A eleição de Collor para a presidência da comissão é desdobramento da eleição de Sarney para a presidência do Senado. No toma-lá-dá-cá que rege a política nacional, Calheiros fez um acordo com o PTB: caso o partido apoiasse Sarney, ganharia a presidência de uma das comissões do Senado. O PTB, ao cobrar a fatura, indicou Collor. Calheiros adorou a ideia e trabalhou – se esse é o termo – com afinco redobrado para que o conterrâneo fosse eleito. Candidato ao governo de Alagoas em 2010, Calheiros restabelece, desse modo, relações, por assim dizer, profícuas com Collor e garante o apoio do PTB e dos meios de comunicação que o ex-presidente controla no estado. O acordo traz ainda outra vantagem ao PMDB: enfraquece o PT. Quanto mais fraco o partido do presidente fica, mais cresce a força do PMDB na coligação que dá sustentação a Lula. Mais força significa mais cargos, e isso, descontados o bem de todos e a felicidade geral da nação, é tudo que os peemedebistas querem, como explicou cristalinamente o senador Jarbas Vasconcelos em sua entrevista a VEJA publicada há três edições.
Mas uma coisa temos que admitir: Tudo que não seja para beneficiar o PT é espúrio, segundo seus membros.No entando, quando estes, em benefício próprio, se aliam a gregos e troianos ou agem ao arrepio da lei, " tudo é normal!".
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