sábado, 14 de março de 2015

Nunca antes neste país!


Venho observando as notícias sobre as investigações da operação "Lava Jato". Como a maioria dos brasileiros, permaneço cética em relação aos resultados concretos, sempre adiados e depois esquecidos por todos, inclusive pelos mais revoltados cidadãos brasileiros. Procuramos o culpado (ou culpados), pelo frustrante resultado e infelizmente, não sabemos a quem debitar a conta.
Como magistrada participei de diversas operações policiais grandiosas envolvendo autoridades. Fui juíza rigorosa e atenta, mas pouco pude ver de concreto nos processos que consumiram grande parte do meu tempo como julgadora. O que vi foram resultados muito aquém dos esforços e gastos na condução do processo. Portanto, falo com a propriedade de quem conhece o sistema nas suas entranhas. Os únicos processos grandes, envolvendo corrupção da cúpula do poder com resultados visíveis foram: o determinante do impeachment de Collor, quando ficou provado ele ter recebido propina - representada por um Fiat; o Mensalão, quando as provas evidentes do processo deixaram o STF, sem alternativa senão a condenação.

Para não parecer pessimista, basta lembrar dentre os maiores escândalos financeiros envolvendo altos figurões da República e desvios de recursos públicos, cujo destino já se sabia de antemão - iriam para as campanhas eleitorais e engordariam as contas pessoais dos candidatos e seus parceiros: Anões do Orçamento (1989 a 1992, 800 milhões dentro do Congresso Nacional); Vampiros (1990 a 2004, 2,4 bilhões, fraude a licitações dentro do Ministério da Saúde); TRT de São Paulo (1992 a 1999, 923 milhões, envolvendo o Senador Luiz Estevão e o Juiz conhecido como Lalau); BANESTADO (1996 a 2000, 42 milhões, no Estado do Paraná); Banco Marka (1999, 1,8 bilhões, dentro do Banco Central; Pobre Amazônia (1998 e 1999, SUDAM, 214 milhões); Máfia dos Fiscais (1998 a 2008, 18 milhões, Câmara dos Vereadores de São Paulo); Mensalão (2005, 55 milhões, Câmara Federal, envolvendo o PT); Sanguessugas (2006, 140 milhões, envolvendo 3 senadores e 70 deputados); Operação Navalha (2007, 610 milhões, envolvendo o Ministério das Minas e Energia, nove Estados, o DF e a empresa Gautama). Todos esse escândalos foram investigados pela Polícia Federal, monitorados pelo Ministério Público Federal e processados pela Justiça. Mas, houve punição adequada?

Como vemos, a descoberta das falcatruas na Petrobras, conhecidas por todos desde as eleições de 2010, foram repetidas com maior perfeição nas eleições de 2014 e antes do segundo turno o governo se mobilizou politicamente para abafar as investigações: esvaziou a CPI da Câmara, tentou desconsiderar o magistrado Sérgio Moro, disse que se tratavam de investigações de cunho politico-partidário patrocinadas pela oposição e conseguiu retardar o que só agora vem a tona, com força total, pouco menos de um mês após a apuração de todas as urnas e a reeleição da Presidente. 

Hoje comprova-se que não é especulação ou invenção eleitoral e sim uma certeza - pelo que já está apurado por documentos e declarações - trata-se do maior escândalo de corrupção do Brasil, alcançando a cifra de 60 bilhões retirados de uma única empresa, a Petrobras. Os mandantes e beneficiários estão ligados diretamente ao governo federal, pertencem ao PT e aos partidos que dão sustentação política a Dilma, via as maiores empreiteiras do país. Os empreiteiros, presos provisoriamente, já com a experiência do Mensalão, de que os figurões políticos conseguem a liberdade, estão aderindo maciçamente ao instituto da delação premiada.

Diante do quadro que se tem no momento, quando tudo parece levar ao caso do – sem saída para o governo que promoveu, ou ao menos chancelou o absurdo desfalque, somos surpreendidos com a fala presidencial, que se apossou da corrupção perpetrada para dizer em alto e bom som: "nunca antes neste país o Governo promoveu tão séria e severa investigação pela MINHA Polícia Federal, pelo MEU Ministério Público e pela MINHA Justiça Federal". Tudo virou Governo (e do Governo), porque não mais se tem a noção do que seja Estado e do que seja Governo. Tudo é uma coisa só.

O Ministro da Justiça, no mesmo diapasão, com a voz embargada por uma teatral indignação, disse: "estamos investigando, a Presidenta quer o maior rigor nas apurações, mas não vamos admitir o terceiro turno". E como já é de costume, como aconteceu no caso do Mensalão, alias, o governo afirma nada saber. Porém, é difícil acreditar que a milionária campanha eleitoral governista, tenha sido bancada unicamente com o dinheiro do fundo partidário e doações espontâneas das empresas. Não acredito que assim pensem a Polícia Federal (quase sucateada nesses quatro últimos anos) e o Ministério Público. E muito menos, que se acredite que os brasileiros são cegos a ponto de não verem o que está realmente acontecendo.

A Presidente se elegeu com 53 milhões de votos e com o auxílio de 39 milhões de eleitores que lavaram as mãos ao darem seu voto em branco ou nulo. Mas nós estamos vigilantes e mobilizados em nome da verdadeira democracia, da ética e da cidadania para, como oposição e testemunhas históricas, exigirmos maior rigor e pudor nas condenações. Não vamos esmorecer. Exigimos apuração séria e competente não pela Polícia de Dilma, mas pelas instituições democráticas deste país, nascidas antes do PT. 
* Eliana Calmom

Depois da gastança eleitoreira, Fies fica sem dinheiro, engana os alunos e frustra milhares de estudantes no Brasil.


Após aumento de gastos, Fies terá limite de vagas por instituição e será unificado nos moldes do Sisu, segundo o secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa; de 2010 até 2014, o custo do programa cresceu 13 vezes - saltou de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,4 bilhões, em valores corrigidos; por outro lado, a média anual de aumento de alunos nas instituições particulares passou de 5%, entre 2003 e 2009, para 3% de 2010 até 2013.
Foi gastança eleitoreira inconsequente.
Quem paga o pato são milhares de estudants que acreditaram nas promessas de Dilma e do PT.
Estudantes do Brasil inteiro estão com dificuldades para acessar a página do Fies na internet e pedir o financiamento estudantil. Muitos estão tentando resolver o problema diretamente nas faculdades. Em São Paulo, centenas de alunos viraram a madrugada na fila.
“É um absurdo, uma falta de respeito totalmente com os alunos”, afirmou uma estudante ao Jornal Nacional, ontem. 
Os estudantes estão com problemas para acessar a página do Fies na internet desde o fim do mês passado. Sem o financiamento estudantil, eles não têm como pagar a mensalidade.

Porque hoje é Sábado, uma bela mulher.

A bela modelo brasileira Carla Prata

sexta-feira, 13 de março de 2015

Oposição.


Quem planta vento colhe tempestade, ou: O PT radicalizou ignorando a Lei de Newton.

Invasores do MST: radicais que formam o braço-armado do PT
Tive um bate-papo civilizado ontem com um marxista. Sim, descobri que isso é possível. Trata-se de Luiz Carlos Prestes. Calma, não fui a uma sessão espírita com direito à psicografia. Falo do filho do antigo líder comunista. Temos uma amiga em comum. Prestes trabalha com economia da cultura e seu objetivo, agora, tem sido unir esforços em defesa da democracia. Não gosta do PT. Conseguimos, portanto, encontrar algum denominador comum, ainda que, confesso, seja difícil eu aceitar na mesma frase marxismo e democracia: ambos são incompatíveis na prática.
Com fala tranquila (na forma), Prestes se mostrou preocupado com o radicalismo que vem tomando conta do país, onde paixões extremadas impedem qualquer raciocínio mais frio. É preciso pensar o futuro do país, unir lideranças de diferentes vertentes ideológicas para deixar as diferenças de lado e resguardar nossa democracia, hoje ameaçada. Quem são esses líderes moderados? Ambos reconhecemos que FHC tem tentado fazer sua parte, ainda que eu tenha críticas à sua postura um tanto negligente com o PT.
Confesso que considero um tanto irônico o desejo de maior moderação partindo de quem elogia o MST. Mas deixando isso de lado, o conteúdo da mensagem é válido: o Brasil poderia aproveitar um pouco mais de moderação nos debates políticos. O clima está tenso, há extremistas para todo lado, e tem gente querendo dar um golpe de lá (bolivariano) ou de cá (intervenção militar). O país necessita, neste delicado momento, de lideranças que consigam evitar o radicalismo e a tentação de jogar lenha na fogueira.
Foi o tema da coluna de Demétrio Magnoli hoje no GLOBO. Após falar dos malucos do Estado Islâmico, que querem destruir obras de arte para, com isso, destruir o passado e controlar o futuro (sombrio), Demétrio chegou na realidade política nacional, e concluiu:
A fabricação de uma história caricatural, apoiada na dicotomia fácil, contraria a regra implícita da democracia, que é o reconhecimento da legitimidade da divergência. No PT e nos seus tentáculos acirra-se o extremismo retórico. Envenenado, o debate público afunda no pântano da intolerância, degradando-se em briga de rua. É nessa atmosfera impregnada que, como reação, configura-se uma narrativa simétrica, alicerçada em visceral aversão ao lulopetismo. De acordo com ela, o PT não passaria de uma “quadrilha” de celerados consagrada à espoliação do país, enquanto os governos lulopetistas representariam um longo, insuportável, parêntesis na gloriosa jornada nacional.
A crise do governo de Dilma Rousseff inflama a nossa “guerra de memória”, que se esparrama perigosamente dos casulos da internet para o cenário da praça pública. Numa ponta, um Lula acuado, quase ensandecido, convoca o “exército de Stédile”. Na outra, patéticos radicais de salão pregam o extermínio do lulopetismo a golpes judiciais. Quando se celebram os 30 anos do fim do regime militar, renunciamos ao debate democrático. Preferimos esburacar touros alados virtuais com furadeiras de brinquedo.
Demétrio tem um ponto, como Prestes também tem. Mas acho que erram ao jogar os dois extremos no mesmo saco, ignorando que um, representado por parcela ínfima da população e longe do poder, é reflexo do outro, organizado e no poder. O PT vem adotando uma retórica de “nós contra eles” há muito tempo, segregando a população, jogando uns contra os outros como uma estratégia de poder. É natural que isso tenha reação, como sabem aqueles que conhecem a Terceira Lei de Newton.
A internet faz sua parte, acirrando os ânimos e ajudando a criar um clima de “Fla x Flu”. Mas até aqui há uma explicação alternativa que não deve ser ignorada: após décadas de hegemonia da esquerda na cultura, nas escolas e universidades, e até na imprensa, a direita encontrou finalmente sua voz nas redes sociais. Não nego que em muitos casos isso significou um radicalismo tosco, mas as pessoas estavam cansadas de ver radicais de esquerda tratados como “moderados”.
Como autor de um blog bastante visitado pela direita, posso atestar que esse clima de radicalismo existe mesmo. Quando ousei tecer críticas aqui a Jair Bolsonaro, por exemplo, fui alvo de ataques raivosos de muita gente. Passei automaticamente a ser visto como um traidor, um covarde, ou quase um petista! É uma postura que em nada contribui para a formação de um Brasil melhor, plural e democrático.

Bolsonaro, uma voz mais radical da direita, mas uma reação natural ao extremismo da esquerda.
Já reparei, também, que boa parcela dos leitores quer mesmo ver o circo pegar fogo. Adora quando um deles, do lado de lá, é massacrado, desmascarado, destruído. Os artigos mais profundos, com mais filosofia política e argumentos impessoais, atraem bem menos audiência. Já uma carta contra um idiota feito Juca Kfouri, que merecia ser simplesmente ignorado, fica viral, é lida por mais de 150 mil pessoas em dois dias, e recebe quase 30 mil curtidas. A turma quer duelos, chega ao blog com sangue nos olhos.
Não consigo culpá-los tanto quando lembro que é o PT no poder. Eis meu ponto aqui: tudo isso, que não é positivo para o futuro do Brasil, é uma consequência dos atos petistas. Demétrio rejeita a ideia de que o PT seria uma “quadrilha”, mas pergunto: e não parece justamente isso? Uma quadrilha disfarçada de partido político? Então quer dizer que reconhecer um fato agora passou a ser coisa de radical? Não posso aceitar isso.
A esquerda multiculturalista europeia plantou as sementes do caos, ao ignorar por décadas os alertas de liberais e conservadores de boa estirpe. Deixaram o monstro do islamismo radical crescer em seu próprio quintal, e o “welfare state” quebrar os governos. Tudo isso produziu um ambiente favorável aos representantes da direita radical, como Le Pen. Mas vejam: é um resultado do esquerdismo incompentente!
No Brasil é a mesma coisa. Quando um partido radical e golpista como o PT chega ao poder, começa a adotar uma agenda claramente chavista, aparelha o estado todo, e a “oposição” adota uma postura pusilânime como a do PSDB, é natural que vozes mais radicais da direita conquistem espaço. É o efeito esperado da conivência ou negligência com os radicais de esquerda, tratados por muitos como moderados, o que definitivamente não são.
Por isso estou convencido de que qualquer saída para o impasse do radicalismo passa pela retirada do PT do poder. Enquanto essa turma estiver no poder, adotando esses métodos nefastos e abjetos, será difícil condenar o extremismo de quem não suporta mais o lulopetismo. Qualquer pessoa razoável, afinal, não aguenta mais o PT, suas mentiras, seu discurso segregacionista. Moderação é algo possível somente quando o PT for apeado do governo, estiver longe do poder.
Não desejamos exterminar o PT com “golpes judiciais”, e sim com a aplicação das leis vigentes no país e com a persuasão de maior parcela da população. O PT faz muito mal ao Brasil. Precisa ser politicamente destruído, ou então destruirá de vez nosso país. Enquanto isso não acontece, teremos de conviver com os radicais da direita, como aliados táticos contra um risco muito maior, que é a transformação do Brasil numa Argentina ou Venezuela.
Meu sonho é viver num país que possa debater democrática e civilizadamente quais os melhores rumos para a nação. Isso envolveria a parcela da esquerda mais civilizada, que é a social-democracia representada pelos tucanos, os liberais, e os conservadores de boa estirpe. Marxistas e reacionários não teriam vez nessa pluralidade democrática, pois não respeitam a democracia para começo de conversa. Infelizmente, estamos longe desse ideal. São os radicais que estão dando as cartas. E são os radicais de esquerda que estão no poder, destruindo nossa democracia de dentro dela. Chega!
*Rodrigo Constantino

“Dilma, que tal Maquiavel com Dalva de Oliveira?”, por José Serra.

O segundo governo Dilma passa a sensação de um doente em estado terminal, apesar de ter cumprido somente 1/24 de seu mandato constitucional, o correspondente à primeira hora de um dia. Além de ser considerado o responsável pela “receflação” — recessão com inflação — que atinge a economia brasileira, alimenta a percepção de que não oferece soluções convincentes para modificar esse quadro.
Há um ano, comentando os estertores do primeiro governo Dilma, escrevi: “Para quem não sabe aonde vai, todos os caminhos são bons. Quando, no entanto, quem está sem rumo comanda um país, aí todas as escolhas são ruins”. O futuro, que é o nosso presente, infelizmente, me deu razão. O governo, como comprovou a presidente em cadeia nacional no Dia Internacional da Mulher, esgotou até o seu estoque de desculpas. Já não tem o que dizer. Note-se que, desta vez, a fim de se proteger do humor ferino dos críticos, nem se atreveu a culpar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pela crise econômica, preferindo escolher a economia mundial como bode expiatório. Com a vantagem adicional de que esta não pode se defender…
O quadro econômico internacional não explica, é evidente, as vicissitudes da nossa economia: nem é tão feio assim nem seus efeitos são comparáveis aos dos choques sofridos durante o governo do general Figueiredo, a partir de 1979, ou ao longo dos dois mandatos de FHC. Essencialmente, o que se tem hoje é o fim do milagre dos preços siderais das commodities exportadas pelo Brasil, acompanhado do acirramento da concorrência nos mercados de exportação de produtos manufaturados. Nada que um país economicamente arrumado, no seu devido tempo, não pudesse enfrentar.
A verdade é que os fatores que complicaram o desempenho da economia brasileira nos últimos anos nasceram aqui, não lá fora, e vieram à luz no segundo governo Lula: subinvestimento em infraestrutura, carga tributária sufocante e megavalorização cambial. A combinação desses fatores minou a competitividade da nossa economia, elevou o déficit externo em conta corrente até níveis perigosos, desestimulou os investimentos privados e promoveu a marcha forçada da desindustrialização do país – a tragédia econômica brasileira do início deste século. Hoje, a participação da indústria de transformação no PIB voltou aos níveis de 1946.
O governo Dilma, iniciado em 2011, apostou em mais do mesmo em vez de promover o ajuste necessário. Basta lembrar a marcha lenta dos investimentos na infraestrutura, objeto até de ideias alucinadas, como a do trem-bala; a insanidade dos projetos da Petrobrás, que cedo comprometeram seu fluxo de caixa e turbinaram um endividamento enlouquecido; a compulsão do populismo eleitoral, que levou aos píncaros o arrocho dos preços dos derivados de petróleo e da energia elétrica.
Às atuais desventuras econômicas — queda da produção, deterioração do emprego e dos rendimentos das famílias, inflação alta, ataque especulativo contra o real – somam-se os efeitos da percepção do estelionato eleitoral de 2014 e a convicção de que a corrupção, mais do que um desvio de conduta, virou, no caso do PT, um método de governo.
Como era esperado, depois de reeleita Dilma não recebeu nenhum crédito de confiança para adotar medidas difíceis, ao contrário do que acontece com governantes novos. Afinal, seu primeiro governo tinha aprofundado os desajustes da economia. E, na campanha, ela escolhera desconversar sobre a crise, prometer o céu para todos e demonizar seus adversários.
Agora, tendo pouco mais do que terra seca, economia anêmica e população entre insegura e indignada, a presidente vê-se sem direito moral para pedir sacrifícios. Um começo razoável teria sido confessar bravatas anteriores e assumir com humildade os erros cometidos.
O inferno astral se completa com o fato de que a política de ajuste que o governo delegou à dupla Levy-Barbosa amplia os desajustes a curto e médio prazos e gera insegurança sobre o longo prazo. A recessão encolhe as receitas tributárias e, tudo o mais constante, pressiona o déficit público que se pretende combater. A elevação dos juros promovida depois da eleição aumentou as despesas anualizadas em R$ 27 bilhões, equivalentes a 40% da meta de superávit primário fixada para este ano!
A elevação dos juros, diga-se, ocorreu com a economia em declínio e a inflação turbinada pela alta dos preços administrados. Além disso, não é um aumento de 2 pontos na taxa que vai reverter a alta do dólar. Por isso mesmo, o principal argumento para justificá-la é a deterioração das expectativas, a mesma, aliás, que justifica o monumental aperto de crédito e a suspensão de linhas de financiamento da atividade econômica, fator que fecha o círculo e garante o prolongamento da contração da economia brasileira. E não vale culpar o Congresso por tropeços do ajuste. Como demonstrou matéria do jornal “Valor”, apenas 20% da economia fiscal pretendida dependem de aprovação legislativa. E uma parte desse percentual certamente será aprovada.
O programa de ajuste é só parte da tarefa. Ficam faltando reformas que abram caminhos para o crescimento e a reindustrialização do Brasil, sem a qual viraremos sócios-atletas do clube dos países submergentes. Dois exemplos entre muitos outros: a implementação de uma política de comércio exterior digna desse nome e a aceleração dos investimentos em infraestrutura, que já eram medíocres e que vão literalmente degringolar caso não sejam retomadas e multiplicadas as concessões e parcerias público-privadas.
Maquiavel é sempre tentador em momentos de crise. Os petistas devem ter se conformado com a síntese pobre de fins supostamente nobres que justificam os meios mais perversos. Por isso chegamos a este ponto. Proponho outro trecho, que sintetizo: o Príncipe não precisa se preocupar com conspirações quando o povo está satisfeito. Mas, se este lhe é hostil e lhe devota ódio, então há o que temer. Se “O Príncipe” se mostrar obra por demais complexa, sugiro, como último recurso, a saída Dalva de Oliveira: “Errei, sim!” Quem sabe…
*José Serra, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo 

Dois pesos e duas medidas.


quinta-feira, 12 de março de 2015

Dilma se transforma no(a) Presidente(a) mais impopular de todos os tempos.

Foto arte: Blogdomariofortes.blogspot.com.br

APENAS 7% dos brasileiros com Direito ao voto consideram bom UO Ótimo o Governo de Dilma Rousseff, constatou a Pesquisa monitorada Diariamente Cabelo Palácio do Planalto. Nunca Antes Neste planeta hum governante eleito NAS urnas despencou Pará hum índice Tão desastroso AINDA nsa Primeiros 100 dias de Mandato. E Mais Que hum Recorde Mundial de impopularidade. E UMA marca de tal forma Impressionante Que ASSIM Que hum Própria Campeã Parece Capaz de Supera-la.   
Cinco Observacoes comprovam Que OS 7% de Dilma equivalem a Correr 100 metros EM Menos de 8 Segundos:
1. Pela Primeira vez desde a Invenção da de Popularidade, a taxa de aprovação do chefe de Governo em hum Seu Começo Coube num algarismo ASSIM.
2. Para Descer hum hum dígito, Dilma TEVE de Recolher a taxa de bom UO Ótimo em 40 Pontos percentuais NUM PERÍODO Inferiores uma Quatro meses.
3. A presidente reeleita no Fim de outubro com Mais de 54 Milhões de Votos NÃO Iria Além de 10 Milhões Neste Começo de março.
4. Os 51 Milhões Que votaram contra o PT NÃO turno Segundo Vão Chegando a 70 Milhões.
5. vésperas de Como Fazer impeachment, Fernando Collor desceu a 15% de UO bom Ótimo ─ Mais Que o dobro da marca da nova recordista.
Se o regime fosse parlamentarista, O poste fabricado POR Terios Lula fóruns caido do Planalto Duas Semanas DEPOIS da posse. Se o Código do Consumidor fosse INCORPORADO à Legislação eleitoral, Milhões de iludidos Pela propaganda enganosa estariam exigindo AOS berros a devolução do voto desperdiçado num PRODUTO de quinta categoria. Como nestes trêfegos Trópicos vigora o presidencialismo imperial, Dilma EO PT sonham com Mais Quatro Anos de tapeação.
Apavorados com o Sucesso do Programa Minha Cara, Minha Vaia, insones manifestations Como COM de rua Que ampliarão a Campanha Pelo impeachment UO Pela Renúncia da presidente, farsantes OS nenhuma Poder Vão decerto fingir Que sos 7% São consequencia da crise Econômica internacional. Nada a ver com hum Incompetencia precedentes SEM, Nem com Uma roubalheira monumental Fazer Petrolão. E dura a vida de Quem enfrenta hum golpista elite.
Os Jornalistas estatizados juraram ATÉ Ontem Que Toda Demonstração de hostilidade a Dilma E Coisa de gente rica, that EUA panela francesa, dez de Barriga Cheia e odeia a Presença de ex-Miseráveis ​​Aeroportos EM. Segundo o coro dos contentes Colunistas, O Que há E UMA guerra movida Pelos endinheirados contra OS Desvalidos e Humildes OS, that continuam apaixonados POR Lula é Sua afilhada.
Se é Assim, um logotipo oficial Imprensa enxergará o Lado bom Fazer Recorde desmoralizante: visto de Perto, E UMA prova Que o lulopetismo cumpriu a Promessa de Acabar Com Os Pobres. Pelo Que Uma Pesquisa Diz, Entre OS brasileiros Que votam restam Só 7%.
* Texto de Augusto Nunes

quarta-feira, 11 de março de 2015

Porque o Ministro Tofolli quer julgar o "petrolão"?


Indicado por Lula, e anteriormente advogado fiel defensor do PT, diz o Jornal O Estado de São Paulo, que Tofolli quer "evitar empates" nas votações e decisões da segunda turma.

*Leia mais no Estadão.

Quem julgará (ou salvará) salvará os envolvidos no "petrolão"?





Vejamos este texto retirado de autoria de Frederico Vasconcelos, no Blog do Fred:
"Em artigo sob o título “Obstáculos do petróleo” o jornalista Merval Pereira trata, em sua coluna no jornal “O Globo“, de tema já abordado neste Blog: as atenções voltadas para a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que deve julgar o processo do "petrolão".

Dilma Rousseff deverá indicar dois novos ministros para as vagas de Joaquim Barbosa, que antecipou a aposentadoria, e de Celso de Mello, que completará 70 anos e deverá deixar a Corte até novembro.
“A partir de fevereiro, veremos um desfile de políticos com mandato fazendo ameaças ao Supremo e pressionando o Palácio do Planalto, especialmente na escolha dos novos ministros que comporão a Segunda Turma”, prevê o jornalista.
Merval acredita que as condições políticas deverão mudar o processo de aprovação dos nomes pelo Senado, “com a oposição também disposta a sabatiná-los duramente”.
“Um caso como o do ministro Dias Toffoli, indicado para o STF depois de ter sido advogado do PT e do ex-ministro José Dirceu, hoje teria dificuldade de ser aceito pelo Senado. Provavelmente nem mesmo o governo arriscaria mandar um nome tão ligado ao PT para análise do Congresso”.
Ainda segundo o colunista, as condições políticas hoje dificultam indicações como as de Luís Adams, advogado-geral da União, ou do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo."
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Não importa quem for nomeado para as duas vagas do Supremo, na Segunda Turma. O esquema de corrupção da Petrobras e das outras estatais etc. é tão grave que nenhum ministro terá ousadia e desfaçatez de arriscar sua carreira e sua reputação para inocentar os envolvidos ou reduzir as penas, como ocorreu no Mensalão. Podem apostar. (C.N.)
COMENTO: Concordo em parte contigo, meu caro Fred! Mas não creio que algum Ministro indicado pela dupla Lula/Dilma esteja preocupado com o fato de "arriscar" sua reputação para inocentar os envolvidos no "petrolão"!
Para mim dar-se-á um jeito ou encontra-se-á uma fórmula, no STF, de abrandar a pena e até de livrar a cara de muitos políticos envolvidos no escândalo da petrobras.
E ainda arrisco: Se houvesse uma renúncia voluntária de Dilma talvez tudo "isso" fosse arquivado. Eis aí a prova: 
"O PT é rápido.
O ministro Dias Toffoli requereu a transferência da Primeira para a Segunda Turma, a fim suprir a vaga deixada por Joaquim Barbosa. Ou seja, vai julgar -- e na condição de presidente -- as ações penais do petrolão."
* http://www.oantagonista.com/posts/o-pt-e-rapido

Enio Mainardi responde a uma mercenária criatura do PT.

“Mainardi: o objetivo é liquidar Dilma e Lula. Pai do Diogo revela a finalidade das manifestação pelo impítim.”
O jornalista Paulo Henrique Amorim, reproduziu literalmente um twitter de alguém que fez comentários covardes sobre mim.

Ora, se ele repete acriticamente o que outro escreve, é porque concorda com o que foi escrito. É como se dissesse “…também acho isso”.


Bom querido jornalista, eu gostaria de te xingar de muitos nomes. Mas me faltam palavrões suficientes, criatura do PT. Aliás, achei de repente um bom xingamento: “criatura do PT”. Você “diz” que quero o Lula e a Dilma liquidados. No sentido de “assassinados”.
Não pegue esse significado, rapaz. O que eu gostaria é que a Dilma e o Lula fossem “liquidados politicamente”, para todo o sempre. Esclarecido? (…como se precisasse).
Na ânsia de me atacar, ele também revela que “…a finalidade das manifestações é o impixi.” Que ele vê, chocado! como se isso fosse uma espécie de crime lesa-pátria.
Paulinho, meu querido… você disse uma verdade, finalmente! Impixar o casal petista é mesmo minha razão pessoal para sair à rua, dia 15.
E faltando outros argumentos para me atacar, ele também afirma que escondi o Pimenta depois que ele atirou e matou sua namorada. Numa espécie de acoitamento.
Besteira, criatura do PT. Eu abriguei o Pimenta sim, grande amigo, por algumas horas, enquanto chegava seu advogado – para então ele se entregar. Como aconteceu. No processo do Pimenta nem citaram o meu nome.
Enfim… infelizmente, para o Paulo, eu não assaltei a nação como fez o PT, com escândalos que colocaram a nação à deriva, tantos foram seus crimes. Se eu tivesse feito isso, imagine como o Paulinho teria deitado e rolado de satifação, com mil editoriais. Mas como trata-se do PT o vilão maldito…nosso prezado jornalista mercenário se cala e vai buscar o dele no caixa.

*ÊNIO MAINARDI, publicitário

Mentindo e gastando o dinheiro do povo.

A presidente Dilma Rousseff fez, ao longo de seu primeiro mandato, 20 pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e TV. As aparições custaram R$ 1,4 milhão aos cofres públicos, segundo informações da Agência Estado. O dinheiro poderia ser usado para construir 24 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.

*Leia mais: http://migre.me/oXNVk

terça-feira, 10 de março de 2015

Aos gritos, Dilma ameaçou demitir Cardozo.

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A citação de Dilma Rousseff encabeçando a Lista de Janot, com a justificativa de que não poderia ser alvo de inquérito em função do artigo 86 da Constituição Federal, tirou a presidente do sério. Fontes palacianas (as mesmas que alimentam Gerson Camarotti e Cristiana Lobo) relatam que a ira foi dirigida por telefone ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: " você é incompetente!", " você me garantiu!", " agora vai fazer o que para consertar esta m...?"foram alguns dos trechos ouvidos. O mais duro, no entanto, foi um " não sei onde estou com a cabeça que não te demito!".Cardozo reagiu dando uma entrevista coletiva, ontem, tentando ensinar a Imprensa a não ler o trecho onde Youssef informa que Dilma e Lula sabiam de tudo e onde relembra que a presidente não pode, segundo a Constituição, responder por atos fora do seu mandato. Definitivamente, mesmo chafurdando por todos os lados, a coisa não está boa para o "porquinho" justiceiro da Dilma.
*http://www.coturnonoturno.blogspot.com.br/2015/03/aos-gritos-dilma-ameacou-demitir-cardozo.html

O país reage na hora certa.


segunda-feira, 9 de março de 2015

Até fora do Brasil, Janot e Ministro da Justiça de Dilma mantiveram encontros secretos.



Janot e Cardozo ao se encontrarem secretamente, e fora do Brasil, demostram claramente o interesse do governo e seu conhecimento prévio da lista que Janot entregou ao STF. Se houve influência de Dilma na elaboração da Lista, é uma incógnita. Ou não!

A repórter Andréia Sadi, revela na Folha de S. Paulo que o Ministro da Justiça do governo Dilma, José Eduardo Cardozo, teve encontros secretos com procurador Rodrigo Janot até no exterior. Janot depende da boa vontade de Cardozo e de Dilma para um novo mandasto na PGR. Ele está sendo fustigado diretamente por líderes políticos como Aécio Neves, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, que os acusam de operar como serviçal do governo do PT no caso da Lista do Janot, que incluiu dezenas de deputados e senadores do PP e do PMDB, mas "esqueceu" do PT, o verdadeiro maestro e dono da orquestra de ladrões do Petrolão. 

Leia tudo|: 

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, encontrou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em Buenos Aires, na Argentina, fora da agenda e durante viagem oficial, em um sábado de novembro do ano passado.

A reunião, um almoço na área turística de Puerto Madero, ocorreu no dia 22. Três dias depois, procuradores desembarcaram na Suíça atrás de contas que foram usadas, de acordo com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, para a Odebrecht pagar a ele suborno de US$ 23 milhões, o que a empreiteira nega.

Na semana anterior ao encontro, no dia 14, a Polícia Federal, subordinada a Cardozo, havia deflagrado a fase da Operação Lava Jato que levou executivos das principais empreiteiras do país à cadeia.

Perguntada sobre o encontro com Janot, a assessoria de Cardozo informou inicialmente à Folha que o ministro viajara à Argentina naquela data para encontro com o ministro da Justiça e da segurança pública da Argentina.

Questionada novamente por telefone e email sobre a reunião, a assessoria, então, confirmou num segundo momento o ''encontro pessoal'' do ministro com o chefe do Ministério Público, que estava na cidade para encontro de procuradores do Mercosul.

Segundo o Ministério da Justiça, Cardozo e o procurador-geral ''mantiveram contato'' e, juntamente com a mulher de Janot, se encontraram para um almoço no dia 22. ''Não houve registro em agenda por não se tratar de encontro oficial''. A assessoria nega qualquer discussão sobre a Lava Jato.

A reportagem contatou a assessoria de Janot desde quinta (5), mas não obteve resposta.

Este é o segundo encontro de Janot e Cardozo que não consta na agenda de ambos. No último dia 26, a Folha revelou que eles estiveram juntos às vésperas da apresentação, por Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal) dos pedidos de abertura e arquivamento de inquéritos.

O homem da mala da Camargo Corrêa.

Por Quatro Décadas, o administrador João Paulo dos Santos distribuiu US $ 300 Milhões em Propinas Em Nome da empreiteira Camargo Corrêa. Agora, AOS 82 anos, DEPOIS de se Sentir traído POR Dirigentes da Empresa, de ele resolveu abrir o Jogo.

O contador e administrador de Empresas João Paulo dos Santos, 82 anos, trabalhou de 1951 a 1993 na Camargo Correa. Graças à Eficiência fazer Seu Trabalho, Tornou-se Um homem de Confiança de Sebastião Camargo, Fundador da Empresa. He ocupava uma sala Ao lado do gabinete do presidente e logotipo conquistaria Outro Privilégio that da Uma Medida da Relação estabelecida com o todo poderoso da Camargo: recebeu um Senha fazer Cofre da Empresa. DEPOIS de Obter ESSA distinção, Passou a gerenciar como Contas Bancárias de Todas As Obras tocadas Pela empreiteira. Oficialmente, Santos ocupou a diretoria Financeira da Empresa. Sua Tarefa Mais Importante, porem, Não foi Registrada sem expediente. Por Razões óbvias.  Santos era o homem da mala, Responsável Pelo Caixa 2 that abastecia Contas Bancárias de Políticos graúdos.
* Claudio Dantas Sequeira - Leia mais na IstoÉ.

Os rancores de Renan.


DESAFETO
Acostumado a caminhar junto com a chefe do Poder Executivo, Renan agora parece estar disposto a infernizar a vida da presidente Dilma.

domingo, 8 de março de 2015

Dilma queria muitos na lista de Janot, desde que tivesse Aécio, diz Renan.

                               Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.



Presidente do Senado enxerga Planalto vazando nomes e usando aliados. Irritado, Renan age para dinamitar as pontes entre ele e Dilma.
Pauta de votações será ostensivamente anti-governo. O veto de Dilma à correção da tabela do IR será votado na quarta.
Para vaga no STF, “é melhor a volta do Joaquim”, brinca Renan.



O presidente do Senado, Renan Calheiros, passou a tarde de sexta-feira (6.mar.2015) dormindo. “Eu havia ficado a madrugada inteira acordado para preparar uma petição ao STF requerendo acesso aos dados referentes a mim”, explica.

Ao acordar, o senador por Alagoas esperou um pouco para confirmar no início da noite o que já sabia: seu nome estava entre os que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de envolvimento em atos de corrupção na Petrobras descobertos pela Operação Lava Jato.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, imputa a Renan indícios de três possíveis crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O presidente do Senado nega e faz duras críticas ao chefe do Ministério Público.

O presidente do Senado tem sido cuidadoso em suas declarações públicas. Não tem dado entrevistas alentadas. Evita o tom beligerante quando é indagado sobre o que pensa do governo e da presidente Dilma Rousseff. Renan só expressa suas ideias de maneira mais livre em conversas noturnas que mantém com alguns poucos interlocutores em sua residência com vista para o Lago Paranoá. Nessas ocasiões, livra-se da autocensura que se impõe quando está sob holofotes.

Na noite de sexta-feira e até a madrugada de hoje, sábado (7.mar.2015), Renan falou com amigos e aliados políticos. Atendeu a vários telefonemas. Jantou tarde. Repetiu duas vezes um prato de arroz com carne e quiabo. Tomou uísque (Johnnie Walker Black Label) enquanto recebia interlocutores para analisar a conjuntura política.

De relativo bom humor, disse à mesa: “Você acha que eu não sei o que é pressão? Naquela última vez havia reportagens diárias de mais de dez minutos sobre mim, no ‘Jornal Nacional’. Eu aguentei tudo sozinho. Estou aqui. Eu sei o que é pressão”.

Renan referia-se ao episódio de 2007, quando ele presidia o Senado e foi acusado de usar dinheiro de uma empreiteira para pagar pensão a uma filha. Foi absolvido politicamente pelo plenário.

Agora, ao comentar a Operação Lava Jato, sua fala fica aziaga só se o assunto é o comportamento do Palácio do Planalto nas semanas recentes e o tratamento recebido do Ministério Público.

A cada frase, Renan dinamita um pouco mais as poucas pontes que ainda fazem a conexão entre ele e o Palácio do Planalto. “O jogo do governo era: ‘Quanto mais gente tiver [na lista], melhor, desde que tenha o Aécio’. Essa era a lógica do Planalto”, afirma. Quando a presidente Dilma Rousseff soube que Aécio estaria fora, Renan entende que estratégia se alterou:

“Ela só soube que o Aécio estava fora na noite da terça-feira, quando o Janot entregou os nomes para o Supremo. Ficou p… da vida. Aí a lógica foi clara: vazar que estavam na lista Renan e Eduardo Cunha. Por quê? Porque querem sempre jogar o problema para o outro lado da rua. Foi algo dirigido. O ‘Jornal Nacional’ dizendo, veja só, que ‘o Planalto confirma que Renan e Eduardo Cunha estavam na lista’. Veja se tem cabimento? Havia ali uma dezena de nomes, mas o Planalto deliberadamente direcionou a cobertura da mídia para dois nomes. Dois nomes que retiravam o governo momentaneamente dos holofotes”.

Renan não fala assim, mas agora é guerra. Na terça-feira, colocará em votação a emenda constitucional que obriga ocupantes de cargos executivos (prefeitos, governadores e presidente) a saírem de suas funções para disputar a reeleição. Na quarta-feira, será a vez de votar, e talvez derrubar, o veto de Dilma Rousseff à correção da tabela do Imposto de Renda.

E a aprovação do substituto de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal? “Acho que o melhor para ela [Dilma] agora é a volta do Joaquim. Um movimento ‘volta, Joaquim’ [risos]. O ministro Joaquim já foi do STF, já passou por uma sabatina no Senado. Com certeza, não haveria problemas. Terá um processo simplificado. Para outros passarem por uma sabatina neste momento é mais difícil”.

A pauta do Senado está ostensivamente anti-Planalto.

Eleito por Alagoas, Renan fará 60 anos em setembro. Parece resignado às adversidades e confortável ao vocalizar de maneira incomum o que pensa da atual conjuntura política. Seu filho José Renan Vasconcelos Calheiros Filho foi eleito no ano passado governador do seu Estado natal.

A seguir, as análises do presidente do Senado expostas a quem o procurou depois doanúncio da lista de envolvidos na Lava Jato, na noite de sexta-feira:

DILMA, JANOT E A LISTA DA LAVA JATO
“O governo falava para todos que o [senador] Aécio Neves [PSDB-MG] estaria na lista [da Operação Lava Jato]. O [procurador-geral da República Rodrigo] Janot falou para umas dez pessoas que estava sendo pressionado. Que o [vice-presidente da República] Michel [Temer] pressionava para tirar o Henrique [Eduardo Alves]. Que ele iria tirar. E que havia pressão para tirar o Eduardo Cunha da lista. O Michel falou com ele [Janot] três vezes”.

“Ao Palácio do Planalto não interessava tirar ninguém [da lista]. O jogo do governo era: ‘Quanto mais gente tiver, melhor, desde que tenha o Aécio’. Essa era a lógica do Planalto. E eles foram surpreendidos. Ela [Dilma] só soube que o Aécio estava fora na noite da terça-feira, quando o Janot entregou os nomes para o Supremo. Ficou p… da vida. Aí a lógica foi clara: vazar que estavam na lista Renan e Eduardo Cunha. Por quê? Porque essa é a estratégia deles. Querem sempre jogar o problema para o outro lado da rua. Foi algo dirigido. O ‘Jornal Nacional’ dizendo, veja só, que ‘o Planalto confirma que Renan e Eduardo Cunha estavam na lista’. Veja se tem cabimento? O Planalto confirmava? No dia seguinte, a mesma coisa… Havia ali uma dezena de nomes, mas o Planalto deliberadamente direcionou a cobertura da mídia para dois nomes. Dois nomes que retiravam o governo momentaneamente dos holofotes. A Lava Jato envolve a Petrobras, muitos do PT, mas por quatro dias foi só a presença de Renan e de Eduardo Cunha na lista… No ‘Jornal Nacional’… E sempre repetindo que o Planalto confirmava”.

QUEM COMANDOU A OPERAÇÃO NO PLANALTO?
“Não sei… O porta-voz do governo é o [ministro Thomas] Traumann… Mas eu não sei. Só sei que é essa a política de sempre: jogar o problema para os outros. O governo já fez isso na época das manifestações [de junho de 2013], querendo jogar para o Congresso a responsabilidade. Agora, está fazendo de novo. Mas este é um momento exuberante de afirmação da democracia. Cada um vai cumprir o seu papel”.

JANOT NÃO TEVE CRITÉRIO
“O problema dessa lista é que ela não tem um critério claro. Não estou falando de ter um critério certo ou errado. Estou falando apenas de ter um critério. Ele [Janot] mandou investigar pessoas por fatos idênticos aos fatos pelos quais isentou alguns. Ou seja, não há critério. Ontem [anteontem, quinta-feira, 5.mar.2015], mandou um emissário dizer que tudo no meu caso se refere a doações legais”.
“O [ministro relator da Lava Jato no STF] Teori [Zavascki] mandou soltar o [ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato] Duque, sobre quem há provas materiais, e manteve outros presos com o mesmo tipo de provas”.

RODRIGO JANOT JOGA PARA SER RECONDUZIDO
“Ele está em campanha para ser reconduzido ao cargo [de procurador-geral da República]. Aí se explica. Mas se até a presidente [Dilma Rousseff] disse que poderia fazer o diabo em campanha, o procurador-geral está levando isso sério. Está em campanha aberta para se reeleger. Faz o diabo. Tirou aquela foto com o cartaz de um manifestante dizendo que ele [Janot] era a esperança para o país”.

ACUSADOS VÃO AO CONSELHO DE ÉTICA DO CONGRESSO?
“Acho que não tem problema. Se representarem, podem e devem ser todos investigados. É o que deve ser feito. Temos de fazer as CPIs também. Tudo deve ser investigado. A CPI do Ministério Público deve ser feita. Tem casos de desvio de função no Ministério Público. Tem desvio de dinheiro público. Todos devem ser investigados e ninguém deve temer a investigação”.

APROVAÇÃO DO SUBSTITUTO DE JOAQUIM BARBOSA NO STF
“Acho que o melhor para ela [Dilma] agora talvez seja a volta do Joaquim. Um movimento ‘volta, Joaquim’ [risos]. Claro, porque o ministro Joaquim já foi do STF, já passou por uma sabatina no Senado. Com certeza, não haveria problemas. Terá um processo simplificado. Para outros passarem por uma sabatina neste momento é mais difícil”.
“O fato é que agora estão todos em campanha. O [procurador-geral, Rodrigo] Janot tem um candidato, que é o [subprocurador da República Eugênio] Aragão. O Teori [Zavascki] tem um candidato, que é o Clèmerson [Merlin Clève, advogado do Paraná]”.
“Por isso, se demorar a solução é a volta do Joaquim Barbosa. Tem que fazer um movimento “volta, Joaquim’ ”.

PEC DA BENGALA
“Falaram que foi algo não debatido, casuísta. Eu acho que as pessoas se esquecem que essa PEC foi aprovada em 2006, quando eu era presidente do Senado. Tem quase dez anos. É algo importante para o país”.
“Estou disposto a promulgar no dia seguinte à votação da PEC em segundo turno, na Câmara. Mas não sei o que aconteceu… Agora o Eduardo Cunha disse que marcou a votação em segundo turno só para daqui a 3 semanas…”
[CONTEXTO: a “PEC da bengala” é uma emenda constitucional que aumenta de 70 para 75 anos a idade para haver aposentadoria compulsória de ministros do STF. Dessa forma, Dilma Rousseff terá muito menos indicações a fazer para a principal Corte de Justiça do país].

PEC DA DESINCOMPATIBILIZAÇÃO
“Na terça-feira vamos votar a PEC da desincompatibilização para quem deseja se reeleger e ocupa cargos no Executivo. Para todos os cargos. Essa PEC já está pronta para ser votada em plenário”.
[CONTEXTO: a “PEC da desincompatibilização” é uma emenda constitucional que obriga aos ocupantes de cargos executivos (prefeitos, governadores e presidente da República) a deixarem seus cargos se foram disputar a reeleição].

JOAQUIM LEVY E O AJUSTE FISCAL
“O Levy me disse: ‘Quando eu aceitei esse trabalho me disseram que o ajuste fiscal seria facilmente aprovado no Congresso’. E eu disse a ele: ‘Mas não te disseram qual ajuste seria’. Na terça-feira [3.mar.2015], o Levy me ligou de manhã. Pediu apoio para o ajuste. Falei para ele que era importante pensar nos exemplos que o governo daria. Que era importante rever todos os contratos. O [José] Serra fez um discurso nessa linha no Senado. O governo precisa chamar todos os seus fornecedores e negociar um desconto, de 5% ou 10% em tudo. Eu falei isso ao Levy. Ele ficou ouvindo”.
“Na reunião que o PMDB teve com o Levy, o Eduardo Cunha pediu a palavra e disse que era entre os presentes o que tinha mais autoridade para criticar o governo. Mas falou que era uma pessoa de mercado e que iria apoiar o ajuste fiscal. Todos nós dissemos isso, mas também que era necessário aprofundar os ajustes. Fazer mudanças que pudessem ser sentidas pela sociedade como um atitude de sacrifício também do governo. Corte no número de cargos, nos 39 ministérios, com corte de pastas. O Levy ficou olhando, parecia surpreso, pois foi ali vender o ajuste fiscal e ouviu que deveria fazer algo mais arrojado”.

JANTAR DO PMDB COM DILMA ROUSSEFF
[CONTEXTO: a cúpula do PMDB seria recebida em jantar pela presidente da República, no Palácio da Alvorada, em 2.mar.2015, na última segunda-feira. A menos de 3 horas do evento, Renan Calheiros cancelou sua ida e esvaziou o evento].
“Veja se tem cabimento ir a um jantar no qual o objetivo principal era que o Michel fosse integrado ao ‘núcleo duro’ do governo… Não fazia o menor sentido. Até porque o problema não é participar de núcleo duro. O problema foi o governo ter invertido a lógica do resultado das urnas ao fazer a reforma [ministerial]”.

“O governo errou ao ter feito a reforma [ministerial] como fez. Eu falei isso para a presidente. Na confraternização no final de ano, ela chegou perto de mim e falou que acabara de me mencionar numa outra roda. Ela contou na frente de 10 pessoas que havia dito minutos antes ao Helder [Barbalho] ter certeza de que eu o apoiaria no Ministério da Pesca… Eu respondi que eu daria todo o meu apoio ao Helder. Imagine, sou amigo do Jader [Barbalho, pai de Helder] há mais de 30 anos. Mas que o PMDB não poderia se mobilizar para apoiar uma indicação para o Ministério da Pesca. Não faria sentido. O governo acabara de fazer a reforma [ministerial] invertendo a ordem das coisas ao oferecer o Ministério das Cidades para o partido do [Gilberto] Kassab [o PSD], quando o PMDB havia saído muito mais vitorioso nas urnas. A presidente olhou de lado e saiu da roda”.
“Não tem nada de pessoal. Não tem nada de cargos. Tem a ver com o resultado das urnas”.

“Volta e meia ouço que a presidente pergunta a todos que vão a até ela: ‘O que o Renan quer?’. Ela já perguntou isso para várias pessoas… É um pensamento reducionista da política. Achar que tudo se resume a cargos ou favores. Não é isso. O problema é a política. O governo errou muito na política”.

DEVOLUÇÃO DA MP QUE AUMENTAVA IMPOSTOS
[CONTEXTO: na última terça-feira (3.mar.2015), Renan devolveu à Presidência da República a medida provisória que aumentava o custo da folha de pagamentos das empresas. Foi uma derrota inédita sofrida por Dilma Rousseff desde que se assumiu o cargo de presidente, em janeiro de 2011. A MP rejeitada aumentava o imposto sobre o faturamento para 59 setores da economia a partir de junho e fazia parte das ações anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no esforço para fazer o ajuste fiscal].
Até a noite de sexta-feira (6.mar.2015), Renan ainda não havia conversado com a presidente Dilma Rousseff.
Na terça-feira, dia 3 de março, Dilma telefonou quando soube que a MP estava para ser devolvida. Renan já estava decidido e não a atendeu. “Não fazia sentido falar ali. Eu já estava para anunciar ao plenário do Senado. Depois, procurou-me o Pepe [Vargas, ministro das Relações Institucionais] e conversamos. Não tem nada de pessoal nisso”

VETO À CORREÇÃO DA TABELA DO IR
“Vamos votar o veto na quarta-feira [11.mar.2015], às 11h. O veto tende a ser derrubado se o governo não apresentar alternativas”.[CONTEXTO: em 20.jan.2015 o “Diário Oficial da União” publicou o veto da presidente Dilma Rousseff à correção da tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas em 6,5%, incluída na Medida Provisória 656/2014, transformada na Lei 3.097/2015. A correção já valeria para o ano-calendário 2015. A equipe econômica argumentou que a correção de 6,5% “levaria a uma renúncia fiscal da ordem de R$ 7 bilhões, sem vir acompanhada da devida estimativa do impacto orçamentário-financeiro, violando a Lei de Responsabilidade Fiscal”. O Planalto deseja corrigir a tabela em apenas 4,5%].