O presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) determinou ao primeiro secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI), que comunique a todos os diretores do Senado que eles devem deixar os cargos à disposição. Ao todo, são 131 diretores.
A informação foi divulgada pela assessoria da Presidência da Casa. A destituição faz parte de uma reforma geral dos quadros da instituição que deve ser divulgada amanhã.Desde que tomou posse no dia 1º de fevereiro, José Sarney não consegue colocar nenhuma matéria importante em votação. A pauta do Senado tem sido atropelada por frequentes denúncias de irregularidades praticadas pela administração da Casa.
Na sexta-feira (13/3), o diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, pediu demissão do cargo. Ele havia sido acusado de ter utilizado apartamento funcional da Casa para acomodar parte da sua família. Zoghbi era um dos "candidatos" a substituir Agaciel Maia, afastado da Diretoria-Geral do Senado após denúncia de não declarar à Receita Federal a posse de uma casa de R$ 5 milhões. Para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a decisão do presidente Sarney foi tomada devido à forte pressão sofrida pelos escândalos recentes na Casa. "O presidente está pressionado pela opinião pública, mas deve estar impressionado pela quantidade de denúncias", afirmou.Ele acredita que a medida é positiva, pois podem ser retirados diretores ligados a gestões antigas. Apesar da possibilidade de o novo diretor-geral poder manter todos os diretores nos cargos, ele acredita que isso não ocorrerá."Tenho certeza que uma grande parte dos diretores será trocada, senão a totalidade dele."Neste fim de semana, Sarney foi surpreendido com a denúncia de que diretores do Senado empregavam parentes em empresas prestadoras de serviço terceiros para burlar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe a prática de nepotismo da administração pública.Heráclito Fortes já pediu uma lista completa de todos os servidores terceirizados, que trabalham no Senado, para identificar os casos de parentesco com funcionários do quadro permanente de pessoal.Outra denúncia publicada ontem, pelo site Congresso em Foco, informou que a líder do governo no Congresso Nacional, Roseana Sarney (PMDB-MA), teria utilizado passagens aéreas de sua cota parlamentar para trazer amigos e parentes, no último fim de semana, de São Luiz para Brasília.A senadora divulgou uma nota da agência de viagens, que presta serviços ao Senado, que teria sido a fonte do Congresso em Foco, informando que a senadora não emitiu bilhetes de sua cota parlamentar para nenhum dos nomes apontados pela matéria.
* Com informações da Agência Brasil
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