Por Joby Warrick, do The Washington Post
Pouco depois da eleição de novembro, o número 2 da Al-Qaeda fez uma avaliação do novo presidente dos EUA e o desprezou com um epíteto insultante. "É um negro doméstico", disse Ayman al-Zawahiri. Aquilo foi apenas um aquecimento. Nas semanas que se seguiram, o grupo terrorista descarregou uma torrente de abusos verbais contra Barack Obama, cada um mais venenoso do que o outro.
O fluxo de palavras odiosas faz parte do que os especialistas em terrorismo acreditam ser uma campanha de propaganda deliberada e até desesperada contra um presidente que parece ter conseguido irritar a Al-Qaeda.
A despedida de George W. Bush privou a Al-Qaeda de um líder americano polarizador, que justificava, como resposta aos seus atos, a entrada de recrutas e doações para a organização terrorista.
Com Obama, a Al-Qaeda enfrenta um desafio completamente novo, dizem os especialistas: um presidente que fez campanha com base no fim da guerra no Iraque e no fechamento da prisão militar de Guantánamo, em Cuba, além de ser bem quisto no mundo muçulmano, segundo revelam as pesquisas.
Resta saber se o sentimento favorável a Obama vai durar. Na sexta-feira, a nova administração deu sinais de que pretende dar prosseguimento a pelo menos uma das políticas controversas de Bush: a permissão concedida à CIA para disparar mísseis contra supostos esconderijos de terroristas na região tribal do Paquistão. Por enquanto, contudo, a mudança em Washington parece ter incomodado os líderes da Al-Qaeda.
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