O Brasil perde um dos personagens mais marcantes do período da ditadura militar: O Jornalista Marcio Moreira Alves, autor do discurso que ensejou a edição do AI-5, que morreu morreu às 18h25 de ontem, aos 72 anos. O corpo do ex-deputado federal Márcio Moreira Alves está sendo velado desde às 9 horas deste sábado, 4, no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, no Centro da cidade. Ele estava internado havia cinco meses no Hospital Samaritano, no Rio, devido a um acidente vascular cerebral sofrido em outubro de 2008. Velhos amigos e poucas autoridades estavam presentes no velório. O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, anunciou, durante o velório, luto oficial de três dias no estado.
O ex-governador da Bahia e ex-ministro da Previdência, Waldir Pires, de 82 anos, se emocionou ao falar do velho amigo. "Nos encontrávamos em Paris durante o exílio e continuamos convivendo na volta ao Brasil. Márcio foi uma figura muito importante da segunda metade do século 20", disse. "Ele participou da batalha, que nós lutamos e perdemos, mas que continua hoje, de se construir um país decente." Waldir Pires lembrou do famoso discurso que Moreira Alves, então deputado federal, fez no Congresso em 1968 e que acabou sendo usado como pretexto pelo governo militar para decretar o AI-5 e cassar-lhe o mandato. "Márcio teve coragem. Ele não era um radical, tinha um pensamento moderado. Mas seu discurso foi decisivo para mostrar que a democracia não era democracia. O discurso fez cair a máscara da ditadura."
Os ex-deputados José Frejat, 85 anos, e David Lerer, 71 anos, que conviveram com Marcito, como era chamado, nos agitados anos 60 e 70, ressaltaram que o amigo era leal, corajoso e honesto. "Já não se fabricam homens como ele. Hoje se tapa o nariz para a política. Nós não tínhamos a mordomia que os políticos de hoje têm", ressaltou Frejat. Lerer também frisou a integridade de Moreira Alves. "Ele é o símbolo de uma época em que os políticos se moviam por ideias."
No discurso que levou à decretação do AI-5, Márcio pediu que, em protesto contra os espancamentos de manifestantes, os civis boicotassem os desfiles do Dia da Independência promovidos pelo governo. Foi no chamado pequeno expediente, o Pinga-Fogo, no qual os deputados faziam comunicações rápidas.
No pronunciamento - um dos muitos que parlamentares fizeram para se solidarizar às manifestações estudantis -, o deputado pediu que namoradas de oficiais e cadetes boicotassem os militares. "Seria preciso fazer hoje no Brasil com que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusassem a entrada, à porta de sua casa, àqueles que vilipendiam a nação", afirmou. O corpo do jornalista será cremado hoje (04) , ás 15:00 hs.
Os ex-deputados José Frejat, 85 anos, e David Lerer, 71 anos, que conviveram com Marcito, como era chamado, nos agitados anos 60 e 70, ressaltaram que o amigo era leal, corajoso e honesto. "Já não se fabricam homens como ele. Hoje se tapa o nariz para a política. Nós não tínhamos a mordomia que os políticos de hoje têm", ressaltou Frejat. Lerer também frisou a integridade de Moreira Alves. "Ele é o símbolo de uma época em que os políticos se moviam por ideias."
No discurso que levou à decretação do AI-5, Márcio pediu que, em protesto contra os espancamentos de manifestantes, os civis boicotassem os desfiles do Dia da Independência promovidos pelo governo. Foi no chamado pequeno expediente, o Pinga-Fogo, no qual os deputados faziam comunicações rápidas.
No pronunciamento - um dos muitos que parlamentares fizeram para se solidarizar às manifestações estudantis -, o deputado pediu que namoradas de oficiais e cadetes boicotassem os militares. "Seria preciso fazer hoje no Brasil com que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusassem a entrada, à porta de sua casa, àqueles que vilipendiam a nação", afirmou. O corpo do jornalista será cremado hoje (04) , ás 15:00 hs.
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