Na Folha de São Paulo:
O governo federal infla -até com empréstimos que não irá pagar- o volume de investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Estado de São Paulo.Sob responsabilidade da Casa Civil, o relatório do PAC contabiliza não só recursos dos cofres da União, mas o valor total das obras previstas para o Estado, inclusive gastos do governo de São Paulo e empréstimos.No relatório, o governo federal apresenta um total de R$ 8,92 bilhões como investimentos em parceria com o governo estadual. Mas, segundo levantamento pedido a empresas do Estado, apenas R$ 1,9 bilhão é do Orçamento da União.Exibido no site do governo federal, o relatório não discrimina a fonte do dinheiro. Um exemplo: de um total de R$ 2,1 bilhões registrado como investimentos do PAC para obras executadas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo), a União não participa com um único centavo. R$ 1,3 bilhão refere-se a empréstimos que, embora concedidos pela Caixa Econômica Federal e pelo BNDES, serão pagos pela própria companhia. Outros R$ 232,5 milhões representam a contrapartida para esses financiamentos.O balanço inclui ainda um financiamento externo da companhia, no valor de R$ 643 milhões, para o programa Onda Limpa, em Santos.Foi esse relatório do PAC a fonte da propaganda do PT de São Paulo que, no mês passado, fomentou uma briga entre petistas e tucanos. O anúncio enaltecia investimentos de R$ 100 bilhões no Estado.“Você sabia que São Paulo é o Estado brasileiro que mais recebe dinheiro do governo Lula? São obras em todo o Estado. Mais de R$ 100 bilhões destinados pelo PAC”, dizia a propaganda, chamada de enganosa pelo governador José Serra.No pedido da Folha, o relatório do PAC foi confrontado com os gastos executados pelo Estado. A comparação não se estende a obras em parceria com os municípios.Segundo dados da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), de R$ 1,72 bilhão contabilizado como investimentos do PAC em habitação, a participação da União foi de R$ 586 milhões. Outro R$ 1,14 bilhão -dos quais R$ 350 milhões em empréstimos - é de responsabilidade do Estado.
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