A ministra Dilma Rousseff, que é, no momento ao menos, a futura candidata do PT à Presidência da República, concedeu entrevista à revista Marie Claire. Como informa o Globo Online, ela defende a descriminação do aborto, diz-se distante da Igreja Católica e, parece, só reza quando há turbulência no avião. Entendo...Dilma também conta os horrores que teria sofrido na prisão: “Tomei choques em várias partes do corpo, inclusive nos bicos dos seios. Tive até hemorragia. Depois de apanhar, era jogada nua em um banheiro, suja de urina e fezes”.O texto não informa, mas creio que ela não conta que pertencia a um grupo que seguia uma cartilha que defendia ações terroristas e a eliminação física dos adversários. Também não deve ter falado que inocentes morreram em ações de seu grupo. Inocentes mesmo, gente sem qualquer vinculação com a luta política.Antes que infiram que penso o contrário, é claro que nada disso justifica aquele horror que ela diz ter sofrido. A questão é outra: se é para reavivar e reviver os episódios da ditadura, que a coisa não sirva apenas a um propósito eleitoral, não é? À exposição do martírio com fins eleitoreiros. Que Dilma, então, repudie a violência dos seus algozes, mas também a paixão homicida do grupo a que servia. PAIXÃO HOMICIDA, REITERO, REVELADA NUMA CARTILHA. E eu nunca a vi fazer isso. Ao contrário: ela já disse ter orgulho do passado. Como é que alguém pode sentir orgulho daquilo? Ela nem mesmo pode dizer que era o idealismo de quem queria a democracia. Ela não queria. Queria ditadura.Quanto ao aborto e à reza utilitária, só quando balança o avião, dizer o quê? A segunda parte, certamente o Altíssimo compreende e perdoa... Já deve ter lidado com oportunismos mais vulgares.
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