O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não estará presente esta semana no Fórum Econômico Mundial, em Davos, prescindindo assim da oportunidade de se juntar a líderes de empresas e a 41 chefes de Estado. Em vez disso, decidiu juntar-se a mais de 100.000 ativistas de todo o mundo num encontro anticapitalista em Belém, no Estado do Pará.
O governo de Lula está gastando R$ 78 milhões (25,6 milhões de euros) - pagos pelos nossos impostos - para ter no 8º Fórum Social Mundial, grupos provenientes de 59 países. Entre eles conta-se um sindicato dos trabalhadores do sexo da Índia e um grupo de belgas que quer abolir o Banco Mundial, salienta o Jornal de Negócios.O evento teve início no dia 27 de janeiro e termina no mesmo dia da reunião anual de Davos, no domingo. Hoje, Lula debateu a crise financeira global num painel com o presidente venezuelano, Hugo Chávez.“Ele tomou partido”, comentou um empresário que organizou o primeiro Fórum Social Mundial, Oded Grajew. “Lula não quer ir a Davos e ouvir as mesma ideias que levaram o mundo à falência”, acrescentou.
Para os fãs do "eloquente" presidente brasileiro, sua decisão de estar presente neste fórum social é uma “bofetada” para os banqueiros, cuja “mentalidade de cassino” ele cita frequentemente como sendo a causadora de uma crise no capitalismo.
Em 2003, Lula, antigo líder sindicalista, aproveitou a sua primeira presença em Davos como presidente para garantir aos investidores que pretendia não deixar que a dívida do seu país não fosse paga. Ao regressar pela terceira vez a Davos, em 2007, foi elogiado pelo presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, por ter criado “um modelo de globalização com uma face humana”. A oposição à globalização foi um dos temas de fundo do primeiro Fórum Social Mundial, que se realizou em 2001 em Porto Alegre. O Partido dos Trabalhadores, que Lula representa e que ajudou a financiar o evento, tem participado de todas as edições anuais. Este ano, o Fórum Social Mundial está consagrado ao tema “É Possível Outro Mundo”.O “El País” sublinha que os ativistas presentes no Fórum são de todas as esquerdas: as antigas e as modernas. Esquerdas que ainda citam Lenine, mas também esquerdas de novos ecologistas, anarquistas e progressistas. Muitas esquerdas com uma única pergunta: o que fazer ao capitalismo? “Uma novidade: pela primeira vez, nenhuma dessas esquerdas queimou bandeiras norte-americanas, como em edições anteriores deste encontro”, salienta o jornal.
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