Esta semana, o Brasil perdeu um ídolo da música - o roqueiro Chorão, líder da banda Charlie Brown Júnior. A polícia ainda investiga as causas da morte.
Em um depoimento emocionado ao Fantástico, a viúva de Chorão contou que o cantor era viciado em cocaína. E de um ano e meio para cá, passou a usar cocaína com mais frequência. Para complicar ainda mais, o músico abusava do álcool e tomava remédios regularmente para controlar a ansiedade. A reportagem é de Valmir Salaro e Robinson Cerântula.
Santos, litoral paulista, sexta-feira, final de tarde. Graziela mostra como o marido, o roqueiro Chorão, ficava na varanda do apartamento à espera do pôr do sol.
“Ele gostava muito de ver, ele falava assim: Grazi, quando você quiser alguma coisa, muito mesmo, pede pra Deus no pôr do sol, que o sol vai levar teu recado”, conta Graziela.
Chorão chegou a passar por um tratamento médico durante dois meses. Mas voltou para as drogas.
“Essa droga ela tem uma capacidade, parece que a pessoa está... Parece que é o corpo, mas tem outro ser ali. As reações são outras, o jeito é outro, o olhar é outro, tudo outro, é ruim”, declara Graziela.
A situação ficou mais grave. Graziela pensou numa última saída: internar o marido contra a vontade dele, a chamada internação compulsória. Mas, para isso, ela precisava de uma autorização da Justiça. E a família de Chorão conseguiu.
“Era uma coisa que eu estava me odiando por fazer. Eu falava: ‘gente, como que eu vou pegar ele’. Eu falava: ‘não me interessa se ele vai me odiar para sempre’, eu falei para o filho dele: ‘não, não me interessa se teu pai pode me odiar pra sempre. Mas se isso for salvar a vida dele, não interessa! Que ele me odeie então para sempre’”, conta.
Mas Graziela não conseguiu convencer a direção do hotel onde ele estava na época, que precisava retirá-lo de lá. (G1)