sábado, 30 de março de 2013

Os gazeteiros do Congresso.

Foto: Agência Brasil/PSD
Com patrimônio declarado de R$ 240 milhões, o deputado João Lyra (PTB-AL) começou a legislatura como o parlamentar mais rico do Congresso, segundo declaração apresentada à Justiça eleitoral. Mas o usineiro alagoano terminou o seu segundo ano de mandato como um homem de negócios à beira da falência e o deputado mais ausente da Casa. João Lyra compareceu a apenas 29 (32%) das 91 sessões destinadas a votação em 2012.
No Senado, ninguém faltou mais que Jader Barbalho (PMDB-PA). O senador que só tomou posse em dezembro de 2011, após ser beneficiado com o adiamento da vigência da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2012, registrou presença em somente 69 (55%) das 126 sessões destinadas a votação ao longo de todo o ano. Os dados são de levantamento da Revista Congresso em Foco.

Ataque de marimbondos.


Por causa de um celular...


Porque hoje é Sábado, uma bela mulher.

A bela atriz Ana Furtado

sexta-feira, 29 de março de 2013

Privataria petista.

PRIVATARIA PETISTA - Documentos da Petrobras revelam os bastidores da venda de patrimônio no exterior – como a sociedade secreta na Argentina com um amigo da presidente Cristina Kirchner.
*Leia toda a matéria na 
Revista Época

Quando o povo brasileiro tinha vergonha.


Negro, pobre e gay...

...Se bem entendi, foram estas as palavras do boi tangido que foi preso na manifestação contra o deputado Marcos Feliciano.
Bem, após as leis das cotas, eu já nem sei direito quem é negro ou não, pobre e gay vá lá.
Mas o cidadão de estereótipo PTralha chamou o deputado de racista e conseguiu o que queria, tumultuar a sessão, ser preso e acusar a polícia legislativa de truculência.
Todo esse movimento contra Feliciano é jogo de cartas marcadas, estão usando o politicamente correto para abafar tumultuar e manter espaço na imprensa diariamente.Se o Feliciano sair é a mostra de que a democracia já era, pois uma minoria de 200 ou 300, se tanto, conseguiram calar os votos de mais de 200 mil que elegeram o polêmico deputado.
E os PTralhas sempre disseram que quando Genoíno foi eleito era a vontade soberana do povo, e por enquanto a soberania do povo está ganhando de goleada contra os manifestantes.
O duro mesmo foi ver uma parte dos artistas...os mesmos de sempre, fazendo coro aos bovinamente tangidos contrários ao Feliciano.
Mas, os artistas se preocupam tanto com o país e não dão um pio contra os bandidos que estão na CCJ e continuam deputados?
Eita país de hipócritas!!!

FORÇA FELICIANO!!!Sua manutenção nos direitos dusmanus é o contra ponto ao bandoleiramente corretos que usam os idiotas para desviarem as atenções.
Ahhh na minha visão, o manifestante preso deveria responder processo por falsidade ideológica. Pobre e gay...até pode ser mas, negro?

O dilmês não é português.

Dilma inflacao - Genildo 299313
Charge de Genildo para Charge Online
 
Explicando o "dilmês"
 
Fez bem a presidente Dilma Rousseff em explicar sua fala sobre discordar de “políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico”, pois o “dilmês” quase sempre mais confunde do que esclarece. Reafirmar, em nota, que “o combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente” do seu governo sinaliza ao mercado financeiro internacional a intenção de manter a inflação sob controle, o que não descarta o aumento da taxa de juros, justamente o contrário da expectativa que a primeira fala da presidente gerou no mercado.
 
As taxas de juros tiveram a queda acentuada no mercado futuro, na crença de que a presidente havia, talvez por ato falho, explicitado uma política que parece clara a todos: um pouco mais de inflação não faz mal, desde que haja crescimento. A acusação de que sua fala fora “manipulada” pela imprensa repete mais do mesmo, ou seja, culpar o mensageiro pela mensagem que repercutiu mal no mercado internacional.
 
Os jornais mais importantes do mundo, como o The New York Times e o Financial Time vêm publicando nos últimos dias diversas reportagens sobre as dificuldades da economia brasileira, focando especialmente a alta da inflação e a crise da Petrobrás, um ícone da pujança da economia brasileira especialmente depois da descoberta do pré-sal. Os problemas da estatal brasileira são tidos pelo mercado financeiro como exemplares das dificuldades por que passa a nossa economia.
 
Há a sensação generalizada de que o país vive um ambiente crescentemente complexo de inflação alta e reprimida, com uma economia que ainda dá sinais tênues de recuperação, conforme a definição de um relatório de fundo de investimentos estrangeiro. O problema criado pela fala da presidente, que depois precisou ser retificada no seu sentido, é que o mercado financeiro está se convencendo de que o Banco Central não tem autonomia para aumentar a taxa de juros para combater a inflação.
 
Os números indicam que a taxa de inflação está sendo segura pelo controle dos preços administrados pelo governo, que estariam com uma inflação de 1,6% devido à ação de retardar aumentos da gasolina ou de transporte público. Se os preços administrados estivessem com uma inflação dentro da meta de 4,5%, a inflação anual já estaria na faixa de 7.15%, que seria, segundo alguns analistas, um índice mais próximo da realidade atual.
A antecipação da campanha eleitoral para Presidente também chamou a atenção dos analistas, que consideram que a presidente Dilma deixará para depois da sua provável reeleição uma ação mais forte de combate à inflação, o que faria com que este ano e o da eleição, em 2014, tivessem maiores riscos de perda do controle da inflação devido a medidas populistas que serão tomadas no período. Afinal, como a própria Dilma já disse, faz-se “o diabo” para vencer uma eleição.
 
Foi necessário ontem que o presidente do Banco Central Alexandre Tombini viesse a público assumir uma postura até mesmo de enfrentamento do Ministério da Fazenda – coisa que não é de seu estilo – para garantir que o BC tem ampla autoridade para agir em caso de necessidade. Há no mercado financeiro a desconfiança de que o Banco Central apenas ganha tempo com declarações como as do último boletim oficial, dando a sensação de que pode aumentar os juros brevemente, para permitir que o governo mantenha uma política econômica mais solta de amarras para aumentar a taxa de crescimento do PIB neste terceiro ano de governo Dilma.
O fato é que declaração que precisa ser explicada por uma nota oficial não ajuda o ambiente econômico, que necessita investimentos pesados para voltar a crescer.
 
*Por Merval Pereira,  colunista de O GLOBO e comentarista da CBN e da Globo News. É membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia. Em 2009, recebeu o prêmio Maria Moors Cabot da Universidade de Columbia de excelência jornalística, a mais importante premiação internacional. Também é membro do Board of Visitors da John S. Knight Fellowships da Universidade Stanford no Blog de O Globo.

Hipocrisia bolivariana.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Porque Serra perde eleições.

Serra cutuca Aécio e elogia socialista Eduardo Campos: "Candidatura de Campos é boa para o Brasil"

Um dos principais nomes do PSDB, o ex-governador José Serra disse ontem à Folha que a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência da República nas eleições de 2014 seria "boa para o Brasil e boa para a política".
Serra, que tem evitado discutir em público o cenário político nacional e concorreu duas vezes ao Planalto por seu partido, deu a declaração ao confirmar que se reuniu com Campos na última sexta-feira, em sua casa, na capital paulista. O encontro foi revelado pela colunista da Folha Eliane Cantanhêde.(Folha)
COMENTO: Sempre dei meu apoio e capacidade de trabalho em favor de José Serra quando este foi indicado candidato pelo PSDB, mas ele jamais, na minha opinião, demostrou ter garra nos embates eleitorais. Seu tom lerdo, seus argumentos sempre pífios e sua falta de "jogo de cintura", na realidade, escondia  uma dificuldade de agrupar, de convergir.
Sempre o achei frio, negligente, demonstrando inapetência diante de opositores famintos de poder.
Serra me parece lerdo nas campanhas políticas. Parece que sempre viveu à sombra do partido que lhe foi útil enquanto suportou sua morbidez.
Hoje, diante da possível candidatura de Aécio ( outro que não confio no taco ), passa a fazer declarações, no mínimo, embaraçosas para o partido que ainda está filiado.
O problema da candidatura de Eduardo Campos não pertence ao PSDB mas ao PT. Eles são aliados e se entendam ou não!
Para um bom político não basta ter carisma e capacidade de conquistar votos, é preciso que também tenha noção de grupo e valorize a questão partidária.
Serra, no momento, não demonstra dispor de nenhuma dessas aptidões.

Mudando para o pior?

Possível sucessora de Feliciano na CDH é acusada de improbidade, compra de votos e caixa dois. Deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) é a primeira vice-presidente da Comissão e assume naturalmente o cargo caso Marco Feliciano (PSC-SP) renuncie.

Deputada Antônia Lúcia Câmara 586x338 Possível sucessora de Feliciano na CDH é acusada de improbidade, compra de votos e caixa dois
Vocês certamente já viram a mobilização contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Recapitulando: Feliciano foi eleito para o cargo em virtude do desinteresse dos principais partidos da base aliada de Dilma no Congresso, que abocanharam os cargos importantes em comissões de maior interesse e deixou a de Direitos Humanos e Minorias para o nanico PSC. Portanto, a menos que o partido receba algum tipo de compensação, vejam só quem o glorioso Partido Social Cristão pode deixar na vaga de Feliciano, caso ele renuncie.
Informação do portal R7:
Assim como o presidente da CDH (Comissão de Direitos Humanos), Marco Feliciano (PSC-SP), a deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) — vice-presidente do órgão e nome mais cotado para substituir o colega no comando do colegiado — também está sendo investigada pela Justiça.
Enquanto Feliciano é acusado por ter dado declarações racistas e homofóbicas na internet e responde a inquérito por estelionato, suspeito de receber cerca de R$ 13 mil para realizar cultos religiosos e não ter comparecido, Antônia Lúcia é acusada de caixa dois, compra de votos e abuso de poder econômico.
De acordo com denúncia do MPE (Ministério Público Eleitoral), a deputada Antônia Lúcia está envolvida em distribuição de combustíveis e de bens — como aparelhagem de som, bicicletas, computadores, motores para barcos e geradores de energia — em troca de votos.
Além disso, segundo informações do TRE-AC (Tribunal Regional Eleitoral do Acre), Antônia Lúcia é acusada de captação de votos de fiéis de igrejas, utilização ilícita da Rádio Boas Novas e patrocínio de show artístico durante sua campanha para deputada federal em 2010.
O TRE-AC chegou a cassar o mandato da deputada em 2011, tornando Antônia Lúcia inelegível por três anos em razão da prática de caixa dois. De acordo com a denúncia, ela teria recebido R$ 472 mil que seriam destinados, ilegalmente, a sua campanha eleitoral.
 

quarta-feira, 27 de março de 2013

O beijo e o fascismo dos bacanas.

"A atriz Fernanda Montenegro (à dir.), 83 anos, beija a boca da também atriz Camila Amado, 77, durante a 7ª edição do Prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio).Todo o meu apoio a Fernanda Montenegro. Eu apoio beijo na boca! Havendo consenso entre as partes, mandem brasa!"
A atriz Fernanda Montenegro (à dir.), 83 anos, beija a boca da também atriz Camila Amado, 77, durante a 7ª edição do Prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio). O evento aconteceu nesta segunda, no Méier, na Zona Norte do Rio.
Só hoje, tarde de quarta, começou o bochicho. A imagem tem um crédito: “Cristina Granato/divulgação”. Como a coisa em si não tinha varrido o país, então foi preciso fazer um trabalho de assessoria de imprensa.
Todo o meu apoio a Fernanda Montenegro. Eu apoio beijo na boca! Havendo consenso entre as partes, mandem brasa!
Aliás, se gays e não-gays, Brasil afora, estivessem protestando contra Feliciano numa troca frenética de humores corporais, quaisquer humores, eu recomendaria, no máximo, os cuidados de praxe e diria, como digo em relação a “Fernandona”, como é conhecida aquela que é tida com a primeira-dama do teatro nacional: “Beijem mais!”
Querem sair pelados desfilando? Se ninguém enroscar em razão de alguns impedimentos legais, por mim, tudo bem também! A única coisa chata nesses casos mais extremos é que quem se despe não vale a pena e quem vale a pena não costuma se despir, hehe. Mas, como disse o poeta, “bicicletai, seios nus!”
Como escrevi aqui desde o primeiro dia, Feliciano não era o meu preferido para a comissão. Ah, não era mesmo! As coisas só aconteceram assim porque PT e PMDB resolveram dividir o filé-mignon das outras comissões, onde rolam, digamos, os interesses mais “pesados” da República. E largaram a carne de costela para o que consideram periferia — é o caso da Comissão de Direitos Humanos.
Vi os nomes de algumas moças que foram ao protesto da ABI, por exemplo. Infelizmente, teve discurso de Wagner Moura e Caetano, mas não beijo da boca!
Viva a democracia!
Viva o direito de beijar na boca!
Viva o direito de ter uma opinião!
Viva a tolerância!
Abaixo a intolerância dos donos da tolerância.
* Por Reinaldo Azevedo

Isso é Brasil.


terça-feira, 26 de março de 2013

Como destruir a Petrobras.

Ao usar a Petrobras para tentar resolver os problemas do país, o governo está asfixiando a maior empresa brasileira. Hoje, ela é a pior entre as grandes companhias de petróleo do mundo.
O endividamento é o maior: responde, hoje, pelo equivalente a 2,8 vezes sua geração de caixa. As concorrentes estrangeiras devem, em média, 0,6 vez sua geração de caixa. “O governo brasileiro está matando a Petrobras”, diz Iain Reid, analista do banco de investimento americano Jefferies­.
Num relatório enviado a clientes, o Deutsche Bank afirma que “as políticas governamentais criaram distorções que tornaram a Petrobras um caso único [no sentido negativo] entre as petroleiras globais”.
A destruição em curso é um crime com um culpado, mas perpetrado de diferentes maneiras. Tudo começou com a descoberta do pré-sal e a subsequente mania de grandeza que hipertrofiou a empresa ao ponto do imobilismo.
Em um de seus discursos, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o pré-sal era uma “dádiva de Deus” — e que cabia ao governo garantir que as riquezas geradas a partir dali ficariam nas mãos do povo brasileiro.
Tudo bonito no discurso; na prática, foi exigir demais de uma empresa só. Em 2010, o governo criou um novo marco regulatório exclusivamente para dar à Petrobras um domínio absoluto na exploração do pré-sal. A companhia foi obrigada a ser dona de pelo menos 30% de todos os blocos licitados pelo governo.
Ficou definido também que a estatal seria a opera­dora de todos esses blocos, mesmo quando tivesse uma sócia estrangeira. Para executar a tarefa, seria neces­sário levantar um caminhão de dinheiro, e assim foi feito.
Em 2010, a Petrobras fez a maior capitalização da história, levantando 120 bilhões de reais, dos quais 45 bilhões foram para seu caixa. Mas de lá para cá ela se dedicou, com afinco, a torrar esse dinheiro nos lugares errados.
Medo da inflação
Se for preciso elencar uma causa principal para que a Petrobras se tornasse a pior empresa do setor, essa causa sem dúvida é a transformação da companhia num instrumento usado pelo governo federal para controlar a inflação. O preço da gasolina vem sendo mantido artificialmente baixo por quatro anos.
Como a Petrobras é obrigada a importar parte da gasolina vendida no país (foram 13% no ano passado), paga a cotação do combustível no mercado internacional — que, infelizmente, não é ditada por Brasília — e vende aqui a valores subsidiados. Quanto mais gasolina ou diesel a Petrobras vende, mais perde dinheiro.
Nos últimos dois anos, a empresa já perdeu 33 bilhões de reais apenas com a defasagem de preços. Foram 23 bilhões de reais somente em 2012. Em janeiro, o governo aumentou o preço da gasolina em 6,6% e o do diesel em 5,4%. Mas o aumento não fez cócegas no problema. A defasagem ainda é de 13% na gasolina e 24% no diesel.
Nesse patamar, a Petrobras perderá 23 bilhões de reais em 2013. Ou seja, toda a dinheirama da maior capitalização da história será queimada em menos de três anos para tentar segurar, de maneira mambembe, a inflação.

Estão acabando com o ensino superior brasileiro.

Pode acreditar: esta sala, permanentemente alagada, é o laboratório de tecnologia e diagnóstico da Rural, em Seropédica. (Hudson Pontes)
 
RIO - O parque aquático da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, tem quatro piscinas, mas os alunos do sexto período do curso de educação física têm aulas práticas de natação sem cair na água. Não se trata de um método de ensino inovador, mas de uma tentativa vã — e indignada — de compensar os prejuízos causados pelo fechamento do parque, que aconteceu há quase um ano.
— O professor se deita na mesa para nos ensinar a remada — conta a paulista Isabela Damasceno Cruz, de 20 anos, que se diz frustrada com os problemas da UFRRJ.
*Leia mais em  O globo

Ministro da Cretinice

“Há um debate. Os linguistas consideram que um erro pode não comprometer a qualidade da redação”.
Aloizio Mercadante, paraninfo de todas as turmas de analfabetos funcionais formadas em 2013, explicando que, como lhe ensinaram os doutores em educação à brasileira que cuidam do Enem, por trás de um redator de receitas de miojo pode estar um João Guimarães Rosa.(
Augusto Nunes)

segunda-feira, 25 de março de 2013

À sombra do papa.

A foto de Veja, demonstra claramente, a insignificância de uma gente sem fé, esquerdistas populistas que tentam iludir seus povos e obter o poder a qualquer preço. "Estas presidentas" são o símbolo de um mundo sem fé, sem Deus, sem vontade política de dar conhecimento e cultura ao povo.
Um povo com conhecimento e cultura não gosta de populismo mentiroso, dos princípios esquerdistas.
Povo escolarizado e culto quer ser livre e abomina o comunismo e suas vertentes.
A não ser aqueles que querem tirar proveito disso: os tiranos, líderes da esquerda nociva e criminosa.

Por que ler Graciliano Ramos, 60 anos depois.

 
Foto: divulgação
O escritor Graciliano Ramos com as netas Sandra e Vânia, filhas de Júnio Ramos

No último dia 20 de março, a morte de Graciliano Ramos completou 60 anos. Seis décadas sem a caneta áspera e feroz do autor, que é um dos gênios da literatura brasileira e por isso o homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) em 2013. O distanciamento da data não torna a obra do escritor alagoano menos relevante. Ao contrário: é aí que se percebe como o termo imortal faz todo o sentido quando colado a autores como ele, que nem chegou a integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL). Quase 80 anos depois da publicação de Vidas Secas (1938), um retrato cru das dificuldades climáticas enfrentadas no interior do Nordeste, o sertão tem a pior seca dos últimos 40 anos, de acordo com a Defesa Civil da Bahia.
No campo econômico e social, presente também em São Bernardo (1934), outro romance que se candidata a obra-prima de Graciliano, a situação não está muito melhor. No Índice de Desenvolvimento Humano, ranking da ONU que mede a qualidade de vida de cada país com base na renda per capita, expectativa de vida e escolaridade da população, o Brasil amarga a 85ª posição, segundo dados de 2012. “Por mais que tenham se verificado avanços no país, algumas questões seguem aguardando soluções estruturais e definitivas”, diz Dênis de Moraes, autor da biografia O Velho Graça (Boitempo, 2012). Eram essas questões que impulsionavam Graciliano, nas crônicas e na ficção.

Para o biógrafo, o escritor demonstrava sério compromisso com o destino do brasileiro, principalmente daqueles que sofrem e são explorados. “Ele faz de seus escritos um instrumento de interpretação e intervenção na realidade social e política do país”, diz. O próprio Graciliano reconheceu a motivação em entrevista Ernesto Luiz Maia, pseudônimo de Newton Rodrigues, em 1944. "O conformismo exclui a arte, que só pode vir da insatisfação. Felizmente para nós, porém, uma satisfação completa não virá nunca", disse.

O alagoano, que foi preso pela polícia política de Getúlio Vargas em 1936 sem motivo concreto, prisão que depois dará origem ao romance autobiográfico Memórias do Cárcere (1953), se mostra crítico e rigoroso com qualquer tipo de opressão -- social, política, econômica ou mesmo afetiva, o que pode em parte ser explicado pela difícil relação que teve com os pais, duros e distantes.

Essas motivações pautam tanto Memórias do Cárcere como, por exemplo, São Bernardo, romance crítico sobre um fazendeiro ambicioso que coisifica as pessoas e estraga uma relação amorosa. O já citado Vidas Secas, sobre uma família de retirantes em busca de sobrevivência, ao passo que o agudo Angústia, de 1936, fala de um homem, Luís da Silva, que sofre tanto por se sentir inferiorizado quanto por perder a mulher que ama para o maior rival no campo amoroso e social, o gordo e rico Julião Tavares.

Em comum, essas obras têm também o olhar amplo de Graciliano, que analisava tanto os coletivos humanos quanto os indivíduos. É o que Dênis de Moraes aponta como conexão profunda do autor com as variações e as manifestações da alma humana. “A obra de Graciliano reflete sensibilidade para com as aspirações, as vicissitudes e as expectativas dos homens na sua passagem pelo mundo”, afirma o biógrafo.
Assim, o autor consegue se comunicar com todos os tempos históricos, contextos e situações que envolvem o indivíduo.
* Meire Kusumoto, na Veja.com

A verdadeira liberdade.


domingo, 24 de março de 2013

Visibilidade Pública e Yoani Sánchez.


Yoani Sánchez.jpg

A blogueira cubana Yoani Sánchez, com sua conferência de imprensa realizada numa das dependências dos escritórios da Associação de Correspondentes da ONU (UNCA), no prédio da ONU em Nova York, provocou protestos “agressivos” de diplomatas cubanos junto à ONU. Yoani compareceu ao evento conforme tinha sido acordado às 3h da tarde da quinta feira de ontem, depois que o local teve que ser mudado de um auditório da ONU para uma sala menor dos escritórios da UNCA, segundo informaram diversos jornalistas acreditados pelo organismo internacional e que companharam o evento.
A mudança de local foi provocada pela gritaria dos diplomatas cubanos, segundo membros da UNCA e relatos noticiosos. Mas, os ‘partidários’ da blogueira expressaram suas suspeitas de que tais diplomatas organizaram ou animaram grupos hostis que tentaram interromper vários comparecimentos recentes de Sánchez no Brasil, no México e em Nova York.
Os manifestantes de rua, que entoaram e brandiram cartazes com slogans pró-Castro, repetiram as alegações de Havana de que Sánchez é uma “mercenária” a soldo do governo dos EUA e, na ocasião, jogaram uma chuva de cópias de notas de dólares estadunidenses. Todavia, as queixas dos diplomatas cubanos contra a conferência de imprensa da UNCA representaram a primeira vez em que se confirma que funcionários do governo comunista da ilha tentam impedir a visibilidade pública de Yoani Sánchez.
A gritaria cubana assinalou que a UNCA planejava levar a cabo a conferência de imprensa no auditório da ONU utilizado habitualmente para eventos desse tipo, violando o regulamento que estipula que os espaços da ONU são para uso exclusivo das nações membros, segundo os jornalistas. O evento foi então transferido para uma sala menor do mesmo andar em que se situam os escritórios da UNCA. “Eles agiram com muita agressividade neste assunto”, disse um dos repórteres, que pediu para permanecer no anonimato para evitar que se deteriorem suas relações com a missão diplomática cubana perante a ONU.
As queixas dos diplomatas cubanos, apresentadas em cartas oficiais conhecidas como ‘démarches’, foram enviadas na segunda feira ao secretário geral Ban Ki Moon e a Peter Launsky-Tieffenthal, subsecretário geral de Informação Pública, segundo os citados jornalistas. Assinadas pelo embaixador cubano Rodolfo Reyes, as cartas alegaram que a conferência de imprensa seria “um ato anticubano” e um “atentado grave” contra o clima de cooperação nas Nações Unidas, segundo a agência de notícias francesa AFP.
Disse ainda o embaixador que “o secretário geral deveria impedir que os locais da ONU sejam ‘manchados’ e sua utilização manipulada em função de interesses espúrios”.
Durante sua conferência de imprensa, Sánchez denunciou essas queixas cubanas dizendo que é hora da ONU “sair de sua letargia e reconhecer que o governo cubano é uma ditadura” e “se esta reunião tivesse ocorrida no fosso do elevador, estaríamos mais livres do que em Cuba”. Disse ainda: “Estou orgulhosa pelo fato de que essa minha primeira vez neste edifício tão significativo das Nações Unidas seja com meus colegas correspondentes”.
O porta-voz adjunto do Secretário Geral da ONU, Eduardo del Buey, disse que a secretaria da ONU não interferiu nos planos da UNCA para a conferência de imprensa de Sánchez, e que a secretaria “não organizou nem participou deste evento de forma nenhuma”. Também não foi possível contatar diretores da UNCA para que comentassem esta estória.
Sánchez foi apresentada na conferência de imprensa pelo ex-presidente da UNCA Tuyet Nguyen, correspondente da agência de notícias alemã DPA.
A Sánchez, cujo blog ‘Geração Y’ está sendo traduzido atualmente para quase 20 idiomas, o governo cubano negou sistematicamente permissão para que ela saísse de Cuba umas 20 vezes, antes que Havana suavizasse em geral suas restrições de viagens de seus cidadãos em 14 de janeiro último. Ela está agora num giro relâmpago de 80 dias em que já visitou o Brasil, o México, a Espanha, a República Checa, Washington D.C. e Nova York.
Sánchez estará em Miami em principio de abril próximo para uma série de eventos, incluindo uma entrevista com estudantes e líderes da comunidade auspiciada pelo ‘Miami Dade College’. Além disso, ela receberá a Medalha Presidencial do MDC e a Medalha de Valor da Universidade Internacional da Flórida, por seu trabalho em prol dos direitos humanos em Cuba, e se espera que compareça a programas de debates de rádio e TV.
*Francisco Vianna, via mídia internacional

Que vergonha!