcelo Odebrecht foi acionado. Ele, então, mandou chamar Palocci e disse que as comissões da Sete Brasil destinadas ao PT já estavam incluídas na conta corrente do partido no Setor de Operações Estruturadas, o “departamento de propina” da empresa, entre as quais a “Italiano” (Palocci), o “Pós-Itália” (Mantega) e o “Amigo” (Lula). Essa conta, que Palocci atestará que é mesmo dele, chegou a somar R$ 200 milhões em 2012. Se sua delação for aceita pelos procuradores, Palocci irá confirmar não só o encontro com Marcelo como os valores da propina repassada para Lula, dinheiro este derivado da Sete Brasil e que já estava contemplado na planilha da empreiteira – perfazendo um total de R$ 51 milhões.

ESTALEIRO DE ILEGALIDADES
Os contratos das sondas da Sete Brasil renderam US$ 48 milhões em propinas (Crédito:Eraldo Peres/AP Photo)

Como na exuberante movimentação bancária do ex-ministro entre 2010 e 2015, boa parte dos recursos depositados era oriunda de sua empresa, a Projeto, as consultorias de Palocci merecerão um capítulo à parte em sua delação. Os serviços contratados iam além dos conselhos. Muitas vezes, os serviços de consultoria nem eram prestados. Traduziam-se em lobby. Em português claro: tráfico de influência em favor de grandes empresas junto aos governos petistas. Na condição de interlocutor preferencial da banca e da meca do PIB nacional, Palocci teria negociado ajuda a várias empresas e bancos. Por isso, segundo seus interlocutores, ele promete contar os bastidores das concessões de benesses a grupos econômicos. 

Quem tem mais a perder, no entanto, é PT. E o próprio Lula. Não por acaso, o partido entrou em parafuso quando Palocci sinalizou que estava disposto a partir para a delação. Nos últimos dias, dirigentes do partido e emissários do ex-presidente foram escalados para ir a Curitiba, onde o ex-ministro está preso. Todos ainda acalentam o sonho de que Palocci volte atrás. A despeito de as ofertas serem muitas, e tentadoras, o ex-ministro já avisou: não pretende recuar. Prevendo um novo infortúnio, petistas que conviveram com Palocci no Congresso já têm até em mente uma daquelas narrativas espertas destinadas a desvincular Lula de todo e qualquer crime que tenha cometido com o testemunho e a cumplicidade metódica de Palocci. Eles mencionam um caráter supostamente “individualista” do ex-ministro, desde que debutou para a política em Ribeirão Preto. Claro, só os convertidos, e inocentes úteis, vão cair em mais essa catilinária. 
                   * Por Germano Oliveira e Eduardo Militão, na Revista IstoÉ 

Porque hoje é Sábado, uma linda mulher.

Minha bela amiga Katarina Azevedo

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Palocci contrata advogado para delação. Má notícia para o molusco.

Ex-ministro dos Governos Lula e Dilma, preso desde setembro na Operação Omertà, Antonio Palocci fecha acordo com Adriano Bretas, de Curitiba, que já atuou na defesa de outros alvos da Lava Jato que decidiram romper o silêncio para escapar da prisão; a informação foi revelada pelo site O Antagonista. (Foto: Reprodução )
O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil-Governos Lula e Dilma) decidiu contratar o escritório de advocacia Adriano Bretas, de Curitiba, para negociar delação premiada com o Ministério Público Federal. A informação foi revelada nesta quarta-feira, 26, pelo site O Antagonista. 

Preso desde setembro de 2016 na Operação Omertà – desdobramento da Lava Jato -, Palocci vinha sendo defendido pelo criminalista José Roberto Batochio. 

Veterano da advocacia, Batochio é conhecido por sua rígida posição contrária à delação premiada. Não há delatores entre seus clientes. 

Acuado, na iminência de ser condenado pelo juiz federal Sérgio Moro em ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-ministro parece mesmo disposto a fazer delação. 

Na semana passada, interrogado pelo juiz da Lava Jato, Palocci já acenou para essa possibilidade – ele disse que tem revelações a fazer, inclusive nomes, que podem levar a Lava Jato a trabalhar por ao menos mais um ano. 

No processo em que é réu, Palocci é apontado como o personagem ‘Italiano’, que consta da planilha de propinas da empreiteira Odebrecht. Os investigadores suspeitam que ele recebeu R$ 128 milhões da construtora e repassou parte da fortuna ao PT. 
                    *Com O Antagonista e O Estadão 

domingo, 23 de abril de 2017

O caldeirão da Odebrecht ferve e fede.

 Ex-ministra do STJ, Eliana Calmon, também está na Lista da Odebrecht.


A ex-ministra do STJ, Eliana Calmon, disse ao jornal Folha de S. Paulo que a Lava Jato também pegará o Judiciário.
Já pegou.
A própria Eliana Calmon foi citada na Lista da Odebrecht como beneficiária de R$ 300 mil, dinheiro usado na sua campanha para o Senado, 2014 (PSB), antes de ser nomeada ministra.
Claro que a ex-ministra não pegou o dinheiro diretamente. "Veio pelo Partido", avisou.
Por suposto.


Assim como as empresas "X", a Odebrecht também caminha para uma possível falência.


​​Esquecido no chão do Cárcere Eike Batista vive rezando para ver "Dom Lulone" preso.

E a estória se repete! O empresário, Eike Batista, no auge do governo petista tornou-se um dos homens mais ricos do mundo, mas de tanto ouvir as baboseiras de Lula e levá-lo em seus aviões, quebrou feio! Terminou na prisão com a cabeça raspada e comendo a gororoba da penitenciária.
Duvidando da praga, Emilio Odebrecht e seu filho Marcelo, também aceitaram a convivência fatídica com o ex- presidente “Lula Brahma” e, acreditando que iriam tomar conta do mundo usando a estratégia da corrupção, também se deram mal. Hoje, Marcelo está preso delatando "Deus e o mundo". Emílio, pai de Marcelo, amicíssimo do espertalhão e pé frio Lula da Silva, conhecido como “Amigo”, nas planilhas de propinas da Odebrecht, também está carregando na perna, uma tornozeleira e, desesperado, sem opção para salvar o filho, resolveu delatar quase toda a Republica apodrecida do Brasil.
Enquanto isso, o responsável por toda essa catástrofe por que passa o maior país da América do Sul, continua jurando inocência e dando a entender, que tudo o que vem sendo delatado a seu respeito, é muita mentira.
Hoje, segundo li na imprensa, um juiz norte-americano condenou a Odebrecht a pagar 2,6 bilhões de dólares em multas relacionadas ao escândalo gerado pela operação Lava Jato, assinando acordo entre a empresa e autoridades brasileiras, norte-americanas e suíças.
Os acordos com os Estados Unidos foram assinados porque parte do dinheiro da propina paga pela Odebrecht foi destinada a bancos norte-americanos e a projetos da empreiteira no país. Há, ainda, a suspeita do governo americano de que cidadãos ou empresas daquele país tenham cometido crimes em acordos com a Odebrecht.
No caso da Suíça, grande parte das propinas pagas no esquema de corrupção foi transferida e movimentada em bancos no país europeu.
Algumas destas propinas circularam por bancos dos EUA, disseram os promotores. A condenação desta segunda-feira veio enquanto a Odebrecht tenta negociar acordos com outros países, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana, Venezuela, Panamá e Portugal.
As acusações contra a Odebrecht são resultados de uma investigação de quase três anos no Brasil sobre corrupção na estatal Petrobras, que levou a dúzias de detenções e agitação política brasileira. Depois disso, a empresa nunca mais será a mesma.

*Via blog alfocunha