O PT, diante da crise que atravessa o senado, se viu diante de um dilema: Agir ou não contra Sarney e seus desmandos. Mercadante, como sempre, entre precipitado e arrogante, tentou dar o pontapé inicial no movimento petista anti-Sarney.
Esqueceu, no entanto, que o afastamento do presidente do senado acarretaria uma nova eleição da mesa, em 40 dias, período em que o senado estaria sendo presidido pelo tucano Marconi Perillo, vice-presidente do senado.
Para o PT, um tucano no poder é uma temeridade. O simples fato de instalar a CPI da Petrobrás acarretaria, no mínimo, o conhecimento público de um festival de sujeira, desmandos e desvios milhares de vezes maiores e mais graves que as denúncias do senado.
Isto seria como jogar lama no ventilador e espalhá-la por toda a estrutura petista, instalada na estatal do petróleo e no Ministério de Minas e Energia - cuja titularidade fora exercida por Dilma Roussef - o que, fatalmente, respingaria na responsabilidade do Presidente da República. Literalmente, o PT quase deu "um tiro no pé", como se diz no jargão popular, e entregaria, de bandeja, a oportunidade para os tucanos abrirem a caixa preta da petrobras.
Graças a alguém inteligente - que não acredito petista - Lula fora alertado, em tempo, sobre a bobeira em hastear a bandeira anti-Sarney. Alguns atribuem a Renan - aí sim, extremamente ardiloso - a iniciativa do alerta que resultou na bronca de Lula, transmitida ao PT por seu emissário da vez, o deputado Berzoini.
A puxada de orelha veio na hora certa e o PT, atordoado e amedrontado, voltou atrás em seu posicionamento contra Sarney.
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