Acabo de passar por uma situação esquisita, mas infelizmente cada dia mais comum nas grandes cidades, como Rio, São Paulo, talvez Salvador e Belo Horizonte.
Amigos meus, como o jornalista Zuenir Ventura, já passaram pelo mesmo desconforto. Zuenir até publicou uma crônica a respeito.
Decidi partilhar com vocês porque, sei lá, pode ajudar num momento de aperto.
Era ali por volta de 18.15h. Estava sentada à frente do computador, escrevendo no blog e procurando me inteirar das últimas notícias, quando toca o telefone.
Estranhei, porque ainda era cedo para o telefonema do Fernando Gallo, produtor do Jornal da CBN 2ª edição, que me telefona diariamente às 18,30h, para eu fazer o comentário.
Desta vez, era uma ligação a cobrar. Aceitei, porque poderia ser um sobrinho sem dinheiro, que tivesse esquecido o celular (já aconteceu). Enfim, atendi.
Uma voz feminina, jovem, chorava muito. E dizia: "Mãe, mãe, fui assaltada. Mãe, me ajuda..."
Como não tenho filha, decidi dar corda. "O que houve? Onde você está?"
(Em tempo. Meus netos são filhos dos filhos do meu marido.)
Resposta: "Não sei, estou perto de uma favela. Mas eles dizem que vão me matar."
Perguntei: "Quem vai te matar?" E ela: "Eles vão falar com você". Isto tudo, chorando muito. Chegava a soluçar.
Aí vem uma voz masculina, brava, voz "de bandido de filme". Passou-se o seguinte diálogo:
Ele: "Fica calma. Mas não avisa a polícia senão ela morre. Se você colaborar ela se safa."
Eu: "Ela, quem?"
Ele: "Sua filha."
E eu: "Moço, acho que o senhor discou um número errado. Não tenho filha."
E ele, espantadíssimo: "Não?!"
Eu, novamente: "Não. Nem filha nem filho. O senhor discou um número errado."
E ele: "Então, tá." E desligou.
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E agora? E se eu tivesse uma filha? Fico imaginando a aflição de milhões de pais e mães que são vítimas dessas tentativas de extorsão todos os dias.
Existem aqueles que caem nesse macabro conto do vigário, existem os que passam mal (um conhecido meu enfartou, e nem era a filha dele).
Depois de tudo, fica uma desconfortável sensação de vulnerabilidade. Será que ele discou um número qualquer? Será que ele queria telefonar para a minha casa? Será que ele queria realmente me assustar?
Não sei, mas sei que, mesmo não tendo filha, a sensação não é boa. Muito ao contrário.
Amigos meus, como o jornalista Zuenir Ventura, já passaram pelo mesmo desconforto. Zuenir até publicou uma crônica a respeito.
Decidi partilhar com vocês porque, sei lá, pode ajudar num momento de aperto.
Era ali por volta de 18.15h. Estava sentada à frente do computador, escrevendo no blog e procurando me inteirar das últimas notícias, quando toca o telefone.
Estranhei, porque ainda era cedo para o telefonema do Fernando Gallo, produtor do Jornal da CBN 2ª edição, que me telefona diariamente às 18,30h, para eu fazer o comentário.
Desta vez, era uma ligação a cobrar. Aceitei, porque poderia ser um sobrinho sem dinheiro, que tivesse esquecido o celular (já aconteceu). Enfim, atendi.
Uma voz feminina, jovem, chorava muito. E dizia: "Mãe, mãe, fui assaltada. Mãe, me ajuda..."
Como não tenho filha, decidi dar corda. "O que houve? Onde você está?"
(Em tempo. Meus netos são filhos dos filhos do meu marido.)
Resposta: "Não sei, estou perto de uma favela. Mas eles dizem que vão me matar."
Perguntei: "Quem vai te matar?" E ela: "Eles vão falar com você". Isto tudo, chorando muito. Chegava a soluçar.
Aí vem uma voz masculina, brava, voz "de bandido de filme". Passou-se o seguinte diálogo:
Ele: "Fica calma. Mas não avisa a polícia senão ela morre. Se você colaborar ela se safa."
Eu: "Ela, quem?"
Ele: "Sua filha."
E eu: "Moço, acho que o senhor discou um número errado. Não tenho filha."
E ele, espantadíssimo: "Não?!"
Eu, novamente: "Não. Nem filha nem filho. O senhor discou um número errado."
E ele: "Então, tá." E desligou.
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E agora? E se eu tivesse uma filha? Fico imaginando a aflição de milhões de pais e mães que são vítimas dessas tentativas de extorsão todos os dias.
Existem aqueles que caem nesse macabro conto do vigário, existem os que passam mal (um conhecido meu enfartou, e nem era a filha dele).
Depois de tudo, fica uma desconfortável sensação de vulnerabilidade. Será que ele discou um número qualquer? Será que ele queria telefonar para a minha casa? Será que ele queria realmente me assustar?
Não sei, mas sei que, mesmo não tendo filha, a sensação não é boa. Muito ao contrário.
Publicado em:http://oglobo.globo.com/pais/noblat/luciahippolito/
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