Como já era esperado, depois de usar e abusar dos holofotes, o juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, negou hoje (18) o pedido da CPI das Escutas Telefônicas da Câmara dos Deputados para ter acesso aos dados relativos à Operação Satiagraha, da Polícia Federal. De acordo com De Sanctis, o novo pedido não acrescenta nenhum “dado importante que justificasse o levantamento” do sigilo legal impostos às interceptações telefônicas realizadas durante as investigações. O processo refere-se a supostos crimes financeiros envolvendo o sócio-fundador do banco Opportunity, Daniel Dantas. Para o vice-presidente da comissão, deputado Laerte Bessa (PMDB-DF), com a decisão, o juiz “dificulta os trabalhos da CPI e vira as costas à nação”.
Evidentemente, acho eu, que doravante todos os envolvidos, ou pólos passivos e ativos da relação jurídica, deverão desencadear um verdadeiro festival de negativas de autoria. Este, sem dúvida, é dos inquéritos mais polêmicos e tecnicamente falhos que já vi na história do DPF.
O país tem de lamentar a decisão do juiz Fausto de Sanctis. O sigilo hoje serve apenas à teia verdadeiramente criminosa que se formou em torno dessa operação, com sua indústria de boatos e vazamentos seletivos. Fausto De Sanctis poderia ter posto um fim nessa folia. Mas preferiu manter a situação como está. E isso significa que criminosos continuarão no seu papel de pistoleiros da honra alheia.O juiz lê jornais e visita a Internet. Certamente não ignora as barbaridades que estão por aí.
Diga aí, senhor juiz: quem poderia sair perdendo com o fim do sigilo? Ora, quem está lucrando com ele, não é mesmo?
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