sábado, 14 de novembro de 2015

E a Europa continua recebendo refugiados.

Solidariedade ao povo francês. "Não é um ataque contra a França e sim um ataque contra a humanidade"

Lula, aspirante a ditador.

Se Dilma trocará Joaquim Levy no Ministério da Fazenda por Henrique Meirelles? Não sei. A essa altura, imagino que nem mesmo ela saiba.
Só sei que Lula, padrinho da eventual mudança, insistirá na troca. Bem como insistirá em que Dilma troque José Eduardo Cardozo por qualquer outro nome no Ministério da Justiça.
Por quê?
Ora. No caso de Levy, Lula ainda tem a desculpa de que ele só fala em arrocho da economia. Que não representa uma esperança. E que está errado ao não estimular a volta do consumo.
Enfim: que toda a política econômica de Levy é um equívoco. E que a persistir assim, o PT perderá as eleições do próximo ano. E, seguramente, a eleição presidencial de 2018.
No caso de Cardozo, por mais que tente, Lula não tem como esconder seus interesses pessoais em jogo.
Cardozo tem que sair do governo porque ele não manda ou não quer mandar na Polícia Federal e no Ministério Público. E os dois ameaçam Lula com suas investigações, e também a família dele.
Lula ficou riquinho da silva. E seus talentosos filhos igualmente.
A substituição de Levy também deixaria Lula mais tranquilo se o sucessor dele passasse a mandar na Receita Federal.
Pois é: assim como a Polícia Federal e o Ministério Público, a Receita Federal está indo para cima dos ganhos de Lula e de sua família em negócios com empreiteiras.
Somente entre 2011 e 2014, Lula declarou ganhos de 27 milhões de reais como palestrante de empreiteiras beneficiadas pelos seus dois governos. Sabe como é: uma mão lava a outra.
A mão que Lula ofereceu está sendo lavada pelas empreiteiras envolvidas na roubalheira na Petrobras.
Acuada pela oposição, tratada com má vontade pelo PT, só restou a Dilma, com medo do impeachment, entregar-se a Lula. Ou melhor: entregar o governo.
A recente reforma ministerial não foi obra de Dilma, mas de Lula. Só que ela está inacabada.
Lula pouco se lixa para o que é melhor ou pior para o país. O que ele mais quer é escapar da Lava-Jato e ser candidato a presidente em 2018.
A presidente, não. A ditador.
Porque se ele chama Dilma de fraca por não interferir nas ações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Receita Federal é porque ele, presidente, interferiria, sim.
A polícia, o ministério e a receita não são órgãos de governo sujeitos às vontades do presidente ocasional. São órgãos do Estado.
Mas isso nada vale para Lula. Deveriam se comportar como quer o presidente. E assim será se ele suceder Dilma. ( Ricardo Noblat )

Vítimas, impacto ambiental, tudo sendo amenizado. A quem querem enganar cara pálida?

Como consequência do rompimento da barragem na cidade de Bento Rodrigues, em Minas Gerais, lama tóxica atingiu o Rio Doce, em Governador Valadares.

A estimativa é de mais de 120 mortos e quase 200 desaparecidos. Não está na imprensa. Por que se calam?
Governador Valadares não tem água!
Vou dar a medida da encrenca. O que está acontecendo no Rio Doce é pior do que a soma dos piores desastres ambientais dos últimos 30 anos. Algodões, Camará, Macacos, os três rompimentos de Cataguases (2003, 2007 2009) até Itabirito no ano passado. Por qualquer critério disponível, seja extensão ou volume de rejeitos. Repito: o que está acontecendo é pior do que a soma de todos eles. São 62 bilhões de litros de uma lama impregnada de metais que vai chegar até o litoral do Espírito Santo. Sem contar que o rejeito – pela presença do ferro – está cimentando (mesmo!) diversas partes do rio. E estamos falando da mais importante bacia hidrográfica dentro da Região Sudeste. Sentiu o problema?

No que se refere a mortes, ainda não sabemos, até porque a Samarco (a Vale!) fechou a região das barragens e não dá informação nenhuma. Isso também é inédito: a empresa responsável e que precisa ser investigada é a única a ter acesso ao local do crime. Mas sabemos que são centenas de pessoas desaparecidas. Só em Bento Rodrigues, metade dos moradores não conseguiu sair a tempo. Sem contar os milhares de animais mortos. Imagine uma longa estrada de destruição. Visualize. Peixes, vacas, cavalos, cachorros, tudo que estava na frente. Até ninhos de tartarugas lá na foz do rio estão removendo para tentar salvar antes que a lama chegue.
Mais inédito do que tudo isso é o absoluto desinteresse da mídia. No primeiro dia, os jornais deram uma pequena e ridícula chamada na primeira página. No segundo dia, o assunto sumiu. 
Este é o nosso vazamento de óleo do Golfo México, nosso vazamento da Exxon no Alasca, nosso Fukushima.
Por que não se importam?


Porque hoje é Sábado, uma bela mulher.

A beleza da atriz, e botafoguense feliz, Maitê Proença

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Paulo Roberto Costa e Gabrielli discutiram Pasadena com Lula.

Uma planilha intitulada "Viagens Pasadena", anexada ao mesmo relatório da PF, traz a relação dos funcionários da Petrobras que fizeram algum deslocamento, entre 2005 e 2009, para tratar do tema da refinaria. Foram realizadas 181 viagens, sendo 50 delas no ano anterior à compra.
Há registros de viagens para Houston, Washington, Los Angeles e Nova York, todas sob a "rubrica" de Pasadena. Na lista, também foram relacionados deslocamentos para Brasília.
Em 31 de junho de 2006, Paulo Roberto Costa e José Sérgio Gabrielli foram ao Palácio do Planalto para tratar do tema. No registro da viagem de PRC, está escrito explicitamente 'REUNIÃO COM O PRESIDENTE LULA'.
Registros do ano anterior revelam que Costa esteve em Brasília no dia 25 de agosto. Nestor Cerveró também foi à capital no dia seguinte. ( O Antagonista )

Os descartáveis.


Exclusivo: A ata de compra da Refinaria de Pasadena.

No material apreendido pela Polícia Federal com Jorge Zelada, há escrituras de imóveis na Região do Lagos, no Rio, contratos de offshores e de consultorias de fachada e documentos internos da Petrobras.

Um desses documentos é a ata da reunião da diretoria executiva da Petrobras, ocorrida em 18 de agosto de 2005, na qual foi decidida a aquisição da Refinaria de Pasadena, negócio que gerou prejuízo bilionário para a estatal e muitos milhões de pixulecos para o PT e sua turma.

José Sérgio Gabrielli presidiu a reunião, escoltado pelos diretores Almir Barbassa, Guilherme Estrela, Ildo Sauer, Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Renato Duque e o secretário-geral Hélio Fujikawa.
Uma planilha intitulada "Viagens Pasadena", anexada ao mesmo relatório da PF, traz a relação dos funcionários da Petrobras que se deslocaram a Houston entre 2005 e 2009 para tratar do tema da refinaria. Foram realizadas 181 viagens, sendo 50 delas no ano anterior à compra. ( Via O Antagonista)

É, Mantega, parece que te pegaram!

Mantega ajudou empresário 'amigo' a fraudar processos no Carf.
Ex-ministro da Fazenda teria nomeado integrantes do colegiado por influência do empresário italiano Victor Garcia Sandri; grupo do empresário conseguiu abater débito de R$ 106 milhões em julgamento no Carf.
Relatório do Ministério Público Federal (MPF) sustenta que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega nomeou integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para ajudar um empresário amigo a fraudar um processo em tramitação no órgão – espécie de “tribunal” que avalia débitos de grandes contribuintes com a Receita Federal.
Os indícios colhidos pela Procuradoria da República no Distrito Federal embasaram decisão da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, que na última quarta-feira, 11, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-ministro – ele chefiou a Fazenda de março de 2006 a dezembro do ano passado. Também foram ordenadas as mesmas medidas em relação à Coroado Administração de Bens, empresa de consultoria e negociação de imóveis em nome do petista.
A decisão, do juiz Vallisney de Souza Oliveira, ordena a abertura dos dados entre janeiro de 2011 e outubro deste ano. Ao pedir as quebras, o MPF se baseou em trocas de mensagens e interceptações telefônicas entre os envolvidos no esquema de corrupção do “tribunal da Receita”, investigado na Operação Zelotes. O objetivo é, a partir dos dados, avaliar se houve eventual recebimento de “vantagem indevida” por Mantega, o que configuraria a prática de crime de corrupção passiva.
Relatório. Conforme o relatório obtido pelo Estado, o ex-ministro nomeou em julho de 2011 Valmar Fonseca de Menezes para a 1ª Turma Ordinária da Primeira Câmara do Carf. Depois, teria manobrado para que ele e o conselheiro José Ricardo da Silva – outro investigado na Zelotes , atualmente preso por suposto envolvimento na “compra” de medidas provisórias – fossem alçados à Câmara Superior Superior do órgão.
Mantega teria agido por influência do empresário italiano Victor Garcia Sandri, que seria seu amigo. Depois das nomeações, supostamente com a ajuda dos conselheiros, o Grupo Comercial de Cimento Penha, que pertente ao empresário, conseguiu abater débito de R$ 106 milhões em julgamento no Carf.
“A partir de negociatas ilícitas, o grupo criminoso em questão, poucos meses antes do julgamento em testilha, logrou inserir pelo menos dois novos conselheiros na Câmara Superior do Carf. (...) Cumpre salientar a existência de substanciais elementos de informação que denotam a participação do então ministro da Fazenda”, argumentou o procurador da República Frederico Paiva.
No relatório, o MPF diz que Mantega chegou a se reunir com Menezes em 6 de junho de 2011, um mês antes de sua nomeação. O encontro teria sido articulado por Sandri e outros investigados. Num e-mail enviado a Sandri, José Ricardo diz que “V” (suposta referência a Valmar) foi chamado pela “Amiga” (suposta referência a Mantega).
Dias depois, José Ricardo envia outro e-mail para Menezes, explicando que Sandri, citado como “Italiano”, usaria sua influência para emplacá-lo no cargo. “Dissemos peremptoriamente ao Italiano que sua atuação na 1ª (Câmara) é a única chance que ele tem para solucionar a questão específica. Ele concordou e vai levar isso à Amiga”, diz o texto.
Na mensagem, José Ricardo afirma que Otacílio Cartaxo, ex-chefe da Receita, identificado como “Carteiro”, tinha outro nome para o posto, mas que prevaleceria a vontade de Sandri. “O Italiano achou estranho o fato de o Carteiro ter dito que já tinha outro nome para a 1ª. E ficou muito aborrecido com o fato de o Carteiro estar duvidando da real influência que ele, Italiano, teria junto à Amiga”, escreveu. Ao fim, José Ricardo diz que quem definiria a questão seria o próprio empresário: “O cargo é dele (Sandri), independentemente da posição do Carteiro”.
Menezes foi nomeado para a Câmara Superior em julho de 2011 e José Ricardo, em novembro daquele ano. Referências à influência de Sandri sobre Mantega também aparecem em diálogos do ex-conselheiro Paulo Cortez, outro investigado.
Há fundados indícios de que Guido Mantega, ao nomear os conselheiros José Ricardo e Valmar Menezes, fê-lo com o objetivo de satisfazer interesses pessoais de Victor Garcia Sandri, e não de atender o interesse público”, alegou o MPF.
Em sua decisão, o juiz Vallisney justifica que, “diante do liame” entre os envolvidos, “é necessário apurar se a finalidade das nomeações pelo então ministro, no contexto em que se deram, tiveram realmente o fito de influenciar no julgamento do aludido processo administrativo fiscal”.
Violência. O advogado de Mantega, José Roberto Batochio, disse que as quebras de sigilo são “uma violência inominável”. Ele argumentou que não há nada nas investigações que justifique o afastamento dessas garantias constitucionais, que só caberia em casos muito excepcionais.
O advogado afirmou que a escolha de conselheiros do Carf é feita por uma comissão de notáveis do governo e que cabe ao ministro da Fazenda apenas assinar as portarias de nomeação. “O ministro não apita. Só oficializa”, alega. Ele acrescentou que Mantega não tem qualquer conhecimento sobre o processo da Cimento Penha no Carf.
Batochio explicou que, há mais de 20 anos, Mantega vendeu um terreno para Sandri, que pagou com imóveis construídos na área. Depois disso, assegurou, os dois não tiveram mais relações comerciais. Ele também negou vínculo de amizade entre os dois, apesar de alguns episódios noticiados pela imprensa indicarem a proximidade. No carnaval de 2007, Mantega foi feito refém num assalto num sítio em Ibiúna (SP) que pertence a Sandri.
Batochio afirmou que Mantega não tem qualquer preocupação com a quebra de seus sigilos e que os dados vão demonstrar que ele não obteve qualquer valor suspeito. “Mas quem vai reparar o dano de imagem (do ex-ministro) quando se demonstrar que ele não recebeu nada?”, questionou. “Isso (os apontamentos do MPF) são ilações gratuitas. Está na hora de o Brasil deixar de ser o País do talvez, do quem sabe”, acrescentou.
Mantega não respondeu a pedido do Estado para informar a lista de clientes de sua empresa, aberta em agosto deste ano. Sandri negou que tenha atuado para emplacar conselheiros e fraudar processo no Carf. Ele alegou que o processo de nomeação no órgão segue uma liturgia que não permite influências como a descrita no relatório do MPF. "O meu relacionamento com o Mantega não permitiria uma conversa dessas. É uma pessoa muito digna. Mandaria me prender", declarou. "Nunca tive autonomia para colocar alguém no Carf", acrescentou.
O empresário afirmou que as quebras de sigilo vão demonstrar que não houve pagamento de propina de sua parte no "tribunal" da Receita: "Prisão perpétua se paguei ou recebi algo de alguém".Sandri disse ainda que não é amigo de Mantega. Explicou que o conhece desde a época em que fizeram negócio e mantêm um relacionamento "casual". No carnaval de 2007, segundo ele, Mantega apenas aceitou um convite para jantar em sua casa. "Não tem amizade. Tem respeito", ressaltou. "Nem tenho o telefone dele."
A defesa de José Ricardo informou que as acusações são "improcedentes", o que "será demonstrado no momento oportuno". O Estado não conseguiu contatar Valmar Menezes. (Estadão)

Lava Jato quebra sigilo da sede nacional do PT.

Moro autorizou que MP investigue sete linhas supostamente ligadas a ex-tesoureiro e duas a diretor de gráfica ligada ao partido.

Por Felipe Frazão, de Brasília

João Vaccari Neto durante acareação na CPI da Petrobras em Curitiba
(Vagner Rosario/VEJA)
A Operação Lava Jato quebrou o sigilo telefônico da sede nacional do PT, em São Paulo. A medida teve aval do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba (PR). Ele concedeu a quebra na ação penal que apura o envolvimento do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto em pagamentos realizados à Editora Gráfica Atitude, ligada ao PT, com dinheiro de propina. 

Moro autorizou a quebra do sigilo de sete linhas telefônicas móveis e fixas supostamente ligadas a Vaccari e de duas que seriam vinculadas ao diretor da Editora Gráfica Atitude, Paulo Salvador. O Ministério Público suspeita que ele tenha usados diferentes telefones para "contatos profissionais" nos últimos cinco anos, período que abrange as datas dos pagamentos à Atitude, entre 2010 e 2013. 

O repasse parcelado teria sido de 2,5 milhões de reais, conforme revelou o delator do petrolão Augusto Ribeiro Mendonça, em acordo de colaboração premiada. Ele disse que fechou um contrato fictício para comprar anúncios em revistas da editora a pedido de Vaccari, como forma de quitar parcelas de propina em contratos com a Petrobras. Mendonça apontou dois números telefônicos que discava para conversar com Vaccari. 

Conforme levantamento do Ministério Público Federal, as operadoras de telefonia informaram que duas linhas, uma delas fixa, eram de titularidade do Partido dos Trabalhadores, uma do Sindicato dos Bancários, uma da mulher de Vaccari, Giselda Rousie de Lima (linha residencial), e outra de uma funcionária do PT que trabalhou também na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), no período em que Vaccari foi dirigente da entidade. Ele responde a uma ação criminal na Justiça de São Paulo por desvios na cooperativa. 

A defesa do ex-tesoureiro, já condenado e preso preventivamente, apontou que nem todas as linhas eram diretamente usadas apenas por Vaccari. O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso pediu a Moro que revogue a quebra sobre cinco das sete linhas supostamente ligadas a Vaccari. Ele disse que Vaccari desconhece os titulares de duas delas. 

"O que pretende o representante do Ministério Público Federal é, a partir de uma apuração sem foco para tentar encontrar um fato, afrontando direitos constitucionais, realizar a quebra injustificada do sigilo telefônico de instituições e pessoas que nada têm com o presente processo, nem temporalmente, nem faticamente, para só depois verificar se existe alguma relevância para os autos", disse. "Trata-se de linha tronco do partido, utilizada por muitos, portanto, não pode ter seu sigilo violado. Caso contrário, se estaria a autorizar uma devassa nas linhas telefônicas de um partido político, uma vez que toda e qualquer ligação feita para a linha troco estaria sujeita à indevida intromissão do Estado, o que vai muito além dos interesses dos presentes autos. A quebra do sigilo telefônico envolvendo o Partido dos Trabalhadores, quando muito, deveria ser limitada àquela linha citada pelo delator, mais do que isso se constitui em afronta a direitos constitucionais e à própria Democracia", disse o advogado de Vaccari.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O lulopetismo acabou com a Petrobras.

A Petrobras afirmou nesta quinta-feira (12) que o prejuízo calculado pela empresa com desvios é de R$ 6,2 bilhões, mantendo o número anunciado em abril deste ano.
A informação foi divulgada por Ivan de Souza, diretor financeiro da Petrobras, em coletiva de imprensa após a divulgação dos resultados trimestrais da estatal.
De acordo com o laudo de perícia criminal anexado pela Polícia Federal (PF) em um dos processos da operação Lava Jato, o prejuízo causado pelas irregularidades na Petrobras descobertas pela Operação Lava Jato pode chegar à casa dos R$ 42,8 bilhões.
Questionado pela imprensa sobre a estimativa da PF, Souza afirmou: "não temos nenhuma informação adicional que leve a acreditar que o valore de R$ 6,2 bilhões está equivocado. Está correto e não vai ser alterado".
selo petrobras. 
A Lava Jato investiga um esquema criminoso de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro envolvendo funcionários de alto escalão da petrolífera, diretores das maiores empreiteiras do país e operadores.

Ainda conforme a investigação, as empreiteiras se organizavam em cartel para vencer licitações e se beneficiar de aditivos aos contratos. Essas empresas pagavam propina a diretores e gerentes da Petrobras, operadores e a partidos políticos como PP, PT e PMDB por doação eleitoral. As legendas negam que tenham recebido dinheiro ilícito.
Prejuízo no trimestre
A Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 3,759 bilhões no terceiro trimestre de 2015, informou a estatal nesta quinta-feira.

No acumulado nos 9 primeiros meses do ano, a petroleira acumula lucro líquido de R$ 2,102 bilhões, o que representa uma queda de 58% na compração com o mesmo período de 2014.
O resultado do período entre julho e setembro representa uma piora em relação ao trimestre anterior, quando a petroleira teve lucro líquido de R$ 531 milhões. No 1º trimestre de 2015, a estatal obteve lucro de R$ 5,33 bilhões.
No comparativo com os meses de julho a setembro de 2014, o prejuízo foi menor que a perda de R$ 5,339 bilhões registrada no 3º trimestre de 2014. ( Via O Globo )

Ilícitos lícitos?


A oposição conseguiu reverter parte do estrago causado com a aprovação do Projeto de Lei que facilita a repatriação de dinheiro obtido de maneira irregular, muitas vezes em práticas criminosas. O plenário aprovou, por 351 votos a 48, emenda do deputado Bruno Covas (SP) que proíbe os políticos e detentores de cargos e seus parentes de aderirem ao programa de regularização.
O texto-base do PL 2960/15, aprovado na noite desta quarta-feira (11), cria um regime especial de regularização de recursos mantidos no exterior sem conhecimento do Fisco, fixando um tributo único para sua legalização perante a Receita Federal. “Vivemos hoje uma grande crise política e esse projeto coloca o Congresso dentro desta crise. É o momento de dizermos que não estamos aqui legislando em causa própria”, defendeu Covas.
O PL cria a “maior lavanderia de dinheiro sujo do mundo”, afirmou o deputado Rocha (AC). “Esse dinheiro, que foi surrupiado dos cofres públicos, vai poder entrar a um custo muito menor do que o do cidadão que paga os seus impostos. Isso é um tapa na cara do contribuinte”, criticou. Para o tucano, o texto beneficia investigados pela operação Lava Jato, que poderão regularizar dinheiro surrupiado dos cofres públicos.
Dizer que os recursos a serem repatriados para o Brasil não poderão ser provenientes de crime ou de atividade ilegal é uma informação falsa, explicou o deputado Daniel Coelho (PE). Como não é exigida a comprovação de origem dos recursos, eles poderiam vir de atividades ilegais, como corrupção ou tráfico de drogas. “É uma imoralidade a aprovação desse projeto. O Brasil não pode querer resolver as suas contas mostrando para a sua população que o crime compensa, que sonegar está correto, que deixar de declarar as suas receitas está correto”, completou.
A matéria é uma vergonha para o país, disse o deputado Caio Narcio (MG). O projeto cria uma lavanderia de dinheiro irregular e anistia quem cometeu ilícitos, segundo o tucano. “Num momento de tanta corrupção, num momento de descrédito enorme, essa não é a pauta que os brasileiros querem ouvir. Os brasileiros querem saber como é que nós vamos ajudar a resolver o problema do desemprego deles, e não como nós vamos trazer dinheiro de bandido para cá.”
De acordo com o substitutivo do relator, deputado Manoel Junior (PMDB-PB), poderão aderir ao regime as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliados no Brasil que tenham sido proprietários desses recursos ou bens em períodos anteriores a 31 de dezembro de 2014. Serão anistiados crimes como sonegação fiscal, falsidade ideológica, descaminho, falsificação de documento e crime contra a ordem tributária.
LAVANDERIA OFICIAL
A oposição entrou em obstrução para evitar a votação da proposta e tentou retirá-la da pauta. A avaliação da bancada tucana é de que o projeto beneficia quem colocou dinheiro no exterior de forma irregular e prejudica os cidadãos honestos. “Agora, numa tentativa de regularizar recursos que são certamente estranhos a uma prática decente e digna, o governo tenta fazer essa repatriação. Esse é o projeto da Lavabrás”, comentou Betinho Gomes (PE), em referência à brecha aberta para lavagem de dinheiro.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) acusou a oposição de “induzir o Brasil a erro” por mostrar que o projeto anistia criminosos. Em resposta, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), destacou a posição do Ministério Público sobre a matéria. O MP acredita que o PL vai na contramão dos anseios da sociedade e é uma janela de impunidade. “Entre a posição do MP e a da Jandira, eu fico com a do MP, que defende os interesses públicos no país”, completou o líder.
O projeto fere a ética, a seriedade e o compromisso com a gestão pública, destacou o deputado Fábio Sousa (GO). “É um tapa na cara de qualquer um que fez as suas coisas da forma correta na sociedade brasileira”, reprovou. Na avaliação do tucano, quem juntou fortuna em contas no exterior de maneira irregular poderá regularizar o dinheiro pagando taxas irrisórias.
O deputado Domingos Sávio (MG) rebateu os argumentos da base aliada de que a medida aumentará a arrecadação. “Querem nos impor uma regra que não fere apenas princípios legais, que anistia criminoso; fere a honra, a moralidade, e todos os valores de decência que se pode ter em um país”, lamentou. A mudança pode atrair organizações criminosas, alertou o deputado Rodrigo de Castro (MG). “Não é possível, como foi dito aqui, querer justificar ajuda para estados ou municípios com lavagem de dinheiro”, finalizou o tucano.

Rombo na Petrobrás pode chegar a R$ 42 bilhões, aponta laudo da PF...

Perícia indica que majoração indevida de lucros em contratos com 27 empresas alvos da Lava Jato, entre 2004 e 2014, pode ter consumido o dobro do valor descoberto até aqui de desvios na estatal.
Um novo laudo pericial da Polícia Federal aponta que os pagamentos indevidos feitos pela Petrobrás, entre 2004 e 2014, para 27 empresas alvos da Operação Lava Jato, podem atingir a cifra dos R$ 42 bilhões – até aqui o número máximo estimado era de R$ 20 bilhões, aproximadamente. O suposto esquema de cartel comandado pelas maiores empreiteiras do País agia em conluio com políticos do PT, PMDB e PP e agentes públicos fatiando obras e pagando propina.
A ÍNTEGRA DO LAUDO PDF
Este mesmo documento apontou pagamentos da empreiteira Odebrecht para o Instituto Fernando Henrique Cardoso e para o Instituto Lula e a LILS Palestras, Eventos e Publicações, ligadas ao ex-presidente petista.

“Considerando que em ambiente cartelizado a competitividade fica praticamente descartada, estima-se que os percentuais de lucros excessivos aplicados pelas empreiteiras cartelizadas possam ter variado entre o mínimo de 3%, correspondente aos valores repassados a partidos políticos e aos ex-funcionários da Petrobrás, podendo chegar a até 20%”, informa o laudo 2311/2015.
TABELA LAUDO ODEBRECHT 42 BI
Os 20% seriam “um percentual conservadoramente considerado como máximo para a majoração indevida dos lucros decorrentes dos preços excessivos, aplicados em ambiente desprovido de livre concorrência”, registra o documento do Setor Técnico-Científico da Polícia Federal, em Curitiba.
O relatório elenca em uma tabela a origem dos pagamentos feitos pela Petrobrás para as 27 empresas apontadas como integrantes do cartel alvo da Lava Jato, num total de R$ 215,67 bilhões.
Sobre este valor, aplicou-se o porcentual mínimo de desvios considerando apenas a propina para agentes públicos e políticos e o patamar de 20%. No caso do valor mínimo considerado, a análise pericial aponta desvio de pelo menos R$ 6,42 bilhões – valor já lançado pela estatal em seu balanço.

Concluído em 26 de outubro, o documento foi anexado aos autos da Lava Jato na semana passada, no inquérito que investiga o papel da Odebrecht no esquema de corrupção na Petrobrás. O valor de R$ 42 bilhões consta de uma tabela com a “estimativa dos pagamentos indevidos realizados” pela Petrobrás. Nela há detalhamento de valores por empresas do cartel e as estimativas mínimas e máximas de pagamentos excessivos.
Assinado pelos peritos criminais federais Audrey Jones de Souza, Raphael Borges Mendes e Jefferson Ribeiro Braga, a análise pericial toma como base os valores lançados pela estatal nas demonstrações financeiras encerradas em dezembro de 2014.
Cartel. Apesar de a Lava Jato ainda não ter entrado na fase de acusações sobre cartel, a PF indica que as provas obtidas até aqui servem para apontar a prática. “Os dados analisados até o momento apontam a formação de cartel nos contratos firmados com as empresas listadas acima, por meio do qual teriam sido realizados pagamentos indevidos por parte da Petrobrás”, diz o laudo.
“Tais pagamentos teriam sido viabilizados por meio da majoração excessiva das margens de lucros das contratantes, em percentuais bem acima daqueles constantes dos Demonstrativos de Formação de Preços (DFP) apresentados, uma vez que realizados em ambiente cartelizado.”
A finalidade do laudo foi obter a “análise dos vestígios e das evidências materiais relacionados ao Grupo Odebrecht no período compreendido entre 2004 e 2014″.
“Entre os delitos em apuração estão organização criminosa, formação de cartel, crime contra as licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional.”

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Dilma quer punir os caminhoneiros. Se fosse o MST ou estivessem defendendo as burrices do governo, tudo seria legal!


Após dizer “coisa com coisa”, mas sem falar de FHC, mandioca e/ou Ditadura, Dilma afirmou que: "obstruir é crime. Obstruir, afetar a economia popular é crime. Manifestar é algo absolutamente legal. É da democracia. É algo que faz bem ao  país e à democracia”. [“...] Todos nós somos obrigados a cumprir a lei, principalmente, as pessoas que exercem a faculdade de cumprir a lei”.
"Reivindicar, nesse país, é um direito de todo mundo. Então reinvindicação, no Brasil, há muito tempo não é crime. Nós construímos a democracia para não ser crime. Agora, esse país é um país responsável. Interditar estradas, comprometer a economia popular, desabastecendo com alimentos ou combustíveis, isso tem componentes de crime", disse Dilma.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou na noite desta terça-feira (10) que o governo editará uma medida provisória para endurecer as penalidades aos caminhoneiros que mantiverem os bloqueios de rodovias no país.
A multa para quem fizer os bloqueios aumentará de R$ 1.915 para R$ 5.746. Os organizadores de manifestações com bloqueio poderão ser multados em R$ 19.154.
Vai comprar uma briga feia, porque a força dos caminhoneiros é muito forte. Se eles realmente se unirem o governo terá que usar a força e a força usada contra o cidadão deverá acarretar sérios problemas para o Palácio do Planalto e adesão de grande parte da sociedade. ( Alf Cunha - http://bit.ly/1M6zTzc )

O pobre não ganhou nada do PT, que já não ganhasse antes.


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Só Lula lucra com a crise.

A crise tem nome: Lula.

 
Seu protagonismo impede uma solução para a crise. Ele aposta no impasse como único meio de sobrevivência política 

Lula voltou a ser o principal protagonista da cena política brasileira. No último mês, não teve um dia sequer em que não ocupasse as manchetes da imprensa. Viajou pelo Brasil — sempre de jatinho particular, pago não se sabe por quem — e falou, falou e falou. Impôs uma reforma ministerial à presidente, que obedeceu passivamente, como de hábito, ao seu criador. Colocou no centro do poder um homem seu, Jaques Wagner, para controlar a presidente, reestruturar o pacto lulista — essencialmente antirrepublicano — com o Congresso e o grande capital e, principalmente, para ser um escudo contra as graves acusações que pesam sobre ele, sua família e amigos.

Como de hábito, não teve nenhum compromisso com a verdade. Vociferou contra as investigações. Atacou a Polícia Federal, como se uma instituição de Estado não pudesse investigá-lo. Ou seja, ele estaria acima das leis, um cidadão — sempre — acima de qualquer suspeita, intocável. Apontou sua ira contra o ministro da Justiça e tentou retirá-lo do cargo — e vai conseguir, cedo ou tarde, pois sabe quão importante foi Márcio Thomaz Bastos em 2005, quando transformou o ministro em seu advogado de defesa.

O ex-presidente, em exercício informal e eventual da Presidência, declarou que o Brasil vive quase um Estado de exceção, simplesmente porque a imprensa divulgou documentos sobre seus ganhos milionários nas palestras e apresentou como dois filhos vivem em apartamentos em áreas nobres de São Paulo sem pagar aluguel — uma espécie de Minha Casa Minha Vida platinum, reservado exclusivamente à família Lula da Silva — e teriam recebido quantias vultuosas sem a devida comprovação do serviço prestado. Não deve ser esquecido que o Coaf justificou a investigação da sua movimentação financeira como “incompatível com o patrimônio, a atividade econômica e a capacidade financeira do cliente.”

Lula passou ao ataque. Falou em maré conservadora, que não admite ser chamado de corrupto e que — sinal dos tempos — não teme ser preso. A presidente da República, demonstrando subserviência, se deslocou em um dia útil de trabalho, de Brasília para São Paulo, simplesmente para participar da festa de aniversário do seu criador. Coisa típica de República bananeira. Ninguém perguntou sobre os gastos de viagem de uma atividade privada paga com dinheiro público. O país recebeu a notícia naturalmente. E alguns ingênuos ainda imaginam que a criatura possa romper com o criador, repetindo a ladainha de 2011.

Mesmo após as aterradoras revelações do petrolão, Lula finge que não tem qualquer relação com o escândalo e posa de perseguido, de injustiçado. Como se não fosse ele o presidente da República no momento da construção e operação do maior desvio de recursos públicos da história do mundo. Nas andanças pelo país, para evitar perguntas constrangedoras, escolhe auditórios amestrados. Mente, mente, sem nenhum pudor. Chegou a confessar cometeu estelionato eleitoral, em 2014, como se fosse algo banal.

O protagonismo de Lula impede uma solução para a crise. Ele aposta no impasse como único meio de sobrevivência, da sua sobrevivência política. Pouco importa que o Brasil viva o pior momento econômico dos últimos 25 anos e que a recessão vá se estender, no mínimo, até o ano que vem. Pouco importam os milhões de desempregados, a disparada da inflação, o desgoverno das contas públicas. Em 1980, o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo não pensou duas vezes em prorrogar a greve, mesmo levando-a à derrota — e aos milhares de operários que tiveram os dias parados descontados nos salários —, simplesmente para reabilitar sua imagem frente à base sindical, isto porque, no ano anterior fechou acordo com a Fiesp sem que o mesmo fosse aprovado pela assembleia, daí que passou a ser chamado pelos operários de pelego e traidor.

Em setembro, Dilma chegou a balançar quando o PMDB insinuou que poderia apoiar o impeachment. Lula entrou em campo e, se não virou o jogo, conseguiu ao menos equilibrar a partida — isto na esfera da política, não da gestão econômica. Tanto que a possibilidade de a Câmara dos Deputados aprovar, neste ano, a abertura de um processo de impeachment é nula. Por outro lado, o Congresso Nacional não aprovou as medidas que o governo considera como essenciais para o ajuste fiscal. É um jogo cruel e que vai continuar até o agravamento da crise econômica a um ponto que as ruas voltarem a ser ocupadas pelos manifestantes.

As vitórias de Lula são pontuais, superficiais e com prazo de validade. As pesquisas mostram que ele, hoje, é uma liderança decadente e com alto grau de rejeição, assim como o PT. Mantém uma influência no centro de poder que é absolutamente desproporcional ao seu real peso político. Tem medo das consequências advindas das operações Lava-Jato e Zelotes. Mas no seu delírio quer arrastar o país à pior crise da história republicana. E está conseguindo. Tudo porque sabe que o impeachment de Dilma é o dobre de finados dele e do PT.

As ações de Lula desmoralizam o Estado Democrático de Direito. Ele despreza a democracia. Sempre desprezou. Entende o Estado como instrumento da sua vontade pessoal. Mas, para sorte do Brasil, caminha para o ocaso. Só não foi completamente derrotado porque ainda mantém apoio de boa parte da elite empresarial, que, por sua vez, exerce forte influência no Congresso e nas cortes superiores de Brasília. O grande capital não sabe o que virá depois do PT. Na dúvida, prefere manter apoio ao “seu” partido e ao “seu” homem de confiança, Lula.
*Marco Antonio Villa , em 
O Globo

Gastando o dinheiro do povo em mentiras.


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Greve de caminhoneiros atinge nove Estados.

Paralisação começou na madrugada desta segunda-feira; categoria pede a renúncia da presidente Dilma Rousseff.


Por Talyta Vespa e Nicole Fusco, em 
Veja.com

Caminhoneiros em greve bloqueiam rodovias federais pelo país
(Porthus Junior/Folhapress)

Um grupo de caminhoneiros iniciou na madrugada desta segunda-feira protestos em rodovias e avenidas de pelo menos nove Estados. O movimento, que pede a renúncia da presidente Dilma Rousseff, foi organizado por motoristas autônomos desvinculados dos sindicatos e não tem previsão para acabar. 

No Rio Grande do Norte, há um ponto de bloqueio próximo à cidade de Mossoró, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Cerca de cinquenta caminhoneiros interditam, desde as 6 horas, o quilômetro 51 da BR 304. O trânsito está liberado apenas para emergências e carros de passeio. No Tocantins, a BR 153 está parcialmente interditada, próximo ao município de Colina. Segundo a Concessionária Nova Dutra, no Rio de Janeiro, caminhoneiros bloqueiam o quilômetro 273,5, no sentido São Paulo, na altura do município de Barra Mansa. Apenas a faixa da esquerda está liberada. No sentido Rio, apenas o acostamento está interditado. 


Em Minas Gerais, a manifestação já dura mais de oito horas, segundo a PRF. No momento, estão interditadas as rodovias BR 381, do quilômetro 359 ao 513, na altura de João Monlevade (MG); a BR 262, no quilômetro 412, em Igaratinga (MG); e a BR 040, no quilômetro 627, em Conselheiro Lafaiete (MG). Em Capim Grosso, na Bahia, manifestantes interditaram o quilômetro 230 da BR 407 e queimaram pneus. 



Motoristas também protestam em cinco pontos diferentes na BR 376, no Paraná, na altura das cidades de Paranavaí, Nova Esperança, Apucarana e Califórnia. Em Santa Catarina, na cidade de São Bento do Sul, o quilômetro 122 da BR 280 está bloqueado parcialmente. No trecho, os caminhoneiros deixam livre a passagem para automóveis e ônibus. Pela manhã, houve interdições em vias do Rio Grande do Sul. No entanto, elas já foram liberadas, segundo a PRF. 



Em São Paulo, os caminhoneiros interditaram totalmente a pista expressa da Marginal Tietê, na altura da Ponte da Casa Verde, na Zona Norte da cidade. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), os motoristas começaram a ocupar o local por volta das 11h. 



De acordo com o organizador do movimento, Ivar Luiz Schmidt, não há previsão para o fim da greve. "Ficaremos paralisados até que a presidente Dilma renuncie", afirmou. Schmidt também foi o responsável por liderar a paralisação de fevereiro, que ocorreu em diversos Estados e chegou a afetar a distribuição de combustível pelo país. Na ocasião, o grupo pedia pela redução do preço do óleo diesel, criação do frete mínimo e liberação de crédito subsidiado para os transportadores. "As reivindicações (de fevereiro) não foram atendidas. Agora não queremos negociar, não aceitaremos acordo. Queremos a renúncia da presidente", afirmou Schmidt. 



Apesar da articulação, a categoria representada pela Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga Geral do Estado de São Paulo não aderiu ao movimento. "Os sindicatos entendem que o governo federal tem dificuldades para cumprir todas as requisições. Por, isso não aderimos à greve", afirmou o presidente da Federação dos Caminhoneiros de Carga em Geral do Estado de São Paulo, Norival de Almeida Silva. Para Almeida, a paralisação não assusta. "Pelo que pudemos observar, são poucos os motoristas que vão aderir ao movimento", disse.

Bumlai se reuniu 7 vezes com Marcelo Odebrecht, aponta PF.

Encontros com amigo de Lula foram rastreados pela polícia em celular do empreiteiro.

Por Renato Onofre, em 
O Globo

O empresário José Carlos Bumlai
 Editora Abril/16-10-2015
SÃO PAULO - O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, teve sete encontros reservados com o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. Os encontros foram mapeados pela Polícia Federal na agenda do celular de Marcelo, preso desde junho em Curitiba. É a segunda vez que os investigadores cruzam dados que ligam Bumlai a Marcelo Odebrecht. 


Os encontros entre os dois ocorreram entre 2010 e 2013. Segundo a PF, as marcações das reuniões com Bumlai fogem do padrão de detalhes em compromissos marcados na agenda pessoal de Marcelo. 



PRIVATIZAÇÃO DE ESTRADAS



Não é a primeira vez que o caminho dos dois se cruza nas investigações da Operação Lava-Jato. Em trocas de e-mails entre Marcelo Odebrecht e executivos de empresas suspeitas de participarem do esquema de corrupção na Petrobras, é possível identificar a atenção dada pelo presidente da Odebrecht a Bumlai. 



Em uma viagem do então presidente Lula à Guiné, na África, em 2010, Marcelo orienta Alexandrino Alencar, ex-diretor da Odebrecht solto na última sexta-feira depois de quatro meses de prisão, a “não deixar o pecuarista solto” ao lado de Lula, numa referência a Bumlai. 



A PF conseguiu identificar, com o cruzamento de informações apreendidas na Lava-Jato, um dos assuntos que seriam tratados entre Bumlai e Marcelo Odebrecht: a privatização das estradas brasileiras. Era 28 de outubro de 2013, a secretária de Odebrecht escreveu para o e-mail do empreiteiro com o assunto: “José Carlos Bumlai”. No corpo do e-mail: “Quer agendar uma conversa com o Sr. esta semana”. 



Marcelo pergunta à secretária de que assunto Bumlai quer tratar. Ela responde: “Privatizações das BRs”. Assim que a troca de mensagens foi revelada na Lava-Jato, em outubro, a defesa de Bumlai disse que o empresário não tem e não teve “qualquer negócio no setor de rodovias” e que nunca participou de concessões federais de rodovias. 



Bumlai aparece em outras trocas de mensagens de Odebrecht e seus executivos. O empreiteiro e cinco funcionários do grupo foram os alvos principais da Operação Erga Omnes — 14ª fase da Lava-Jato, que mirou a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Presos desde junho, eles se referem a Bumlai como “pecuarista”, registra a PF. 



Em nota, a defesa de Marcelo Odebrecht lamenta a exposição considerada desnecessária de dados privados e íntimos, “obviamente sem a mínima relevância para as acusações que pesam contra ele”. 



O documento diz ser difícil identificar, agora, os motivos dos encontros. A Odebrecht ressalta que, a pedido da defesa, o juiz Sérgio Moro determinou sigilo sobre o relatório em questão.

PF investiga ex-assessor da Casa Civil em propina para campanha de Dilma.

Doleiro afirmou ter entregue R$ 2 milhões em 2010 em hotel em São Paulo e principal suspeito da força-tarefa é Charles Capella de Abreu, que trabalhou com ex-ministro Antonio Palocci e permaneceu no governo federal até 2014.

Por Ricardo Brandt, Fausto Macedo 
e Julia Affonso - 
Estadão
O ex-ministro Antonio Palocci, novo alvo da Lava Jato, entre os delatores Paulo Roberto Costa, à esquerda, e Fernando Baiano.


O pagamento de R$ 2 milhões feito pelo doleiro Alberto Youssef, em 2010, a pedido do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa é o caminho que a Operação Lava Jato trilha para chegar ao suposto uso de dinheiro de propina na campanha da primeira eleição da presidente Dilma Rousseff. O pagamento envolveria um pedido do ex-ministro Antonio Palocci, que foi coordenador da campanha presidencial do PT naquele ano e um ex-assessor especial da Casa Civil Charles Capella de Abreu. 

Youssef – peça central da Lava Jato – detalhou em novo depoimento prestado à Polícia Federal no dia 29 de outubro o pagamento que fez em dinheiro vivo no Hotel Blue Tree, na Avenida Faria Lima, em São Paulo, a um emissário que ele não sabe dizer quem era. A suspeita dos investigadores recai sobre Charles Capella de Abreu. 

“Tal pessoa tinha a cor de pela branca, estatura média alta, sendo um pouco mais alto que ele, que tem 1 metro e 71 centímetros, compleição física normal, mas se tratando de pessoa obesa ou de barriga saliente”, descreveu o doleiro. 


O suspeito recebeu Youssef em um quarto do hotel, conta o doleiro, que disse não se lembrar exatamente o mês, nem o dia, possivelmente “no período de junho a outubro de 2010″. “Os R$ 2 milhões determinados por Paulo Roberto Costa a tal pessoa foram entregues em uma ou duas malas pequenas, do tipo daqueles que se leva como bagagem de mão em vôos comerciais”, afirmou Youssef ao delegado Luciano Flores de Lima, da equipe da Lava Jato. 

“Esclarece que pode ter sido uma mala pequena, com alça telescópica, e uma maleta, como costumava fazer para transportar essa quantidade de dois milhões de reais em notas de R$ 100,00, como foi no presente caso”, anotou a PF. O doleiro disse que costumava usar esse tipo de bagagem para “não chamar a atenção, pois encaixava a maleta na alça prolongada da mala, puxando-as enquanto caminhava”. 


A PF mostrou uma foto Charles Capella de Abreu para Youssef para saber se poderia ser ele o emissário que recebeu o dinheiro da propina da Petrobrás. “Reconhece como sendo possível que a foto seja de tal pessoa referida acima, para a qual entregou os R$ 2 milhões em notas cuja maioria (cerca de 85%) eram em cédulas de R$ 100,00 por ordem de Paulo Roberto Costa”, registra o depoimento. Em termos de probabilidade percentual, Youssef disse acreditar que tenha “70% a 80% de certeza” se tratar da mesma pessoa. 

Perguntado pelo delegado se conhecia Charles Capella de Abreu, Youssef respondeu que o nome não era estranho, mas não se lembrava se realmente o conhecia. 

Acareação. O pagamento de R$ 2 milhões à campanha presidencial do PT em 2010 foi inicialmente apontado aos investigadores da PF, nas delações de Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Lava Jato, em agosto de 2014. O ex-diretor relatou ter recebido um pedido via Youssef, que teria falado no nome de Palocci. O doleiro negou ter sido ele o autor do pedido e revelou posteriormente que outro operador de propinas traria à tona tal demanda. 

Seria Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, operador de propinas ligado ao PMDB. Ele também fez acordo de delação premiada com a Lava Jato e em depoimento no dia 15 de setembro revelou que aproximou Palocci de Costa. 




Para isso, Fernando Baiano afirma ter se reunido com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que ele tentasse garantir a permanência de Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás caso a candidata Dilma fosse eleita. Costa temia ser demitido do cargo. 

Bumlai respondeu que sim (poderia ajudar) e que faria o que fosse possível”, afirma Baiano. “Bumlai disse que a pessoa mais indicada para fazer a aproximação de Paulo Roberto Costa com o PT era Antonio Palocci, uma vez que era naquele momento o coordenador da campanha de Dilma Roussef e provavelmente seria o ministro da Casa Civil.” 

Fernando Baiano conta que acompanhou posteriormente Costa no encontro com Palocci, em Brasília. O ex-ministro teria faladou que “haveria interesse por parte do PT” na continuidade dele na Diretoria de Abastecimento.



“Em seguida se passou a falar da campanha presidencial; que então Antonio Palocci falou que seria muito importante se Paulo Roberto Costa em sua relação com as empresas que eram prestadoras de serviços na Petrobrás conseguisse ajudar com doações para a campanha de Dilma Rousseff.” 

Fernando Baiano afirma que o ex-diretor disse que poderia ajudar, mas não falou sobre valores nem como seria essa ajuda. 

“No final da conversa, Antonio Palocci disse que havia uma pessoa que trabalhava com ele, possivelmente um assessor dele, que o estava ajudando nesta parte de arrecadação”, explicou Fernando Baiano. “Pelo que se recorda, o nome dessa pessoa era Charles.


Paulo Roberto Costa foi colocado frente-a-frente com Fernando Baiano na quinta-feira, 5, e negou que tivesse participado de reunião com ele e Palocci para tratar do assunto. O ex-diretor sustenta ter ouvido de Youssef o pedido de R$ 2 milhões para a campanha do PT a pedido do ex-ministro. Costa disse que autorizou o pagamento.

O pecuarista José Carlos Bumlai negou categoricamente envolvimento em qualquer ato ilícito.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA JOSÉ ROBERTO BATOCHIO, QUE DEFENDE O EX-MINISTRO ANTONIO PALOCCI


O criminalista José Roberto Batochio, que defende Palocci, foi taxativo. “Estão querendo fazer uma delação de conciliação para tentar eliminar as insuperáveis e intransponíveis divergências. Mentiras ditas pelos três envolvidos (Fernando Baiano, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef), um desmentindo o outro. Inventam mil mentiras, mas a verdade teima em aparecer. É um escândalo de invencionices com a finalidade de escapar da cadeia. Uma coisa absolutamente inidônea, claramente inverossímel com a qual não se compadece a seriedade da Justiça.” 

Batochio reafirma que “Palocci jamais se reuniu com esse Fernando Baiano, não o conhece, nunca o viu na vida, em lugar algum”. 

“É preciso que a Justiça cancele os benefícios aos mentirosos e deve faze-lo de ofício, sem ter que esperar ser provocada.A Justiça tem compromisso com a verdade e não com escambos, com trocas que escapam da moralidade.” 

Perguntado se o desmentido de Paulo Roberto Costa foi bom para a defesa de Palocci, o advogado criminalista disse. “Foi bom para a verdade e para a Justiça.” 

Batochio disse ter sido informado que, na acareação, Fernando Baiano confundiu-se até na hora de informar onde ficou hospedado em Brasília e quem fez a reserva para ele.