A indústria perdeu R$ 24,7 bilhões de riqueza nos últimos seis meses em razão da crise, segundo projeções do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). O carro que deixou de ser montado, a máquina de lavar que não foi fabricada, o alto-forno da siderúrgica desligado, por exemplo, provocaram uma contração da ordem de 15% no ritmo de produção e um recuo no Produto Interno Bruto (PIB) industrial.O baque sofrido pela indústria em seis meses foi tão grande que, mesmo com a recuperação esboçada no ritmo das fábricas em janeiro e fevereiro, economistas preveem que a produção industrial encolha entre 4% e 5% este ano na comparação com 2008. A maior retração anual havia sido em 1998, quando a produção industrial caiu 3,3%. Naquela época, lembra o sócio-diretor da RC Consultores, Fabio Silveira, o País sofria os efeitos das crises da Ásia, da Rússia e estava na antessala da desvalorização cambial de 1999.“O tombo na indústria foi muito grande em tão pouco tempo”, afirma o economista do Iedi, Rogério César de Souza, que calculou, a pedido do Grupo Estado, a contração no PIB industrial após a eclosão da crise, em setembro passad. Para chegar aos R$ 24,7 bilhões, que é a perda do PIB industrial a preços de mercado, ele levou em conta margens de comercialização e impostos da ordem de 20%, que é uma média, na sua opinião, conservadora. Além disso, o economista fez as projeções a partir dos dados mais recentes que são o PIB do último trimestre de 2008 da indústria de transformação e extrativa mineral. Esses dois segmentos respondem por quase 70% da produção da indústria. Ficaram de fora a construção civil e a distribuição de eletricidade, gás e água, que entram, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no PIB da indústria.
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