A oposição teve na semana passada uma amostra do que vai ter de enfrentar na campanha eleitoral do ano que vem, na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo e o PT vão ressuscitar o discurso da “satanização” das privatizações e pespegar nos candidatos do PSDB e do DEM a pecha de “neoliberais”. A estratégia foi adotada abertamente pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento) e pelos sindicatos e movimentos sociais a pretexto de combater a CPI da Petrobrás e defender a estatal do petróleo.Diante desse discurso de apelo político forte, de programas sociais que se espalharam por todas as regiões e de uma popularidade inédita do presidente (acima de 70%), que será o cabo eleitoral número um da eleição, a oposição começa a estudar as brechas por onde vai fazer campanha. Uma das estratégias, diz o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), é “expor e denunciar o aparelhamento partidário das instituições, como nunca antes aconteceu neste País”. No caso específico da Petrobrás, ele diz que “o PSDB vai propor a estatização da empresa”.Virgílio refere-se ao fato de a estatal, uma das maiores empresas do mundo, ter tido a administração fatiada entre os partidos da base aliada de apoio ao Planalto. Das 80 diretorias, gerências e assessorias graduadas da Petrobrás e suas subsidiárias, 17 foram entregues ao PT e a sindicalistas ligados ao partido, DICK VIGARISTA
duas ao PMDB e duas ao PP.“O PSDB não vai privatizar a empresa, mas
vai livrá-la dos interesses privados do PT, aliados, sindicatos e ONGS e de-
volvê-la à administração pública”, afirmou o senador.
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