A juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara da Justiça Federal, em Guarulhos (Grande SP), por entender que a butique Daslu e importadores ligados à empresa faziam parte de uma organização criminosa, determinou em sentença condenatória pena total de 94 anos e 6 meses de prisão, por crimes como formação de quadrilha, descaminho (importação fraudulenta de produto lícito) e falsidade ideológica a Eliana Tranchesi, dona da loja.
A condenação é em primeira instância e cabe recurso. No total, sete pessoas foram condenadas à prisão pela Justiça Federal envolvidas com irregularidades na Daslu. As informações sobre a sentença foram divulgadas pelo Ministério Público Federal.O irmão de Eliana e ex-diretor financeiro da loja Antonio Carlos Piva de Albuquerque também pegou um total de 94 anos e 6 meses de prisão na sentença. No Brasil, o réu só pode cumprir no máximo 30 anos de prisão, de acordo com a legislação.Eliana Tranchesi, seu irmão e o empresário Celso de Lima, da importadora Multimport, foram presos na manhã de hoje pela Polícia Federal, em cumprimento da sentença da Justiça Federal. As outras quatro pessoas condenadas no mesmo caso são André de Moura Beukers, da importadora Kinsberg, Christian Polo, da importadora By Brasil, Roberto Fakhouri Júnior e Rodrigo Nardy Figueiredo (ambos da importadora Todos os Santos). Também foram expedidos mandados de prisão contra eles.Eliana Tranchesi foi condenada pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho consumado (pegou seis condenações por esse crime, pela quantidade de vezes que o mesmo foi cometido), crime de descaminho tentado (três vezes) e crime de falsidade ideológica (nove vezes).Antonio Carlos Piva de Albuquerque foi condenado pelos mesmos crimes que ela, cometidos a mesma quantidade de vezes, segundo a sentença.
A condenação a Celso de Lima (53 anos de prisão, no total) foi pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho (três vezes), descaminho tentado (duas vezes) e falsidade ideológica (cinco vezes). André de Moura Beukers (25 anos de prisão, no total), da importadora Kinsberg, foi condenado por formação de quadrilha, descaminho consumado (duas vezes) e falsidade ideológica (duas vezes).Contra Christian Polo (14 anos, no total), da importadora By Brasil, a condenação é por formação de quadrilha, descaminho consumado e falsidade ideológica.Roberto Fakhouri Júnior, da importadora Todos os Santos, cometeu, de acordo com a sentença condenatória, os crimes de formação de quadrilha, descaminho tentado e falsidade ideológica. Pelos mesmo crimes foi condenado Rodrigo Nardy Figueiredo, da mesma importadora. Fakhouri e Figueiredo pegaram, cada, 11 anos e 6 meses de prisão, de acordo com a sentença.Fakhouri, segundo o Ministério Público Federal, está no exterior, e os outros três condenados ainda não foram localizados, mas não podem ser considerados foragidos.A condenação do grupo foi pedida em abril de 2008 pelo Ministério Público Federal, por sonegação fiscal (descaminho), formação de quadrilha e falsificação de documentos, depois da conclusão das investigações da Operação Narciso, deflagrada em 2005.Em março do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça já havia negado pedido da defesa da Daslu que alegava que não existia organização criminosa.
A advogada de Eliana Tranchesi, Joyce Roysen, marcou uma entrevista coletiva para a tarde desta quinta-feira em São Paulo.Em um bilhete divulgado pela assessoria de imprensa da Daslu, repassado por Eliana Tranchesi à advogada, ela afirma que sua vida foi "revirada" e nega ser um "perigo para a sociedade".
Segundo reportagem da Folha Online, a defesa da empresária entregará à Justiça um laudo médico sobre a gravidade do estado de saúde de Eliana Tranchesi, na tentativa de obter um habeas corpus. Tranchesi está sob tratamento de quimioterapia para combater um câncer.
Segundo reportagem da Folha Online, a defesa da empresária entregará à Justiça um laudo médico sobre a gravidade do estado de saúde de Eliana Tranchesi, na tentativa de obter um habeas corpus. Tranchesi está sob tratamento de quimioterapia para combater um câncer.
Comento: Evidentemente que uma pena de 94,5 anos, para este caso, demandará o competente recurso e, com a recente decisão do STF, a condenada estará livre em breve tempo e só poderá ser presa com condenação definitiva. Parece-nos que, a princípio, a Justiça fez a sua parte, mas ainda falta muito para que se faça, concretamente, Justiça.
Com informações:http://noticias.uol.com.br/
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