A construtora Camargo Corrêa, alvo da operação Castelo de Areia, deflagrada ontem pela Polícia Federal para investigar crimes financeiros, recebeu do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) cerca de R$ 129,5 milhões nos últimos três anos. O valor coloca a construtora em 15º lugar na lista das 20 empresas mais bem contempladas com a prestação de serviços à União, por meio de obras e projetos do PAC. No total, essas empresas receberam R$ 5,5 bilhões para tocar obras do programa desde 2007 (veja a lista). O levantamento não inclui obras pagas com recursos de empresas estatais, estados e prefeituras.
Só no ano passado, a construtora do Grupo Camargo Corrêa recebeu R$ 102,7 milhões para executar obras do PAC, enquanto em 2007 recebeu apenas 20% desse valor por projetos do programa. Dentre as obras mais importantes tocadas pela empresa está a participação na construção da Ferrovia Norte-Sul, no estado de Goiás, em especial no trecho Anápolis-Uruaçu. Em 2008, por essa obra, a Camargo Corrêa recebeu R$ 44,1 milhões do Ministério dos Transportes. No ano anterior, R$ 20,6 milhões foram pagos à empresa por meio de obras do PAC, dos quais 98% eram relacionados à ferrovia. Já este ano, até o último dia 17, mais R$ 5,8 milhões foram pagos por serviços prestados nesta mesma obra.A Ferrovia Norte-Sul deverá possuir extensão total de 2,2 mil quilômetros, cortando os estados de Goiás, Maranhão, Pará e Tocantins. O projeto tem R$ 1,7 bilhão previsto no orçamento 2009. Nos últimos dois anos, período de existência do PAC, a União desembolsou R$ 1,2 bilhão dos recursos do pacote econômico com a ferrovia, que deverá ser entregue em 2011. Até lá, a previsão de investimentos é de R$ 6,8 bilhões com a obra, tocada quase que integralmente pela Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes.Parte da implantação do perímetro de irrigação Platôs de Guadalupe, no estado do Piauí, também é tocada pela Camargo Corrêa. Pouco mais de R$ 4,9 milhões foram pagos por essa obra no ano de 2008. Outra grande obra sob responsabilidade do grupo é a construção do edifício-sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. No ano passado, R$ 7,8 milhões foram pagos à Camargo Corrêa por esta obra, que não está incluída no programa de aceleração do governo federal. O edifício está orçado em aproximadamente R$ 500 milhões e a conclusão das obras está prevista para 2012.
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