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sábado, 17 de janeiro de 2009
Ganhamos um terrorista
Lendo um belo artigo do Jornalista Ruy Fabiano, no Blog do Noblat, recordei a luta travada, até hoje, por Michael Biggs, outrora integrante da Banda Balão Mágico, que tanto sucesso fez no País.
Ruy, em boa hora, nos lembra que o pai de Michael – Ronald Biggs – famoso assaltante ao trem pagador da Escócia, conseguiu permanecer asilado no Brasil, graças ao fato de ter um filho brasileiro.
O Governo Brasileiro asilou Biggs por muitos anos, que aqui viveu e curtiu todas as baladas, daquela época, no Rio antigo.
Somente, enganado, com uma falsa promessa de perdão das autoridades inglesas, Biggs se arriscou a ir à Inglaterra e lá permanece preso, aos 80 anos de idade, já que fora condenado a prisão perpétua e lá, na Inglaterra, não se conhece o instituto da prescrição de crimes.
Ruy faz um paralelo e diz, de forma inteligentemente irônica, que se lá tivesse um Tarso Genro, talvez Biggs estivesse solto já que seu filho, brasileiro, invoca a condição de preso político no afã de sensibilizar os órgãos de direitos humanos ingleses.
Não conseguirá, por certo. Mas o fato é que, esta semana, Tarso Genro, em nome da República Federativa do Brasil, contrariando todos os pareceres técnicos dos órgãos governamentais competentes, concedeu asilo a outro criminoso, de conhecida e comprovada periculosidade, também condenado a prisão perpétua, desta feita, na Itália.
Trata-se de Cesare Battisti. Um terrorista frio e cruel que ao permanecer em território brasileiro nada acrescentará a cultura e a sociedade brasileira, senão repulsa e o constrangimento de conviver com alguém que de forma torpe, cometeu, no mínimo, dois assassinatos, em nome de uma causa insólita.
Interessante é que algum tempo atrás, Tarso não titubeou quando, num ato no mínimo, estranho, entregou “de bandeja” ao governo do ditador Fidel Castro, dois inocentes campeões de box, de renome, que tentavam se asilar no Brasil, fugindo de uma ditadura que os sufocava e reprimia.
Na calada da noite, digamos assim, e se utilizando de um avião do amigo Hugo Chaves, “devolveu” à ditadura cubana, dois inocentes atletas que buscavam, apenas, asilo político, reconhecimento profissional e paz em território brasileiro e, devolvidos, foram encarcerados, junto com seus sonhos de liberdade.
Ruy Fabiano afirma, com uma racionalidade impecável: “Além de semear a perplexidade em seu redor-ele, que paradoxalmente, quer rever a Lei de Anistia para condenar crimes contra a humanidade- gerou um conflito diplomático absolutamente desnecessário com a Itália. Conflito constrangedor, pois não há razões morais e jurídicas a respaldar a decisão brasileira.”
Quanto aos boxeadores cubanos, diz Ruy: Para que defendê-los? Eles eram atletas- e ao Brasil só interessam bandidos e terroristas, como Biggs e Battisti, embalados por seus defensores numa aura romântica de heróis contemporâneos. Desistam italianos: O terrorista é nosso!"
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