presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, teme que o primeiro trimestre de 2009 seja um desastre para os trabalhadores. Ele calcula em cerca de 3 milhões os postos de trabalho eliminados até março, ou 10% dos brasileiros com carteira assinada.A central fará uma reunião com os sindicatos na segunda-feira para definir uma série de protestos. Uma das possibilidades é fazer manifestações nas principais capitais no dia da próxima reunião do Comitê de Política Econômica (Copom), em 21 de janeiro. No mesmo dia, os sindicalistas se reúnem com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para conhecer as perspectivas para os acordos trabalhistas em 2009. O economista do Dieese, Ademir Figueiredo, acredita que as campanhas este ano devem se manter na conquista de ganhos salariais acima da inflação: "O movimento sindical está num compasso de espera, no sentido de avaliar os resultados do mercado de trabalho nesse ano e ver que impacto terá em 2009". Figueiredo diz que os problemas na economia foram localizados nos setores exportadores. "Podemos manter uma atividade econômica com crescimento de 4,5% do PIB em 2009, o que dá margem para mais acordos com ganho real para os trabalhadores."DIVERGÊNCIANão há unanimidade entre as centrais sobre a flexibilização das leis trabalhistas. Paulinho, da Força Sindical, diz ser favorável às negociações. "Desde que não sejam retirados os direitos do trabalhador, medidas como a adotada pela Renault são bem-vindas. São permissões que constam na lei. Só sinto o fato de depois de tanta negociação não termos conseguido garantia do emprego."O secretário-geral da CUT, Quintino Severo, reprova medidas paliativas. "Somos contra qualquer tipo de flexibilização dos direitos. Tem de haver a garantia do emprego, e isso não ficou claro no caso da Renault. É uma decisão temerária."
Fonte:O Estado de São Paulo
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