sábado, 8 de julho de 2017

Moro elogia criminalista René Dotti por ‘bronca’ em defesa de Lula.

Durante interrogatório de Lula em maio, Dotti criticou advogado que interrompia fala de Moro a todo instante.

Ao tratar das frequentes discussões com os advogados de Lula em audiências da Lava Jato na sentença contra o ex-presidente, o juiz Sergio Moro citou e elogiou um dos mais conhecidos criminalistas de Curitiba: René Dotti, que representa a Petrobras nos processos da operação. Moro lembrou uma discussão com o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, durante o depoimento presencial do ex-presidente, no dia 10 de maio.

Na ocasião, Moro perguntou a Lula sobre o mensalão e Zanin interrompeu o juiz, mais de uma vez, argumentando que o tema não fazia parte da denúncia. Moro insistiu e Zanin levantou o tom. Foi quando Dotti pediu a palavra e deu uma bronca no colega, defendendo o juiz e a validade das perguntas sobre o mensalão. “Permita-me, meu colega, o magistrado tem evidentemente o interesse de apurar o fato e as condições pessoais do acusado na individualização da pena, se for o caso, os seus antecedentes, a sua personalidade, enfim, as condições pessoais, a sua moral inclusive, principalmente o seu caso moral”, disse Dotti.

Para o defensor da Petrobras, o interrogatório de Lula não podia ser transformado em um confronto pessoal da defesa com o juiz. “Não estou julgando ninguém, estou justificando a pergunta do juiz, e o juiz pode perguntar por que é matéria de fixação da pena, o juiz pode fazer isso”, completou. Dotti também afirmou que a defesa de Lula estaria desrespeitando o juiz. Ele ainda criticou os advogados que interrompiam Moro e falavam sem pedir a palavra: “Isso não se faz numa audiência, proteste contra o juiz, recorra contra o juiz, mas não enfrente o juiz pessoalmente na audiência”.
Moro transcreveu a discussão na sentença contra Lula, elogiou a postura de René Dotti e criticou os advogados do ex-presidente. “O comportamento inadequado da defesa de Lula foi inclusive objeto de censura pelo renomado e veterano advogado criminal René Ariel Dotti, atuando como representante da Petrobras”, escreveu o juiz.

Repercussão
A bronca de René Dotti nos defensores de Lula teve grande repercussão após a divulgação dos vídeos da audiência. Em entrevista à Gazeta do Povo, o advogado comentou o caso: “resolvi intervir para demonstrar que não é possível transformar uma audiência num palco de confrontação, num cenário de guerra para efeito de publicidade midiática. O que o advogado queria, evidentemente, era fazer uma propaganda para a defesa de seu cliente”.

Tabata Viapiana, em a Gazeta do Povo

Em outubro de 2018, teremos a Lava Jato eleitoral.

Há mais de meio século estudo e acompanho a política brasileira. Vivi, inclusive, períodos de participação ativa no final do século passado.
Confesso que nunca observei algo que guarde analogia com o que estamos presenciando nestes desregrados anos. Tensões, conflitos, antagonismos são disponibilizados a quem participa da política com a mesma assiduidade com que o pão comparece à mesa do café da manhã. Esse serviço diário é proporcionado pela disputa do poder e encontra sua síntese nos alinhamentos de governo e oposição. Em países que se dizem democráticos, sem a hipocrisia dos hierarcas cubanos e venezuelanos, sempre há um governo e sempre há uma oposição livre. Os cidadãos, naquilo que lhes corresponde, reconhecem essa polarização identificando-se com algum dos lados.

O Brasil destes inusitados dias é curiosa exceção. Há governo, há oposição, mas ampla maioria da sociedade, se pudesse, botava os dois blocos no olho da rua. A polarização se tornou jogo meramente institucional, em cujos desdobramentos, inclusive, são rotineiros os momentos de convergência e recíproca proteção sempre que interesses escusos estão sob ameaça. Nestes casos, as ideologias são mandadas às favas e se estabelece, sólida, a sociedade dos celerados. A nação – militantes à parte, porque formam uma categoria social distinta – percebe os fatos e se distancia dos polos políticos. É baile de cobra onde não se entra sem perneira. A rede com que se captura a confiança dos eleitores tem rombos pelos quais até baleias transitam.

DESALENTO – Inusitado, também, o desalento nacional perante as estruturas do poder político. Insistentemente tenho escrito sobre a irracionalidade do nosso modelo institucional, sua fertilidade em gerar crises e incompetência para resolvê-las sem gravíssimas sequelas. Em linguagem farmacológica, nossos remédios institucionais são estranhos placebos, com paraefeitos que se agravam quando as sessões dos tribunais superiores são submetidas ao crivo da opinião pública. Definitivamente, eles não se ajudam quando metem os pés políticos pelas mãos jurídicas.

Além da tela do computador com o qual escrevo, além da touch screen do telefone celular, há um mundo nada virtual, bem real, clamando por ordem, justiça e atenção às suas necessidades básicas; há todo um setor produtivo carecendo de estabilidade, credibilidade e capacidade de investimento. Nosso país é um gigante geográfico e populacional onde solavancos políticos afetam a vida de milhões de pessoas. E nós estamos enfrentando terremotos.

TRÊS CONVICÇÕES – É desde essa perspectiva, tomado por desalento em relação às urgências nacionais, como as reformas ora em debate e as político-institucionais, que desejo registrar três convicções.

Primeira: não é tudo a mesma coisa. Ainda que a desonra venha a atingir equitativamente os blocos de governo e oposição, em quase tudo mais que importa há, entre eles, desigualdades muito relevantes sobre temas fundamentais. Refiro-me, por exemplo, a papéis do Estado, privatizações, corporativismos, equilíbrio fiscal, economia de mercado, direito de propriedade e violações a esse direito; educação, família, aborto e políticas de gênero; segurança pública, conflitos sociais e drogas. E por aí vai, que a lista é longa.

Segunda: a justiça tardará a chegar. A morosidade do sistema, que muitos de nossos ministros dos tribunais superiores consideram necessária à boa administração da justiça, não permitirá que esse poder de Estado, antes das próximas eleições, remova da cena política as organizações criminosas que envergonham a nação.

Terceira: a principal fase da operação Lava Jato será tarefa nossa.
Ela ocorrerá em outubro do ano que vem, quando, num flash bissexto, o poder transitará pelas mãos do povo.
*Percival Oliveira Puggina - político, arquiteto e jornalista 

Porque hoje é Sábado,uma linda mulher.

A beleza brasileiríssima da minha amiga REH BRITO, especial para o blog.

Os pingos nos is de ontem: Com apoio dos tucanos, na derrubada de Temer, Lula vem aí para acabar de destruir o Brasil!

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Laudo da Polícia Federal confirma: Lula é o dono do sítio de Atibaia.

Lula Sítio (Polícia Federal/Reprodução)

Documento produzido por seis peritos da Lava Jato reduz a escombros a discurseira mambembe dos advogados do ex-presidente.

Longo e minucioso, o laudo apresentado pelos peritos uma semana depois da inspeção confirma aos gritos que o sítio forma com o triplex do Guarujá a dupla de peças mais valiosas da Imobiliária Lula. A quantidade, a qualidade e a contundência das informações garantem ao documento calibre suficiente para pulverizar a discurseira mambembe dos advogados do ex-presidente. Servem de amostra as respostas, abaixo resumidas, suscitadas por quatro quesitos. Confira:
1. Existem evidências materiais nas dependências do Sítio que possam identificar seus eventuais frequentadores?
Sim. (…) Foram identificados inúmeros objetos pessoais vinculados às pessoas de Luiz Inácio Lula da Silva e de sua esposa Marisa Letícia Lula da Silva. Esses objetos encontravam-se localizados, mormente, na Casa Principal, em especial, na Suíte 01. (…) Também foram localizados objetos pessoais vinculados aos seguranças da Presidência da República.
2. É possível identificar evidências materiais no Sítio que possam indicar o uso do imóvel pelas pessoas de FERNANDO BITTAR ou JONAS LEITE SUASSUNA FILHO?
Não. (…) Não foi identificado qualquer objeto de uso pessoal que pudesse indicar o uso do imóvel por Jonas Leite Suassuna Filho e Fernando Bittar. A única referência ao Sr. Fernando Bittar são alguns croquis localizados no interior de uma pasta rosa, cuja destinatária era a Sra. Marisa Letícia Lula da Silva.
3. Foram implementadas instalações ou realizadas quaisquer obras ou aprimoramentos no Sítio voltadas ao uso do ex-Presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA e de sua família? Caso positivo, descrever.
Sim. (…) Foram identificadas inúmeras melhorias voltadas ao uso do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tais como uma adega, construída para acomodar centenas de garrafas de bebidas, instalações de sistema de segurança em todo o Sítio, assim como o depósito utilizado para armazenamento de caixas diversas que (…) se relacionavam à mudança do ex-Presidente Lula.
Além dessas melhorias, foram identificados objetos utilizados para usufruto das instalações do Sítio, tais como o barco de fibra contendo a inscrição “LULA & MARISA”, bem como itens decorativos, a exemplo da mesa com o brasão “LM”. Ademais, foi localizada uma pasta rosa endereçada à ex-Primeira Dama, contendo documentos relacionados à reforma da cozinha e construção da Casa 01, indicando que a Sra. Marisa Letícia teve envolvimento com as adaptações realizadas no Sítio.

4. Existem objetos pessoais pertencentes ao ex-Presidente LUIZ INACIO LULA DA SILVA e de sua família depositadas nas dependências do Sítio? Onde se encontram localizadas?
Sim. Além dos objetos pessoais localizados na Casa Principal, já mencionados, (…) foram identificados inúmeros objetos que podem ser vinculados, explicitamente ou não, ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa. Adicionalmente aos objetos localizados na Casa Principal, também foram encontrados itens pessoais do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua esposa em outras dependências do Sítio, sobretudo no Espaço Gourmet, no Anexo da Casa Principal e no Depósito. Esses itens acham-se relacionados em extensa, mas não exaustiva, lista constante (…) do presente Laudo.
Volto para acrescentar que, mesmo depois do sumiço dos donos que se fantasiavam de hóspedes, os laranjas travestidos de proprietários rurais nunca deram as caras por lá. Bittar e Suassuna são os únicos sitiantes do mundo que jamais visitaram a terra que juram ter comprado. Merecem dividir a mesma cela.
*Por augusto-nunes/Veja.com


quarta-feira, 5 de julho de 2017

Palocci delata bancos, construção civil e Rede Globo.

Na delação que começou a fazer em Curitiba, o ex-ministro Antonio Palocci começou a arrastar para a Lava Jato nomes de mercado financeiro, indústrias da construção civil, empreiteiras, 'cumpanhêros' e grandes empresas de comunicação, inclusive Rede Globo, que teriam pedido "grande montantes de recursos" no início do primeiro mandato de Lula. Não foram apenas JBS e Odebrecht que exerciam forte lobby na política.
Palocci disse aos procuradores que o governo Lula recebeu de empresas de comunicação pedidos por "grandes montantes de recursos". O mesmo aconteceu com empresas de construção e do mercado financeiro.
No final da audiência, quando Moro abriu espaço para Palocci falar o que quisesse, o ex-ministro reiterou a declaração enigmática.
O ex-ministro acha que ao delatar, faz um trabalho para o bem ao Brasil.

* Via Polibio_Braga