Nesta terça (14), o ministro Tarso Genro (Justiça) e o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, darão as caras na Comissão de Justiça do Senado. Foram chamados para explicar por que partidos e políticos que receberam doações legais da Camargo Corrêa foram expostos no noticiário em situação vexatória. Uma notícia produzida pelo repórter Hudson Corrêa deve açular a animosidade dos queixosos DEM e PSDB. Hudson conta que há no inquérito da Operação Castelo de Areia informações acerca da existência de recibos para as doações feitas a tucanos e demos. Dá-se coisa inversa no caso de um repasse feito ao PT. Ainda assim, as legendas de oposição ganharam o noticiário. O petismo não. Captados por grampos telefônicos, os diálogos travados entre diretores da empreiteira estimularam a suspeita de que a Camargo Corrêa borrifara verbas no caixa dois de partidos. São conversas vadias, que fazem menção a doações intermediadas pela Fiesp. Contribuições “por dentro”, supostamente legais, e “por fora”, à margem da lei. Parte das doações é mencionada em e-mails interceptados pela PF. Uma dessas mensagens eletrônicas é datada de 18 de novembro de 2008. Foi enviada por Dárcio Brunato, executivo da Camargo Corrêa, para Luiz Henrique Maia Bezerra, representante da Fiesp. Traz uma lista de oito doações a partidos. Ao lado de cada cifra aparecem anotações referentes ao recibo: “OK” ou “pendente”. A remessa feita ao diretório potiguar do DEM é mencionada no e-mail assim: "DEM - R$ 300.000,00 (RN) recibo OK". A doação feita a um diretório petista aparece assim: "PT Diretório Regional R$ 25.000,00 [recibo] pendente". Não há referência à localização geográfica do diretório do PT aquinhoado com R$ 25 mil. Tudo faz crer que tratou-se, também neste caso, de uma doação legal. Mas o PT, com o seu recibo “pendente”, estava em situação menos cômoda do que o DEM. A despeito disso, o petismo não foi pendurado nas manchetes. Num e-mail anterior, datado de 6 de novembro, Luiz Henrique, o preposto da Fiesp, informara a Fernando Dias Gomes, diretor da Camargo Corrêa, o seguinte: "O recibo do DEM-RN, R$ 300.000,00, eu mandei ontem por Sedex a você, deve chegar hoje...”
“...Quanto aos dois [recibos] do PSDB do Pará, fui informado pelo próprio partido que eles já haviam enviado diretamente a vocês."
O diretório paraense do PSDB fora aquinhoado com R$ 300 mil. Em duas parcelas: R$ 200 mil e R$ 100 mil. Daí a referência a “dois” recibos. Os senadores José Agripino Maia (DEM-RN) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), presidentes dos diretórios destaduais de seus partidos, já haviam exibido publicamente os recibos. Discursaram da tribuna do Senado na primeira hora, logo depois de a PF ter varejado o castelo de areia da Camargo Corrêa. Até hoje não se conformam com a exposição negativa que o episódio lhes rendeu. O recibo do PT, por ora, não veio à luz.
Em suas manifestações públicas, Tarso Genro e Luiz Fernando Corrêa disseram que a investigação da PF jamais visou os partidos. O alvo sempre foi a Camargo Corrêa. O diretor da PF chegou a dizer que a responsabilidade pela exposição das legendas era do juiz Fausto de Sanctis. Uma meia verdade. O magistrado, de fato, anotou na ordem de prisão de dez funcionários da empreiteira e doleiros as siglas de sete partidos: DEM, PSDB, PMDB, PPS, PSB, PDT e PP. Mas De Sanctis não fez referência aos nomes dos políticos citados nos grampos. Preservou, entre outros, Agripino Maia e Flexa Ribeiro. Ou seja, ou os nomes vazaram da PF ou escoaram do Ministério Público. Só dias depois soube-se que havia menções também a outros partidos governistas. Além do PT, o PSB. São mistérios cuja elucidação a oposição vai cobrar do ministro e do mandachuva da PF. Há uma outra explicação que, embora não desperte interesse no Senado, a platéia aguarda com ansiedade: Afinal, quem diabos recebeu o “por fora” da Camargo Corrêa?
- PS.: Ilustração via Blique, o blog do Ique.
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/
“...Quanto aos dois [recibos] do PSDB do Pará, fui informado pelo próprio partido que eles já haviam enviado diretamente a vocês."
O diretório paraense do PSDB fora aquinhoado com R$ 300 mil. Em duas parcelas: R$ 200 mil e R$ 100 mil. Daí a referência a “dois” recibos. Os senadores José Agripino Maia (DEM-RN) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), presidentes dos diretórios destaduais de seus partidos, já haviam exibido publicamente os recibos. Discursaram da tribuna do Senado na primeira hora, logo depois de a PF ter varejado o castelo de areia da Camargo Corrêa. Até hoje não se conformam com a exposição negativa que o episódio lhes rendeu. O recibo do PT, por ora, não veio à luz.
Em suas manifestações públicas, Tarso Genro e Luiz Fernando Corrêa disseram que a investigação da PF jamais visou os partidos. O alvo sempre foi a Camargo Corrêa. O diretor da PF chegou a dizer que a responsabilidade pela exposição das legendas era do juiz Fausto de Sanctis. Uma meia verdade. O magistrado, de fato, anotou na ordem de prisão de dez funcionários da empreiteira e doleiros as siglas de sete partidos: DEM, PSDB, PMDB, PPS, PSB, PDT e PP. Mas De Sanctis não fez referência aos nomes dos políticos citados nos grampos. Preservou, entre outros, Agripino Maia e Flexa Ribeiro. Ou seja, ou os nomes vazaram da PF ou escoaram do Ministério Público. Só dias depois soube-se que havia menções também a outros partidos governistas. Além do PT, o PSB. São mistérios cuja elucidação a oposição vai cobrar do ministro e do mandachuva da PF. Há uma outra explicação que, embora não desperte interesse no Senado, a platéia aguarda com ansiedade: Afinal, quem diabos recebeu o “por fora” da Camargo Corrêa?
- PS.: Ilustração via Blique, o blog do Ique.
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/
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