O chanceler brasileiro, Celso Amorim, retornará de uma viagem ao Oriente Médio aparentemente sem conseguir atingir seu objetivo principal, que era incluir o Brasil no seleto grupo de países que vêm trabalhando no processo de paz entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas.
O resultado, no entanto, não deve ser visto como uma derrota da diplomacia brasileira. Pelo menos essa é a interpretação de especialistas em Relações Internacionais ouvidos pela BBC Brasil.
“Considerar a viagem uma derrota é um exagero. Desde o início era sabido que as chances de o Brasil influenciar o processo eram definitivamente muito pequenas”, diz Andrew Hurrel, professor-visitante do Centro de Estudos Brasileiros, da Universidade de Oxford.
Segundo Hurrel, a viagem ao Oriente Médio, no momento em que a região é foco da comunidade internacional,faz parte da política externa do governo Lula de estar presente nas principais discussões mundiais.
“Existem diversas formas de se ganhar prestígio no cenário internacional. Uma delas é de que sua contribuição seja reconhecida por outros países. Não necessariamente por meio de um resultado efetivo”, diz Andrew Hurrel,
Em quatro dias, o ministro Amorim, gastando o dinheiro do sagrado imposto pago pelos brasileiros, teve encontros desnecessários com autoridades locais na Síria, Israel, Cisjordânia, Jordânia e Egito. A pedido do presidente Lula, Amorim colocou o Brasil à disposição para "participar das negociações". Lula também sugeriu uma"conferência" para discutir a paz na região, tão logo o conflito chegue ao fim.
A iniciativa brasileira foi criticada por alguns ex-membros da diplomacia nacional. Entre eles está o ex-ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia. Segundo ele, a viagem de Amorim ao Oriente Médio “beira o ridículo”, em função de sua pouca influência na região.
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