O ex-diretor de Recursos Humanos do Senado Federal João Carlos Zoghbi está envolvido na criação de empresas de fachada para ocultar o recebimento de quantias milionárias de empresas que faziam negócios com o Senado Federal, revela reportagem da Revista Época.Procurado pela reportagem do Jornal Nacional, ninguém sabia dizer, na casa do ex-diretor, onde Zoghbi está. Ele perdeu o cargo há pouco mais de um mês, mas não saiu do noticiário. Deixou de ser diretor porque foi revelado que, apesar de morar em uma mansão em Brasília, não abriu mão do apartamento funcional, onde deixou um filho morando de graça.Segundo a revista Época, Zoghbi usou o nome de uma ex-babá, Maria Izabel Gomes, uma senhora de 83 anos, que mora na casa dele, para abrir três empresas. Até três anos atrás, Dona Maria Izabel não tinha renda alguma. Segundo Época, em um ano e meio, as três empresas dela, e de outros dois sócios, faturaram R$ 3 milhões.Parte do dinheiro teria vindo do banco Cruzeiro do Sul, que tem um convênio com o Senado Federal para oferecer empréstimos, com desconto na folha de pagamentos, para os servidores da Casa.De acordo com a reportagem da revista, em 2007 o banco Cruzeiro do Sul enfrentava dificuldades para renovar o contrato com o Senado.Naquele ano, o banco pagou quase R$ 2 milhões (R$ 1,97 milhão) à empresa Contact Assessoria de Crédito, que está no nome da ex-babá de Zoghbi, Maria Izabel, e de mais dois sócios. Ainda segundo a reportagem de Época, só em 2007 a Contact intermediou contratos entre o banco e o Senado no valor de R$ 66 milhões.Em entrevista na casa de João Carlos Zoghbi, a revista diz que o ex-diretor admitiu que dois filhos seus seriam os "donos ocultos" das empresas. De acordo com Época, durante a conversa, a mulher de João Carlos, Denise Zoghbi, fez uma oferta à um dos repórteres da revista, preocupada com a repercussão da denúncia. "Essa reportagem vai acabar conosco, o João vai ser demitido. O que eu posso fazer? Dinheiro? Se eu te der meu carro você não publica?", teria dito Denise Zoghbi.O banco Cruzeiro do Sul divulgou nota negando que tenha enfrentado dificuldades para renovar o contrato com o Senado Federal em 2007. O banco também nega que tenha se envolvido em qualquer operação suspeita.O primeiro secretário do Senado, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que está fora do país, disse que as denúncias são graves e que vai pedir a abertura de uma investigação do caso na próxima segunda-feira (27).
Veja o site do Jornal Nacional
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