De Josias de Souza, na Folha Online:
O Planalto criou, no meio do ano, uma coluna semanal de perguntas e respostas chamada “O Presidente Responde”. Pouca gente notou, mas a coisa começou a ser veiculada em 7 de julho, sempre às terças-feiras. Inicialmente, saía em 94 jornais. Hoje, é publicada por cerca de 150 diários de todo país. Consiste no seguinte: Os leitores enviam perguntas, o Planalto faz uma triagem e Lula responde, na primeira pessoa, a três indagações por semana. A coluna desta terça (8) abre com uma questão formulada pelo professor João Teles de Aguiar, 44, de Fortaleza. Ele quis saber de Lula o seguinte: “Dizem que o senhor não lê jornais e tem desprezo pelo conhecimento e pelo saber. Até que ponto isso é verdade?” Na resposta, Lula nega que dê de ombros para o conhecimento: “Na democracia, quem tem desprezo pelo conhecimento jamais chega a presidente da República”. Discorre sobre a metodologia que adotou para se abastecer de informações sem precisar ler jornais: “Eu recebo todas as manhãs um panorama de tudo o que foi tratado pela imprensa...” “...E, ao longo do dia, continuo recebendo informações de ministros, de lideranças políticas, empresariais e trabalhistas sobre questões nacionais e internacionais...” Coisas “...que saíram e que não saíram na imprensa”. Lula lembra que concede entrevistas “praticamente todos os dias”. Alega que “não poderia dar informações se não tivesse informações”. E passa a explicar o porquê da aversão que desenvolveu em relação aos jornais. “Alguns deles parecem ter se especializado apenas em notícias negativas, de modo que se tornaram capengas, deixando de transmitir as variadas dimensões da realidade”. A resposta de Lula como que ratifica o que ele dissera, em janeiro, ao repórter Mário Sérgio Conti, da revista Piauí. Naquela ocasião, Lula dissera que fugia dos jornais para evitar a queimação matinal do estômago: “Eu tenho problema de azia”, Lula justificara. “Eu me cuido profundamente, para não perder o humor logo cedo”. Quanto à última parte da pergunta do professor cearense João Teles –o desprezo pelo saber—, Lula respondeu negativamente. Aproveitou para espetar o antecessor Fernando Henrique Cardoso, sem mencionar-lhe o nome: “Quanto ao saber, logo eu, que não pude ter uma educação formal, tenho feito muito mais pela educação do que governantes que tinham verdadeiras coleções de diplomas”. Lula prosseguiu: “Em meu governo, estamos criando 14 novas universidades, 104 extensões universitárias...” “...Concedemos 540 mil bolsas de estudos a jovens de baixa renda para curso superior...” “...Duplicamos o ingresso de estudantes nas universidades federais e estamos construindo 214 escolas técnicas”. Para não perder a oportunidade, Lula enganchou na resposta sua mais nova obsessão: “Agora, com o pré-sal, vamos criar um fundo de recursos para investimentos na educação e na inovação tecnológica”. É curioso que um presidente que desacredita o noticiário a ponto de se negar a lê-lo utilize as páginas dos jornais para espinafrar os jornais. Vai entender!
O Planalto criou, no meio do ano, uma coluna semanal de perguntas e respostas chamada “O Presidente Responde”. Pouca gente notou, mas a coisa começou a ser veiculada em 7 de julho, sempre às terças-feiras. Inicialmente, saía em 94 jornais. Hoje, é publicada por cerca de 150 diários de todo país. Consiste no seguinte: Os leitores enviam perguntas, o Planalto faz uma triagem e Lula responde, na primeira pessoa, a três indagações por semana. A coluna desta terça (8) abre com uma questão formulada pelo professor João Teles de Aguiar, 44, de Fortaleza. Ele quis saber de Lula o seguinte: “Dizem que o senhor não lê jornais e tem desprezo pelo conhecimento e pelo saber. Até que ponto isso é verdade?” Na resposta, Lula nega que dê de ombros para o conhecimento: “Na democracia, quem tem desprezo pelo conhecimento jamais chega a presidente da República”. Discorre sobre a metodologia que adotou para se abastecer de informações sem precisar ler jornais: “Eu recebo todas as manhãs um panorama de tudo o que foi tratado pela imprensa...” “...E, ao longo do dia, continuo recebendo informações de ministros, de lideranças políticas, empresariais e trabalhistas sobre questões nacionais e internacionais...” Coisas “...que saíram e que não saíram na imprensa”. Lula lembra que concede entrevistas “praticamente todos os dias”. Alega que “não poderia dar informações se não tivesse informações”. E passa a explicar o porquê da aversão que desenvolveu em relação aos jornais. “Alguns deles parecem ter se especializado apenas em notícias negativas, de modo que se tornaram capengas, deixando de transmitir as variadas dimensões da realidade”. A resposta de Lula como que ratifica o que ele dissera, em janeiro, ao repórter Mário Sérgio Conti, da revista Piauí. Naquela ocasião, Lula dissera que fugia dos jornais para evitar a queimação matinal do estômago: “Eu tenho problema de azia”, Lula justificara. “Eu me cuido profundamente, para não perder o humor logo cedo”. Quanto à última parte da pergunta do professor cearense João Teles –o desprezo pelo saber—, Lula respondeu negativamente. Aproveitou para espetar o antecessor Fernando Henrique Cardoso, sem mencionar-lhe o nome: “Quanto ao saber, logo eu, que não pude ter uma educação formal, tenho feito muito mais pela educação do que governantes que tinham verdadeiras coleções de diplomas”. Lula prosseguiu: “Em meu governo, estamos criando 14 novas universidades, 104 extensões universitárias...” “...Concedemos 540 mil bolsas de estudos a jovens de baixa renda para curso superior...” “...Duplicamos o ingresso de estudantes nas universidades federais e estamos construindo 214 escolas técnicas”. Para não perder a oportunidade, Lula enganchou na resposta sua mais nova obsessão: “Agora, com o pré-sal, vamos criar um fundo de recursos para investimentos na educação e na inovação tecnológica”. É curioso que um presidente que desacredita o noticiário a ponto de se negar a lê-lo utilize as páginas dos jornais para espinafrar os jornais. Vai entender!
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