O ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que na noite de ontem protagonizou um duro bate-boca com o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, almoçou, hoje, no restaurante Universal, em Brasília com os colegas ministros Carlos Ayres Britto, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral, e Ricardo Lewandowski, que foi o primeiro a chegar. Em missão de paz, eles aparentemente articulam uma convivência civilizada dos dois beligerantes que em 2007 já discutiram fortemente durante uma sessão plenária. A coisa começa a azedar quando Mendes cita a doutrina — “Rui Medeiros e outros”. Nessas horas, e não só com o agora presidente do Supremo, Barbosa costuma se exaltar. Sempre acha que estão tentando lhe dar lições, ensinar o Pai Nosso ao vigário. Ele parece preferir outro tipo de embate, em que a doutrina seja deixada de lado.O ministro Joaquim Barbosa também bateu-boca com os ministros Eros Grau, em 2008, e Marco Aurélio Mello, em 2004, durante sessões plenárias. Nesta quarta-feira, Barbosa se irritou quando Gilmar Mendes observara que ele havia faltado a sessões de julgamento e acusou o presidente do STF de estar "destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro". Oito dos onze ministros do Supremo divulgaram nota em solidriedade a Gilmar Mendes.
É de bom alvitre lembrar que desentendimentos desta ordem, com claras demonstrações de irritabilidade, agressividade e falta de controle, tiveram seu auge desde a chegada do Ministro Barbosa ao STF. Barbosa precisa parar de estrilar quando supõe que lhe estão querendo dar lições e, se for o caso, começar também ele a dar lições de civilidade. E uma das formas que um ministro do Supremo tem de fazer isso não é ouvindo as ruas, não. Mas ouvindo a doutrina. Que não existe para humilhar ninguém. Desde que se a conheça.Parece-me que o Ministro Barbosa é dado a se exaltar quando na discursão de assuntos na corte suprema. Ah, ia esquecendo, os Ministros acima citados foram indicados por Luiz Inácio Lula da Silva.
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