A denúncia de que empresas fantasmas ligadas à família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), teriam recebido ao menos R$ 500 mil desviados de recursos repassados pela Petrobras reforçou o impasse em torno da criação da CPI da Petrobras. A acusação pode fazer o PMDB recuar na pressão para que o PT liberasse o início dos trabalhos. Segundo reportagem publicada hoje no jornal "O Estado de S. Paulo" ao menos R$ 500 mil dos recursos repassados pela Petrobras para patrocinar um projeto cultural da Fundação Sarney teriam sido desviados para empresas fantasmas e e empresas da família do senador peemedebista José Sarney (AP). O dinheiro teria ido parar em contas de empresas com endereços fictícios e contas paralelas. O projeto nunca saiu do papel. A reportagem informa que a justificação de um saque de R$ 145 mil foi foi feita com recibos da própria fundação. Outros R$ 30 mil foram para emissoras de rádio e TV da família Sarney para veicular comerciais sobre o projeto fictício. Aliados de Sarney dispararam telefonemas na manhã desta quinta-feira e não chegaram a um consenso. Estão divididos entre a avaliação de que a instalação da CPI pode trazer um novo desgaste para o presidente do Senado e a de que é melhor começar a CPI para diminuir os ataques da oposição e depois trabalhar para esvaziar as reuniões da comissão e evitar constrangimentos ao peemedebista e ao governo. Os líderes dos governistas se reúnem nesta quinta-feira para fechar a estratégia. A oposição vai aguardar o fim deste encontro. Esperam que os governistas anunciem um acordo para a eleição do presidente e relator da CPI sem a necessidade de recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). Para o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), a nova denúncia aumenta a pressão para que Sarney se afaste do cargo e a necessidade para que a CPI funcione. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota nesta quinta-feira afirmando que não tem nenhuma responsabilidade administrativa pela Fundação José Sarney envolvida em denúncias de irregularidades com a Petrobras. No documento, Sarney afirma que é presidente de honra da fundação que leva seu nome e os esclarecimentos devem ser "prestados pelos administradores constituídos".
*As informações são da Folha Online
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