sábado, 10 de janeiro de 2009

Doutor bandido ou bandido Doutor?

Hosmany Ramos, o médico transformado em assassino e assaltante, anuncia que vai fugir da cadeia e a polícia nada faz. A quem interessar possa, ele informa que está a caminho "de um país vizinho".É isso mesmo que você acaba de ler: O ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos, 61 anos, há muito não maneja um bisturi. Ex-bandido perigoso, aposentado por força da última prisão, em 1996, desde então também não pega numa arma. Uma característica, porém, ele mantém intacta desde a década de 70, quando seu nome ainda não havia migrado das colunas sociais para as páginas policiais dos jornais: o gosto por chamar atenção. Exibicionista serial, o ex-pupilo preferido de Ivo Pitanguy, cujo endereço oficial até a semana passada era a Penitenciária de Valparaíso, no interior de São Paulo, convocou entrevista coletiva no último dia 2 para anunciar que não pretendia cumprir o restante de sua pena, de 47 anos. Agraciado com o benefício da saída temporária da cadeia para passar as festas de fim de ano com a família, o ex-cirurgião declarou que, em "protesto contra as condições do sistema prisional brasileiro", havia decidido não voltar ao xadrez. Como a polícia nada fez para evitar que ele cumprisse a promessa, Hosmany deu no pé – e passou a ser considerado oficialmente foragido no último dia 3. Desde então, tem dado, por telefone, entrevistas diárias à imprensa, em que relata seus planos para o futuro. A VEJA, informou candidamente na quarta-feira: "Viajo amanhã para um país vizinho, onde vou trabalhar como médico de uma ONG internacional no atendimento a crianças carentes". Quem o ouvisse pensaria que se tratava de um cidadão livre, pagador de impostos e cumpridor de seus deveres falando – e não de um detento foragido e condenado, entre outras coisas, por homicídio, roubo e sequestro.
Não é a primeira vez que Hosmany "decide" deixar a cadeia. Em 1996, ele não retornou da saída temporária que lhe permitiu deixar o Instituto Penal Agrícola de Bauru para comemorar o Dia das Mães em família. Na ocasião, como agora, uma das primeiras providências que tomou ao se autoconceder a liberdade foi dar uma entrevista.
Leia mais na Veja:http://veja.abril.uol.com.br/140109/p_048.shtml

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