O pacote de medidas de es- tímulo ao setor de infra-estrutura deve movimentar um volume de recursos da ordem de R$ 200 bilhões em 2009. Pelo menos se forem consumadas as expectativas reveladas por ministros para representantes do setor. Ontem, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, revelou ao JB que, em recente conversa, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, confirmou que as novas medidas em estudo pela equipe econômica deverão resultar no que o próprio executivo classificou de "grande pacote" para fomentar os setores da construção civil e de infra-estrutura.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convidou representantes dos dois setores para discutir amanhã as medidas que serão implementadas no novo pacote, que deverá ser anunciado até o dia 20 deste mês. Além do próprio Simão, também foi convidado o presidente da Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, que espera novas desonerações tributárias para o setor. A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda disse que só hoje teria acesso à agenda de quarta-feira do ministro. O ministério confirma que o presidente Lula quer que as obras do PAC não parem.
- Essas seriam novas obras que seriam incorporadas ao PAC, além dos programas de habitação de interesse social disse Simão.
Pelo que sabe Simão, o pacote deve atender, além da construção civil e infra-estrutura, a indústria automotiva e agricultura. Sem arriscar valor para o novo pacote, Godoy disse que o governo deve anunciar novas desonerações tributárias para os investimentos no setor. De acordo com Godoy, o governo deve focar os investimentos nos dois setores geradores de emprego para compensar as perdas de investimentos privados na economia em 2009, em virtude da crise financeira internacional. Apenas a construção civil representa 45% dos investimentos diretos do país.
Encontro sigiloso
Não se sabe se Simão e Godoy serão recebidos no mesmo horário, mas o presidente da Câmara da Construção informou que se reunirá com o ministro às 16h. Godoy, ao contrário, preferiu não confirmar a hora.
Para Simão, os R$ 200 bilhões são suficiente para atender as obras a serem contempladas nas áreas de construção civil e infra-estrutura, principalmente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para o executivo, só devem ser contempladas as obras do PAC já com licenças ambientais, de modo a agilizar as execuções.
Simão acredita que, por ser de interesse social, o pacote de infra-estrutura e habitação deverá incluir medidas para incentivar a compra da casa própria com recursos da caderneta de poupança. Além disso, espera recursos não só para obras de siderurgia, mas também para mineração e crédito para as construtoras viabilizarem empreendimentos até junho deste ano. Assim, atenderia sobretudo a demanda de 2010 e 2011. Se não vier um investimento público forte para esses setores, o governo terá dificuldade de garantir o crescimento em tais setores defende Simão.
Fonte:Jornal do Brasil
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