Noticiário da TV, sites, blogs e, sobretudo, a rua petista — às vezes, tudo parece a mesma coisa — dão destaque obviamente simpático à entrevista coletiva de Lula em Londres, em que ele diz que o Brasil — quem diria!? — vai emprestar dinheiro ao FMI. A palavra “emprestar” é uma tolice, uma parvoíce, uma mentira. O FMI não é um ente tomador de recursos. Ele é quem empresta. Mais: o Brasil tem, vamos dizer, dinheiro no FMI desde que o Fundo foi criado, em 1944. Mas vamos a Lula:"Gostaria de entrar para a história como o presidente que emprestou alguns reais ao FMI". Bem, se depender da disposição de certos setores para a mistificação, há mesmo essa possibilidade. Mais adiante: “Em minha juventude, carreguei faixas em São Paulo que diziam 'fora FMI', (mas) o Brasil não quer se comportar como um país pequeno". Mais: “A contribuição do Brasil será na forma de empréstimos [ao FMI] que não diminuam nossas reservas e que serão concedidos a países pobres, sobretudo, da América Latina".Lula falava essas coisas todas em estado de graça. Dizia que o Brasil vai “emprestar” dinheiro pela primeira vez ao FMI, e isso era transmitido aos nativos como verdade.O Brasil sempre foi cotista do Fundo. Tinha dinheiro lá mesmo quando tomava empréstimo. O FMI é uma das instituições do chamado Acordo de Bretton Woods. E é o quê? Um fundo criado por sócios para socorrer aqueles que enfrentam dificuldades. A participação do Brasil nas cotas era de 1,4%. Em 2005, o governo começou a pressionar para ampliá-la — reivindicando também mais voz. No ano passado, foi elevada para 1,7%.Os países do G-20 farão, agora, um aporte de recursos. Como isso será feito? É o que se vai ver.
MAS É FALSA, RIGOROSA E ABSOLUTAMENTE FALSA, A INFORMAÇÃO DE QUE LULA SERÁ O PRIMEIRO PRESIDENTE A “EMPRESTAR” DINHEIRO AO FUNDO.
Quando à lembrança de que desfilava com cartazes contra o FMI, isso é coisa daquele tempo em que, segundo ele mesmo, culpava o governo por tudo, quando sindicalista ou quando líder da oposição. Depois ele começou a culpar os brancos de olhos azuis.
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