Após ouvir novos discursos de senadores a respeito da crise no Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), reafirmou nesta segunda-feira (22) que tomou todas as providências para acabar com as irregularidades na Casa e punir os culpados. Respondendo a críticas do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que questionou a maneira como Sarney vem administrando a crise criada com denúncias de irregularidades, o presidente afirmou que não foi eleito para limpar a cozinha da Casa. “Eu julguei que tivesse sido eleito presidente para presidir, politicamente, essa Casa, e não para ficar submetido a procurar a despensa ou a limpar o lixo das cozinhas”, afirmou. Sarney diz que logo que surgiram as denúncias contra o então diretor-geral do senado, Agaciel Maia, o exonerou "imediatamente" do cargo e fez o mesmo em relação ao então diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi. O peemedebista ressaltou que desde que assumiu a Presidência do Senado mandou fazer uma auditoria geral nos contratos de compras e prestação de serviços. “Ninguém teve surpresa maior do que eu quando se disse que tínhamos atos que não eram publicados. Eu não sabia disso, nunca pensei que existisse isso aqui nesta Casa.” “Quero dizer à Casa que fique tranquila porque ninguém vai acobertar ninguém, nem evitar que qualquer pessoa seja punida como deve ser”, afirmou em plenário. Sarney também negou a acusação de que sua filha, Roseana Sarney, mantinha em sua residência em Brasília um mordomo pago pelo Senado. Segundo ele, o funcionário Amauri, que teria sido apontado como mordomo, é motorista do Senado há 25 anos, tendo servido aos senadores Alexandre Costa e Lourival Batista, e trabalhado na garagem da Casa. O senador concluiu admitindo que "a parte relativa à administração" do Senado "realmente tem defeitos, tem vulnerabilidades imensas", e afirmou que está "procurando corrigir e identificar, para que o Senado possa ter uma posição muito melhor." CríticasMais cedo, o senador do PSDB Arthur Virgílio criticou a forma como Sarney vem lidando com as denúncias de irregularidades na Casa. Ele pediu a demissão do ex-diretor-geral Agaciel Maia, a quem acusa de chantagear senadores para tentar abafar investigações.O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu o afastamento de Sarney da presidência da Casa por 60 dias, até que todas as denúncias contra o Senado sejam apuradas.Enfraquecido e objeto de pressão crescente dos seus pares, o também ex-presidente da República pode sucumbir à crise se não recuperar o controle do Senado. A avaliação é de aliados e adversários. Se não estancar a atual sangria, pode ser levado a se afastar do cargo. A saída para evitar esse desfecho é anunciar medidas administrativas que realmente moralizem e tirem a Casa do calvário. Esse seria o antídoto para preservar-se no comando, que assumiu em fevereiro.
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