sábado, 28 de novembro de 2015

Atos desnecessários!

PARA ATOR BRUNO GAGLIASSO, MACHISTA É AQUELE QUE NÃO GOSTA DE BEIJAR OUTRO HOMEM NA BOCA. SOU MACHISTA!
Os atores Bruno Gagliasso e João Vicente de Castro deram um selinho no palco da cerimônia do Men of the Year 2015, festa da revista “GQ”.
O evento, que aconteceu na noite desta quinta-feira (26) no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, teve os dois como apresentadores.
Gagliasso aproveitou para publicar uma foto do momento nas redes sociais. “Aos machistas de carteirinha, hipócritas de plantão e preconceituosos…. O nosso carinho e nosso amor de homem com H! Q venha 2016”, escreveu, no Instagram.
Então, pela ótica bizarra do ator, ficamos assim: machista é aquele que não curte esse lance de beijar outros homens na boca. Descubro, um tanto perplexo, que sou um machista! Que horror! Socorro!
Preciso urgentemente passar um fim de semana num evento progressista manjando homens nus numa sauna para ver se me curo dessa terrível doença. Acho que o tiro vai sair pela culatra, mas paciência: é preciso tentar, se esforçar.
Afinal, qual o próximo passo da turma global progressista: dizer que quem não curte fazer sexo com outros homens é homofóbico? Sou, além de machista, um baita dum homofóbico também? Jesus! Como estou fora de moda…

Randolfe vai ao Conselho de Ética contra Delcídio.

Único senador da Rede Sustentabilidade, Randolfe Rodrigues (AP) será o instrumento do partido para acionar o Conselho de Ética contra o agora ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (MS), preso ontem (quarta, 25) sob acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. A Rede analisa, neste momento, os termos da representação a ser protocolada naquele colegiado contra o parlamentar petista, que teve a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, e confirmada pelo Plenário do Senado.
De acordo com um interlocutor do senador, uma verdadeira “temporada de caça às bruxas” será iniciada no Senado com a ação contra Delcídio, tendo como alvos os demais membros da Casa sob investigação, no STF, por indícios de envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras. No entanto, a Rede vai analisar caso a caso, dada a natureza de cada inquérito.
“Esse é um caso certo de perda de mandato”, disse uma fonte do Senado ao Congresso em Foco, comparando o caso de Delcídio com o de Demóstenes Torres, ex-senador do DEM goianocassado em 2012 sob acusação de envolvimento com a máfia do jogo de azar radicada em Goiás. Segundo essa versão, o que há de mais grave contra o senador petista é a divulgação doáudio em que ele arquiteta a fuga do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, com quem tem ligações, para não se comprometer nas investigações da Lava Jato.
Além de Delcídio (antes em caráter de sigilo), estão no alvo do Supremo o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Benedito Lira (PMDB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI), Edison Lobão (PMDB-MA), Fernando Bezerra (PSB-PE), Fernando Collor (PTB-AL), Gladson Cameli (PP-AC), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
Recentemente filiado à Rede, Randolfe ainda não pode tomar qualquer providência formal antes da deliberação do partido idealizado pela ex-ministra Marina Silva, ainda de acordo com a fonte. Mas a decisão já está tomada, e a ordem na sigla é hastear a bandeira da ética na administração pública, sem personalizá-la. A ideia é que a representação seja protocolada no Conselho já na próxima semana, depois do exame sobre a peça acusatória a ser elaborada.
Histórico
Delcídio foi citado por Cerveró e pelo lobista Fernando Baiano como beneficiário do esquema de corrupção na estatal. Segundo as investigações, o senador tentou impedir a delação premiada de Cerveró, oferecendo-lhe até uma ajuda de fuga, conforme indica gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobras. Em depoimento, Baiano afirmou que Delcídio recebeu US$ 1,5 milhão de propina pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
A defesa do senador Delcídio publicou ontem uma nota no perfil do parlamentar no Facebook manifestando “inconformismo” diante da decisão unânime da 2ª turma do Supremo, que decidiu pela prisão do petista. Na nota, o advogado de Delcídio, Maurício Silva Leite, questiona a procedência das acusações contra o senador.
O senador fez parte da diretoria de Gás e Energia da Petrobras entre 2000 e 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso. Desde o início do ano exercia a função de líder do governo Dilma no Senado e presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Casa.
Em 2005, como presidente da CPI dos Correios, conduziu os trabalhos de investigação que, cerca de oito anos depois, levariam companheiros de partido à cadeia, por envolvimento no caso do mensalão. A postura de Delcídio irritou o PT à época, a ponto de até hoje ele ter sido apontado como “o mais tucano dos petistas” nos corredores do poder.
Licença forçada
Com a prisão, Delcídio entra automaticamente em licença do Senado, com o subsídio parlamentar (R$ 33,7 mil) e todas as verbas de gabinete assegurados. Caso esse período de prisão se estenda por até 120 dias, a Casa fica autorizada a promover sua substituição. Nesse caso, toma posse o primeiro-suplente do petista, o educador Pedro Chaves (PSC-MS), bem sucedido empresário do setor educacional. O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) será o substituto de Delcídio na presidência da Comissão de Assuntos Econômicos.
Desde a prisão de Delcídio, a tomar como base a nota oficial divulgada ontem pelo PT, negando-lhe solidariedade, hipóteses sobre seu futuro são discutidas nos corredores do Congresso. Além da possibilidade de perder o mandato depois de processo no Conselho de Ética, Delcídio pode ser expulso de seu partido, ao qual está filiado desde 2002. O próprio senador também pode renunciar ao mandato, pedir afastamento do Senado por tempo determinado e mesmo se desfiliar do PT.

Porque hoje é Sábado, uma bela mulher.



A Minha doce e bela amiga Eliane Rosa e Silva.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Cerveró: Dilma sabia de tudo.

Foto: Vagner Rosário/Futura Press
O ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró chega ao IML de Curitiba. 
Minuta do documento sigiloso foi obtida pelo banqueiro André Esteves, que mostrou o material ao senador Delcídio do Amaral para tentar chantagear o ex-diretor da estatal; anotações apontam que presidente acompanhava 'de perto' o polêmico negócio.
Na minuta da delação premiada do ex-diretor internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, há anotações do executivo à mão dizendo que a presidente Dilma “sabia de tudo de Pasadena” e que inclusive estaria cobrando o então diretor pelo negócio, tendo feito várias reuniões com ele. O acordo de Cerveró foi firmado com a Procuradoria-Geral da República e submetido ao ministro do Supremo Teori Zavascki, que ainda não decidiu sobre sua homologação.
O fato veio à tona nas conversas gravadas entre o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, o advogado Edson Ribeiro, que defendia Cerveró, e o filho do ex-diretor, Bernardo Cerveró. No diálogo, o senador revela que teve acesso ao documento sigiloso da delação do executivo por meio do banqueiro André Esteves, CEO do banco BTG Pactual e questiona sobre as citações à presidente manuscritas na minuta do acordo de delação. (Estadão)

Os atos da ditadura Vermelha!

Pacificamente, grupos de pessoas compostos de militantes pela democracia e seus familiares, pediam o impeachment impeachment de Dilma Rousseff,
Do outro lado, os poderosos dos poderes Legislativo, com o devido respaldo dos poderosos do Governo comunista, mobilizaram forças policiais para expulsar aqueles que pediam, democraticamente, o fim da corrupção.
Um dia depois,  da expulsão dos democratas, os apoiadores do governo vestidos de vermelho (os chamados "estudantes do PT") não sofreram qualquer resistência por parte da polícia e conseguiram invadir o Congresso Nacional com tranquilidade. Posaram para fotos e fizeram filmes.
É o governo e suas milícias pagas debochando da cara dos brasileiros de bem. Não é por acaso que nesta foto não há uma única bandeira do Brasil.
À noite, para completar o quadro provocativo, o Congresso e o Palácio foram iluminados com luzes vermelhas.
E não um bordel...(?)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Apoiado apenas pelo PT e Dilma, segue a novela Cunha cai ou não cai?

Depois do desembarque da oposição, da perda de apoio entre aliados e do desconforto no PMDB, cresce a insatisfação na bancada do PT com a política de boa vizinhança mantida pelo Palácio do Planalto e pela direção petista com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 
(O Globo) O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) convocou uma reunião com deputados do PT descontentes para a noite de hoje. Já o peemedebista, fiel ao seu estilo de se defender atacando, afirmou ontem que é “furado” acharem que ele vai cair antes de decidir sobre o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que promete fazer antes do recesso parlamentar, que começa em 22 de dezembro. Cunha disse ainda que “não existe qualquer hipótese” de se afastar do cargo. 
— Furado é achar que vou cair. Mais furado ainda é achar que não vou decidir (sobre o impeachment) — afirmou Eduardo Cunha ao GLOBO, por meio de mensagem de texto. Ele disse que na semana passada arquivou sete outros pedidos e que faltam outros sete para avaliar, o que pode fazer a qualquer momento: — Não sei (se será na próxima semana). Vai ser na medida do meu convencimento. 
O peemedebista ironizou as avaliações segundo as quais ele, isolado, pode cair antes e dar um refresco para a presidente Dilma. — Todos os dias, faz quatro meses, esses mesmos articulistas falam que vou cair e estou aqui — respondeu. 
A avaliação de governistas é que o clima para o impeachment esfriou e que a presidente ganha fôlego com o recesso parlamentar. A aposta é que, até fevereiro, quando o Congresso voltar a funcionar, Cunha já terá sido afastado do comando da Câmara e substituído por um aliado que enterre de vez a possibilidade de impeachment. Mas Cunha disse ontem que vai se decidir sobre os sete pedidos de impeachment ainda pendentes, inclusive o dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, antes do início do recesso.
Divergindo da orientação do Planalto e da direção partidária, mais da metade da bancada do PT quer partir para o enfrentamento com o presidente da Câmara. Dos 60 deputados petistas, 34 assinaram a representação contra Cunha protocolada pelo PSOL e pela Rede no Conselho de Ética da Casa. — Quero que alguém me explique qual é o ganho de manter essa situação — disse um dos convidados para a conversa com Wagner. 
O Planalto e a direção do PT continuam tentando ganhar tempo, temendo que um confronto com Cunha prejudique o governo. A preocupação é que o presidente da Câmara revide com a abertura de um processo de impeachment e que a crise política prejudique a votação de medidas do ajuste fiscal.
Ao discursar na abertura da reunião do Diretório Nacional do PT, no último dia 29, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que é mais importante aprovar as matérias de interesse do governo do que “derrubar” o presidente da Câmara.
— O Eduardo Cunha de fato não deve ser nossa prioridade, assim como também não é da oposição. A prioridade da oposição é o impeachment. O problema é que a situação evoluiu para uma conduta tão intolerável que teve até levante no plenário — disse um deputado do PT, referindo-se à reação, na última quinta-feira, à manobra de Cunha para obstruir os trabalhos do Conselho de Ética.
Deputados do PT reclamam por não terem sido consultados sobre a decisão de ajudar a não dar quórum para a sessão do Conselho de Ética, na última quinta-feira, embora sofram o desgaste gerado por essa medida. Segundo petistas, a articulação ficou restrita à direção do partido; ao líder da bancada, deputado Sibá Machado (PT); e aos integrantes do colegiado.
Em diversos setores do PT, há insatisfeitos com a exposição negativa, como o senador Jorge Viana (PT-AC). E ao menos um dos três deputados petistas no Conselho de Ética, Léo de Brito (PT-AC), não pretende mais faltar às sessões e garante que votará com “ética” no caso. Ele disse ao GLOBO que ainda não decidiu como votará no processo, negou ter havido pedido por parte do governo para que o PT ajude Cunha e afirmou acreditar que o presidente da Câmara não fará “retaliação política” com o impeachment, se não for salvo pelo PT no Conselho de Ética. — Minha posição é pelo pleno funcionamento da Comissão de Ética — disse outro petista, o deputado Paulo Teixeira, de São Paulo. 
A situação do peemedebista se agravou consideravelmente na última quinta-feira, quando manobrou durante horas para impedir que a sessão do Conselho de Ética analisasse a admissibilidade do processo por quebra de decoro do qual é alvo.
A reação da oposição foi imediata, com duros discursos e o esvaziamento do plenário, e será intensificada esta semana, quando partidos oposicionistas ingressarão no Supremo Tribunal Federal e na Procuradoria-Geral da República pedindo o afastamento de Cunha da presidência da Casa. Está prevista ainda a obstrução das votações na Câmara enquanto Cunha continuar na presidência.

Prisão de Delcídio abre precedente que pode se repetir com Cunha, dizem analistas.

Reuters
Senador foi primeiro senador preso em exercício do mandato.
Mariana Schreiber 
Da BBC Brasil em Brasília
A prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, na manhã desta quarta-feira, tem potencial para causar grandes estragos tanto no governo Dilma Rousseff como no Congresso Nacional, avaliam cientistas políticos.

Para analistas ouvidos pela BBC Brasil, a detenção inédita de um senador em exercício do seu mandato coloca pressão sobre os demais congressistas, principalmente o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também investigado por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

Delcídio foi preso por tentar atrapalhar investigações da operação Lava Jato. No caso de Cunha, desde julho cogita-se que a Procuradoria-Geral da República (PGR) poderia solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) seu afastamento da presidência da Câmara por supostas tentativas de usar seu cargo para dificultar apurações contra ele.


Parlamentares de oposição também cogitam fazer esse pedido ao STF depois de Cunha ter agido na semana passada para suspender uma sessão do Conselho de Ética que analisaria a possibilidade de abertura de um processo de cassação contra ele – a decisão ficou para a próxima terça.

Na ocasião, Cunha afirmou que não houve "qualquer tipo de manobra" em relação à sessão do conselho.

AFP
Para analistas, pressão sobre Cunha aumenta
"Cria um precedente que leva intranquilidade a todos os congressistas supostamente envolvidos nessas denúncias recentes, com destaque para a Cunha", afirma o professor da UnB David Fleischer, avaliando que a ação do presidente da Câmara pode ser enxergada como manipulação para evitar a própria cassação.

"A partir daí, por exemplo, o próprio presidente da Câmara poderia ser preso também se fosse configurado o fato de ele estar obstruindo investigação", acredita também Antônio Lavareda, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Baque para governo

Por outro lado, a prisão de Delcídio representa um baque para o Planalto, não só porque traz mais holofotes sobre denúncias de corrupção envolvendo o PT, mas também por atingir o principal articulador político do governo hoje no Congresso.

Antes de se filiar ao PT, Delcídio assumiu a diretoria de Gás e Energia da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso, entre 2000 e 2001. Depois, aceitou convite para assumir o cargo de Secretário de Estado de Infraestrutura e Habitação no governo de Zeca do PT, em 2001. Em seguida, foi eleito em 2002 senador pelo PT.

Ag Camara

Diversos congressistas são investigados pela operação Lava Jato

“É mais uma coisa bastante negativa para o governo Dilma, porque ele era líder do governo no Senado. Mas não só por isso, com certeza não há ninguém no PT com tanto trânsito na oposição - sobretudo no PSDB - quanto o senador Delcídio, que é considerado por todos uma figura afável, equilibrada. Com certeza, inclusive, a oposição não está comemorando essa prisão", disse Lavareda.

“Ele era tido como o senador cabeça fria, ponderado, que conseguia conversar com a oposição. Não era um radical como o Sibá (Machado, líder do governo na Câmara), que não consegue conversar com ninguém. É um baque para o governo, realmente", diz Fleischer.

Detalhes da prisão

A prisão de Delcídio foi autorizada pelo STF – como ele tem foro privilegiado, a PGR só poderia detê-lo com autorização da corte.

Delcídio é suspeito de envolvimento em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Ainda não foram divulgados oficialmente detalhes sobre o que motivou sua prisão, mas, de acordo com a imprensa brasileira, o líder do governo foi detido porque teria tentado dificultar a delação premiada do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, Delcídio teria sugerido a Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, uma fuga de avião para Madri via Paraguai. Como Cerveró tem cidadania espanhola, acrescenta a colunista, teria facilidade de entrar e se instalar no país.

Também foi emitido um mandado contra o advogado Edson Ribeiro, que atuou para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Ribeiro teria participado da reunião entre Delcídio e Bernardo. Já o banqueiro Andre Esteves – também detido nesta manhã–, do BTG/Pactual, seria o avalista da operação, informa Bergamo.

A prova da tentativa de obstrução da investigação seria uma gravação feita pelo filho de Cerveró do encontro em que foi exposto o plano de fuga, na tentativa de impedir que o ex-diretor da estatal fizesse acordo de delação.

Outro delator do esquema, o lobista conhecido como Fernando Baiano, disse em depoimento em outubro que Delcídio recebeu US$ 1,5 milhão de dólares de propina pela compra da refinaria.

Delcídio afirmou, na ocasião, que a citação do seu nome era "lamentável" e negou o recebimento de propina.

Outras gravações de Delcídio causam ira suprema de ministros do STF.

Além da gravação da reunião de Delcídio com Bernardo Cerveró mencionando encontros com ministros do Supremo, a Polícia Federal também tem escutas telefônicas do senador, um material que permanece secreto. Nesses telefonemas, Delcídio estaria de fato conversando com os ministros do Supremo Tribunal Federal.
Ironicamente, o teor dessas conversas foi obtido por escuta autorizada pelo próprio STF, que investigava Delcídio.

A mesada oferecida pelo Delcídio para Cerveró.

COMENTO: A grana e uma mesada desta monta não poderia ser oferecida por alguém que estivesse blefando. Estava em jogo a liberdade e o prosseguimento de uma ação envolvendo figurões da República.
O Banqueiro Esteves, talvez, estivesse arcando com a responsabilidade do dispêndio de tanto dinheiro.
O Senador , por sua vez, é líder do Governo Dilma no Senado. Tem cacife. Tinha respaldo forte do
Governo. 
Mas o filho de Cerveró valeu-se do medo e de um pequeno gravador. E aí, as pretensões dos petralhas foram por água abaixo.
E não se enganem. Não fosse a gravação, Delcídio ainda estaria fazendo este tipo de safadeza impunemente.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Prisão de Delcídio do Amaral.


PF prende pecuarista amigo de Lula na 21ª fase da Lava Jato.

Além da prisão de José Carlos Bumlai, operação Passe Livre cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e seis de condução coercitiva em quatro Estados.
*Por Laryssa Borges, de Brasília - 
Veja.com
SUPERCREDENCIAL  - José Carlos Bumlai, amigo íntimo do presidente Lula, estava autorizado a entrar quando quisesse, na hora em que bem entendesse (Cristiano Mariz/VEJA)


A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira, em Brasília, o pecuarista José Carlos Bumlai na 21ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Passe Livre. A nova etapa inclui investigações de pagamento de propina e fraude em licitações na contratação de navios-sonda pela Petrobras. Ao todo, além da prisão preventiva de Bumlai, estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e seis de condução coercitiva em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Lins (SP), Piracicaba (SP), Campo Grande e Dourados (MS). Bumlai iria depor na tarde desta terça-feira na CPI do BNDES e estava em um hotel próximo ao Palácio da Alvorada quando foi detido. Ele será levado para a Superintendência da PF em Curitiba. 



O pecuarista foi citado na Lava Jato pelo lobista Fernando Baiano, apontado pelo Ministério Público como lobista do PMDB que intermediava o pagamento de propinas a agentes públicos que sangravam os cofres da Petrobras. Em depoimento de delação premiada, Baiano disse ter repassado 2 milhões de reais a uma nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a pedido de Bumlai. Segundo as investigações, os valores eram referentes a uma comissão a que o pecuarista tinha direito e, na transação, foi simulado um contrato de aluguel de equipamentos e emitidas notas fiscais falsas. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa já havia dito, em depoimento, que José Carlos Bumlai "era um contato muito próximo de Fernando Baiano". 



A nova fase da Lava Jato volta a rondar o ex-presidente Lula. Como VEJA havia revelado em 2011, o pecuarista Bumlai, um amigo próximo do então presidente Lula, foi favorecido por financiamentos do BNDES e tinha livre acesso ao Palácio do Planalto no governo petista. Um recado na portaria do principal prédio da administração pública federal determinava: "O sr. José Carlos Bumlai deverá ter prioridade de atendimento na portaria Principal do Palácio do Planalto, devendo ser encaminhado ao local de destino, após prévio contato telefônico, em qualquer tempo e qualquer circunstância". 



No governo do petista, além do trânsito livre, Bumlai tinha autorização para intermediar negócios bilionários de interesse da administração federal. Como informou VEJA, ele foi encarregado, por exemplo, de montar um consórcio de empresas para disputar o leilão de construção da hidrelétrica de Belo Monte, uma obra prioritária do governo federal, orçada originalmente em 25 bilhões de reais. Bumlai não só formou o consórcio como venceu o leilão para construir uma das maiores hidrelétricas do mundo. Mas a atuação do pecuarista, uma espécie de lobista VIP, também resvalou em suspeitas de que estava usando a influência e o acesso consentido ao palácio para fazer negócios privados, como a compra de turbinas para a usina de Belo Monte com um grupo de chineses. 



Nos últimos anos, grandes empreiteiras hoje enroladas na Lava Jato fizeram chegar ao Planalto queixas contra a atuação de Bumlai na Petrobras. Uma das mais recorrentes trata de possíveis privilégios que a construtora UTC estaria recebendo da estatal por causa do lobista. O dono da UTC Ricardo Pessoa chegou a ser preso no escândalo do petrolão. Depois se tornou delator e revelou como políticos e agentes da estatal enriqueceram às custas do pagamento massivo de dinheiro sujo retirado de contratos fraudados na estatal. 



De acordo com a PF, os investigados nesta fase devem responder pelos crimes de fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. "Segundo as apurações, complexas medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados com o objetivo de ocultar a real destinação dos valores indevidos pagos a agentes públicos e diretores da estatal", diz a PF, em nota.

Pasadena volta ao noticiário e agora,Cerveró diz que Dilma sabia de tudo.


Tentando se livrar das garras do juiz Sergio Moro e querendo colaborar com uma delação premiada, Cerveró, taxado como o principal culpado da negociata da Refinaria de Pasadena nos EUA,   parece ter ficado COM A LÍNGUA COÇANDO, perdeu o medo  contou  uma estória cabeluda e,  usando de um cinismo que lhe é peculiar, o corrupto delata coisas como:  Dilma, na época, presidente do Conselho,  o incentivou a  acelerar as tratativas  sobre Pasadena e sempre esteve a par de tudo que ocorreu na compra daquela refinaria e que, segundo ele, se reuniu várias vezes com  Cerveró a fim de resolver todo processo fraudado. Diz ainda que nunca viu a Diretoria resolver a comprar algo num dia e o conselho se reuni no  outro e aprovar, na integra, tudo que lhe foi apresentado. Diz também, que em 2006 a Odebrecht,  acreditando que seria a escolhida para processar a reforma  de Pasadena, repassou  4 mil dólares a campanha de Lula e que a negociata era conhecida e aprovada pela cúpula do governo petista, pois nos diversos encontros que teve com Dilma foi para tratar do assunto.
O certo, é que os corruptos, chefiados por um sujeito que se esconde nas sombras,  somente, nesse caso, deram um prejuízo ao país  de mais de um bilhão de dólares. E, segundo Cerveró, a propina correu solta e foi direto para os cofres do PT. 

 Revista VEJA

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Só o Brasil vai ficar para trás.

A mulher de Leopoldo López, o líder venezuelano preso por Nicolás Maduro, foi à Argentina pestejar o triunfo de Mauricio Macri. 
Durante a campanha eleitoral, o novo presidente argentino prometeu pedir a suspensão da Venezuela do Mercosul, porque o regime de Nicolás Maduro viola a democracia.
A América Latina, aos poucos, está conseguindo se livrar daquela gente medonha. Só o Brasil vai ficar para trás.
*O Antagonista

O escambo do impeachment.

Aliados de Eduardo Cunha procuraram OS oposicionistas propondo hum escambo: ele Aceita o Pedido de impeachment contra Dilma Rousseff em Troca da Preservação de Seu mandato.
A Folha de S. Paulo "apurou Que OS principais Partidos de Oposição avaliaram que Uma altura Dessa Uma E Praticamente Impossível arquivar sumariamente o Processo contra Cunha, mas que no Caso de da deflagração fazer impeachment poderia Haver chances de o peemedebista se salvar na Votação de SUA cassação definitiva, Prevista Pará março OU abril de 2016 ".
Se Eduardo Cunha acatar o Pedido de impeachment, ninguém vai se Mais Lembrar de SUA existencia.

*


Estado Islmico volta a ameaçar Europa e França em um novo vídeo



O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) voltou a ameaçar a Europa, e principalmente a França, em um novo vídeo divulgado na internet neste sábado. A gravação, cuja autenticidade não pôde ser verificada, foi divulgada pela base do EI em Aleppo, no norte da Síria. Em pouco mais de seis minutos, a sequência, intitulada "Paris será derrubada", mostra uma montagem da Torre Eiffel caindo e imagens dos atentados efetuados contra a capital francesa no dia 13 de novembro.
A mensagem diz que não foi o EI que iniciou a guerra. "Foram vocês (europeus) que começaram a agressão contra nós e pagarão o preço quando seus filhos forem à luta", afirmam os jihadistas. O vídeo ainda adverte os europeus de que eles não se sentirão seguros nos próprios "dormitórios".
Na mensagem, o EI afirma que pretende avançar mais sobre Paris antes de partir contra Roma. Para tanto, um suposto integrante do EI surge com capuz no vídeo, estimulando "os irmãos da França e do mundo a fazerem o mesmo" que foi feito no último dia 13, acontecimento elogiado por ele, que fala em francês (com legendas em árabe). O extremista tacha como "porco" o presidente da França, François Hollande, e promete que o líder francês não estará seguro na própria residência. Um segundo jihadista reforça as ameaças contra a França e Hollande pelos bombardeios que Paris realiza junto com a coalizão internacional na Síria.
Na última semana, a aviação francesa intensificou os ataques aéreos contra posições do EI em território sírio, em resposta aos atentados de Paris, reivindicados por radicais islâmicos e que causaram pelo menos 130 mortes na semana passada.
Ataque em Bagdá -- Também neste sábado, o grupo Estado Islâmico foi responsabilizado por um ataque a uma mesquita xiita ao sul de Bagdá, realizado após as orações de sexta-feira. As autoridades iraquianas dizem que o atentado matou 10 pessoas. A declaração de responsabilidade pelo atentado foi divulgada por simpatizantes do EI, por meio de páginas na internet e redes sociais. Autoridades iraquianas dizem que uma bomba detonada do lado de fora da mesquita foi seguida minutos depois por um ataque suicida dentro do prédio.
As autoridades do país dizem que quatro ataques separados em Bagdá, neste sábado, mataram oito pessoas e deixaram 20 feridos. Três pessoas foram mortas, incluindo dois soldados iraquianos, e outras duas pessoas ficaram feridas quando homens armados abriram fogo contra um comboio ao sul de Bagdá. Três outros ataques com bomba, em outras localidades, mataram cinco pessoas e feriram 18. Funcionários de hospitais e policiais falaram sob condição de anonimato.
(Com agência EFE)

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cristina e Lula perdem, e Macri vence na Argentina; sinal de alento na América do Sul.

Populismo agressivo e mixuruca tem a sua primeira derrota importante; logo virá outra, na Venezuela.

E Luiz Inácio Lula da Silva, hein? Atravessou a fronteira, foi fazer campanha eleitoral na Argentina e foi derrotado. O populismo mixuruca e troglodita teve a sua primeira derrota importante. No dia 6 de dezembro, será a vez de Nicolás Maduro levar uma surra nas eleições parlamentares da Venezuela. Sim, a onda chegará aqui. Vamos ver quando. Ou melhor: a onda já está aí. Vamos lá. 


Mauricio Macri, da “Mudemos”, uma coligação de centro-direita, venceu as eleições e toma posse como o novo presidente da Argentina no dia 10 de dezembro. Com quase 99% dos votos apurados, ele obteve 51,46% das preferências, contra 48,54% do peronista Daniel Scioli. Chegam ao fim 12 anos do reinado do kirchnerismo, liderado primeiro por Néstor Kirchner, que governou de 2003 a 2007 — morreu em 2010 —, e, depois, por sua mulher, Cristina. 

A economia argentina enfrenta severas dificuldades, e a tarefa de Macri não será nada fácil. Não custa lembrar como o casal Kirchner ascendeu ao topo do poder. Carlos Menem, que comandou por dez anos (1989-1999), havia destruído a economia do país. Foi sucedido por Fernando De la Rúa, da União Cívica Radical, que ficou apenas dois anos no poder. Foi deposto em dezembro de 2001. 

O país chegou a ter cinco presidentes em janeiro de 2002, até que assumisse Eduardo Duhalde, que entregou o poder para Néstor Kirchner, em maio de 2003. Um desses presidentes ficou apenas uma semana no cargo — Adolfo Rodríguez Saá —, mas entrou para a memória nacional como aquele que deu, até então, o maior calote da história na dívida externa: US$ 102 bilhões. A dívida só voltou a ser renegociada a partir de 2005. 

Dos estertores do governo Menem até a saída de De La Rúa, o país viveu o que se chama o período da “Tragédia”. O PIB despencou 20%, e a renda per capita, em dólares, caiu 68%. 

Isso explica a ascensão do casal Kirchner. A legalidade havia chegado ao seu grau zero, e Néstor acabou obtendo carta branca da sociedade para pôr ordem na bagunça. A economia, mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo calote, teve uma notável recuperação. 

Cristina não era uma outsider da política. Não era apenas “a esposa”. Tinha a sua própria trajetória, e havia quem dissesse que ela era muito mais articulada intelectualmente do que o marido. Mas é evidente que, ao fazer da mulher a candidata à sua sucessão, Néstor e família passavam a tratar a política como um assunto doméstico, privado. 

Ela venceu a disputa e se reelegeu em 2011. Uma concepção autoritária de poder, intolerante com a oposição e avessa à liberdade de imprensa — que se percebia já em seu primeiro mandato de maneira, vamos dizer, larvar — se manifestou com força nos últimos quatro anos. 

No período, a economia do país começou a patinar, mas a presidente investiu pesado nos chamados “programas sociais”, incluindo a sua própria versão do Bolsa Família, manipulou escancaradamente os índices de inflação e, ora vejam, passou a atacar as ditas “elites do país”, aproximando-se dos governos bolivarianos da América do Sul. Ou por outra: o assistencialismo agressivo servia a um projeto autoritário de poder. 

O kirchnerismo resolveu criar a sua própria corrente dentro do peronismo. Em 2006, surge um movimento com características francamente fascitoides chamado “La Cámpora”, destinado a intimidar os adversários nas ruas, nos sindicatos, nas redes sociais, em todo lugar. O grupo tem características de milícia mesmo. 

Cristina chegou a testar a hipótese de mudar a Constituição para tentar um terceiro mandato, mas a reação da sociedade argentina foi bastante negativa. Ficou claro que ela não conseguiria realizar o seu intento. A campanha eleitoral por lá seguiu o padrão terrorista a que se assistiu no Brasil: o candidato oficial, Daniel Scioli, acusava Macri de pretender destruir os programas sociais se eleito. 

Cristina deixa o poder com uma sombra terrível a se projetar sobre a sua biografia. Atende pelo nome de Alberto Nisman, o promotor. Ele apareceu morto um dia antes de depor no Congresso e acusar a presidente de envolvimento numa operação para esconder a responsabilidade do Irã num atentando terrorista que, em 1994, matou 85 pessoas numa entidade judaica (Amia). Na Argentina, a começar da própria promotoria, ninguém acredita em suicídio. 

Vamos ver. Surge uma nova esperança na Argentina. Macri não é peronista nem pertence à tradicional União Cívica Radical, de perfil mais social-democrata. O presidente eleito da Argentina está mais próximo do pensamento liberal. Terá uma pedreira pela frente. O peronismo, com suas múltiplas frentes e faces, indo da extrema direita à extrema esquerda, é um adversário sempre perigoso.

Que a América do Sul continue a mudar e aposente outros populismos mixurucas. No Brasil de 2014, o medo venceu a esperança. Na Argentina de 2015, a esperança venceu o medo. E Lula perdeu junto com Cristina.
*Por Reinaldo Azevedo

domingo, 22 de novembro de 2015

Os contratos milionários de Lula com a Odebrecht.

AMIGOS
Lula com Alexandrino Alencar, da Odebrecht (de barba, atrás), no Peru. Alexandrino era o responsável pelas palestras de Lula no exterior e viajava com ele (Foto: reprodução)
No final da manhã de quinta-feira, 15 de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava bem-humorado. Por iniciativa própria, prestava umdepoimento reservado ao Ministério Público Federal, em Brasília, para explicar sua atuação ao lado da empreiteira Odebrecht. Em vez de ir ao prédio da instituição, Lula foi ouvido em uma casa no Lago Sul, de forma discreta. Foi seu único pedido ao procurador, para escapar ao assédio de jornalistas. Ao seu estilo sedutor, Lula fez piadas com o procurador da República Ivan Cláudio Marx, ao dizer que o Corinthians, seu time, será campeão brasileiro. Na hora de falar sério, disse que não fez lobby, mas sim palestras no exterior com a missão de explicar a receita brasileira de sucesso em países da África e da América Latina. Procurou defender-se na investigação, revelada por ÉPOCA em maio, que apura se ele praticou tráfico de influência internacional em favor da empreiteira Odebrecht. Lula disse que não é lobista, que recebeu “convites de muitas empresas e países para ser consultor”, mas não aceitou porque “não nasceu para isso”. Num termo de declaração de quatro páginas obtido por ÉPOCA, ele sustenta que todos os eventos para os quais foi contratado estão contabilizados em sua empresa L.I.L.S. – um acrônimo de seu nome. Foi por meio dela que Lula ficou milionário desde que deixou o Palácio do Planalto, em 2011.
ÉPOCA obteve cópia dos contratos privadosnotas fiscais edescrições das relações entre o ex-presidente e sua principal contratante. Nomeado projeto “Rumo ao Caribe”, as viagens de Lula bancadas pela Odebrecht inauguraram um padrão de relacionamento do ex-presidente, poucos meses após deixar o Planalto, com a empreiteira-chave da Lava Jato.  Ao longo dos últimos quatro anos, a L.I.L.S. foi acionada para que Lula desse 47 palestras no exterior, muitas a convite de instituições. Sua maior cliente é, de longe, a Odebrecht.
Contratos assinados entre Lula e Odebrecht (Foto: reprodução)



















A construtora que lidera a lista das patrocinadoras de Lula pagou quase R$ 4 milhões para o ex-presidente fazer dez palestras. Além disso, bancou os custos das viagens para países em que possui obras financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como Angola e Venezuela. Esses gastos de R$ 3 milhões, ao câmbio da época, incluem transporte e hospedagem em hotéis “5 estrelas ou superior”, com dormitório com cama king size, sofás, frutas, pães, queijos, frios, castanhas, água, refrigerantes normais e do tipo “zero” e, em alguns casos, fora do contrato, bebidas alcoólicas. As contratantes eram responsáveis por fretar aeronaves particulares. Ter Lula como palestrante custava caro. Mas, na maioria das vezes, valia muito a pena. 
O “Palestrante” Lula (grafado desse jeito pela própria empresa em seus papéis internos) passou a ser mobilizado para atuar em locais onde a Odebrecht enfrentava pepinos em seus contratos. Em 1º de maio de 2011, Lula se comprometeu, por R$ 330 mil, a desembarcar na Venezuela no início de junho para falar sobre os “Avanços alcançados até agora pelo Brasil”. A descrição das atividades que constam da cláusula 1.1 do contrato dizia que o “Palestrante” não participaria de qualquer outro evento além daqueles descritos “exaustivamente” no anexo 1. O tal anexo, no entanto, possui duas linhas que mencionam apenas que o ex-presidente ficaria hospedado no Hotel Marriott de Caracas. Quando superposto aos documentos doInstituto Lula sobre o mesmo evento, vê-se que Lula se encontrou com o empresário Emílio Odebrecht, pai de Marcelo Odebrecht, hoje preso em Curitiba, e com o então presidente venezuelano, Hugo Chávez, morto em 2013. Era um momento de tensão entre o governo venezuelano e a empreiteira, que cobrava uma dívida de US$ 1,2 bilhão.
Telegramas sigilosos do Itamaraty sugerem que Lula e Chávez trataram sobre a dívida. A Odebrecht construía, desde 2009, a linha II do Metrô de Los Teques e a linha 5 do Metrô de Caracas. Fruto de uma negociação entre Lula e Chávez, o projeto foi irrigado com US$ 747 milhões (R$ 1,2 bilhão, em valores da época) em empréstimos do BNDES. A pressão de Lula surtiu efeito. Quatro dias após a visita do ex-presidente a Caracas, Chávez se encontrou com a presidente Dilma em Brasília. Naquele momento, a dívida com a Odebrecht já estava acertada. As duas obras são investigadas pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União. A principal suspeita, conforme revelou ÉPOCA em maio, é que os recursos tenham sido utilizados de forma irregular e de maneira antecipada sem o avanço do projeto – o dinheiro chegou, mas a obra não andou.
Em seu depoimento ao Ministério Público, Lula disse que não é lobista e “não nasceu” para ser consultor
Em alguns casos, as viagens de Lula eram sucedidas por concessões de empréstimos do BNDES para obras de infraestrutura no país.Angola é um exemplo disso. Desde 2011, a Odebrecht foi a que mais recebeu financiamentos do BNDES no país africano, que está no topo da lista de recursos destinados pelo banco para exportação. Entre abril de 2011 e abril de 2014, foram liberados US$ 3,1 bilhões dos cofres do BNDES para a Odebrecht. Nos dias 30 de junho e 1o de julho de 2011, Lula foi contratado pela Odebrecht para dar uma palestra na Assembleia Nacional em Luanda, capital da Angola, sobre “O desenvolvimento do Brasil – modelo possível para a África”. Em seguida, Lula se reuniu por 40 minutos com o presidente do país, José Eduardo dos Santos. Após a conversa, Lula se encontrou com Emílio Odebrecht e com diretores das empreiteiras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Lula aterrissou em São Paulo no dia 2 de julho, à 0h30. No dia 28 de julho de 2011, o BNDES liberou um empréstimo de US$ 281 milhões (R$ 455 milhões, em valores da época), tão aguardado pela Odebrecht, para a construção de 3 mil unidades habitacionais e desenvolvimento de infraestrutura para 20 mil residências em Angola.
No dia 6 de maio de 2014, Lula e Emílio Odebrecht voltaram a se encontrar em Angola. O ex-presidente viajou, numa aeronave cedida pelo governo angolano, de Luanda para a província de Malanje, onde visitou a usina de açúcar e etanol Biocom, sociedade entre a Odebrecht Angola e a Sonangol. Em depoimento de sua delação premiada, o lobista Fernando Soares, o Baiano, disse que se associou ao empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula, para viabilizar a palestra do ex-presidente em Angola. Baiano atendia a um pedido de um general angolano, interessado no negócio. Lula estava a todo momento acompanhado por Emílio Odebrecht, pela ex-ministra do Desenvolvimento Social Márcia Lopes e pelo ex-deputado federal Sigmaringa Seixas, além de autoridades angolanas. Na manhã do dia seguinte, o ex-presidente teve uma reunião de cerca de uma hora com o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Nesse encontro, discutiram, entre outros assuntos, a linha de crédito do BNDES para a construção da hidrelétrica de Laúca, segundo telegramas do Itamaraty. Em dezembro do ano passado, sete meses após a visita de Lula, o ministro de finanças de Angola, Armando Manuel, assinou o acordo de financiamento com o BNDES. Em maio deste ano, o presidente do banco, Luciano Coutinho, deu o último aval para a liberação de um empréstimo que pode chegar a US$ 500 milhões (R$ 1,5 bilhão). Questionado pelo Ministério Público, Lula disse que “nada foi referido sobre o financiamento do BNDES para a construção da hidrelétrica de Laúca e que o presidente José Eduardo nunca tratou desses temas”, embora documentos oficiais do Itamaraty mostrem uma versão diferente. “Não passa de uma ilação, porque o comunicante (do Itamaraty) não teria participado da reunião”, disse Lula.
EFICIENTE Lula com Hugo Chávez em Caracas, em 2011, e trechos de seus contratos com a Odebrecht (abaixo). Após uma palestra de Lula, o governo venezuelano pagou uma dívida com a Odebrecht (Foto: Jorge Silva/Reuters)
Lula com Hugo Chávez em Caracas, em 2011, e trechos de seus contratos com a Odebrecht. Após uma palestra de Lula, o governo venezuelano pagou uma dívida com a Odebrecht (Foto: reprodução)




































Em suas viagens pela América Latina e pela África, Lula era acompanhado de perto pelo diretor de relações institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, apontado como o lobista da construtora na Operação Lava Jato. Após quatro meses preso em Curitiba, no Paraná, o executivo foi libertado na sexta-feira pordecisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki. O contrato original, que selou a parceria da Odebrecht com Lula, leva a assinatura de Alexandrino e de Paulo Okamotto, braço direito do ex-presidente. Lula e Alexandrino se conhecem desde os tempos de Lula no Planalto. A proximidade entre eles era tão grande que se cumprimentavam com um beijo no rosto. Essa intimidade se intensificou após 2011, quando Lula passou a defender, ao lado de Alexandrino, os interesses da Odebrecht no exterior. Um relatório de perícia do MPF sobre os movimentos migratórios de Lula e o ex-funcionário da Odebrecht aponta que os dois companheiros compartilharam ao menos cinco voos juntos nos últimos quatro anos, de acordo com dados extraídos do sistema de tráfego internacional da Polícia Federal. Nesta semana passada, no depoimento ao Ministério Público, Lula manteve uma distância olímpica do amigo ao dizer que “Alexandrino era representante da Odebrecht, não sabendo precisar o cargo; que só tinha relação profissional com Alexandrino”.
Um mapa, um negócio (Foto: Revista ÉPOCA/Reprodução)
Um mapa, um negócio (Foto: Revista ÉPOCA/Reprodução)




























































Um dos destinos da dupla foi uma caravana para Cuba e República Dominicana entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro de 2013. Lula recebeu R$ 373 mil pelas palestras. Naquela ocasião, Lula visitou o Porto de Mariel, parceria entre a Odebrecht e o governo cubano. Ao todo, a obra recebeu US$ 832 milhões do BNDES com um prazo para pagamento de 25 anos – e com uma parte das garantias atreladas à produção de fumo na ilha. Quatro meses após a passagem de Lula por Cuba, o banco estatal brasileiro liberou a quinta parcela do financiamento do projeto, de US$ 229,9 milhões (R$ 482,7 milhões), que estava represada devido ao atraso nos pagamentos e à falta de garantias para a operação. Em 31 de janeiro, Lula desembarcou na República Dominicana, onde se encontrou com o presidente Danilo Medina. E lá foi o líder petista visitar, novamente, outro canteiro de obras da Odebrecht. Seis meses depois, a Odebrecht conseguiu mais US$ 114 milhões (R$ 228 milhões) do BNDES para desenvolver o corredor Viário Norte-Sul no país.
Procurada, a Odebrecht afirma por meio de nota que mantém “uma relação institucional e transparente com o ex-presidente Lula. O ex-presidente foi convidado pela empresa para fazer palestras para empresários, investidores e líderes políticos sobre as potencialidades do Brasil e de suas empresas, exatamente o que têm feito presidentes e ex-presidentes de outros países, como Estados Unidos, França e Espanha”. A Odebrecht nega que Lula tenha feito lobby em seu favor junto a governos estrangeiros. O depoimento de Lula pode ter sido agradável, mas o Ministério Público Federal no Distrito Federal estuda formar uma força-tarefa de procuradores para investigar as suspeitas de tráfico de influência. Pediu até o compartilhamento de provas da Operação Lava Jato que mencionem o ex-presidente, a Odebrecht e o BNDES.
*Via Revista Época