Tomada pelas previsões oficiais, a realidade brasileira está cada dia mais inacreditável. Mas chega uma hora em que não dá mais para fugir da verdade. Não tendo realizado os sonhos que antevira, o governo vê-se compelido a realizar os seus pesadelos. Nesta terça (9), o IBGE vai divulgar o resultado do PIB no primeiro trimestre de 2009. Os caldeirões em que o instituto cozinha as estatísticas oficiais exalam o cheiro de queimado. Com as labaredas a consumir-lhe a reputação de quiromante, Mantega apressa-se em avisar: O PIB de janeiro a março "certamente será negativo”. Qual será o tamanho do vermelho? O ministro decerto já sabe. Mas prefere não comentar. O mercado fareja algo entre -1,5% e -2,5%. Recorde-se que o PIB já fora negativo (-3,6%) no último trimestre de 2008. Significa dizer que o país vive uma recessão. Recessão técnica, no jargão dos economistas. Mantega, porém, já providenciou uma bola de cristal novinha em folha –ano de fabricação 2009, modelo 2010. Afirma agora que a recessão é coisa do passado. Os dados do IBGE mostrarão o “retrovisor”. E o governo prefere olhar na direção do pára-brisa.
"Neste ano, trabalhamos com 1% [de crescimento do PIB]”. Outra previsão? Não, não. Absolutamente. “É mais uma meta que uma projeção”, diz Mantega. “É um desafio". Não seria mais um sonho? No Ministério da Fazenda, Mantega assegura, "não dá tempo para sonhar". E tome previsão para 2010: 4% de crescimento. Ouvidos pelo BC, os operadores do mercado prevêem coisa diferente. Retração de até 0,73% em 2009 e crescimento de no máximo 3,5% em 2010. Nesta segunda (8), o IBGE levou ao notiticiário dados do mês de abril. Indicam que, no alvorecer do segundo trimestre do ano, a indústria traz os joelhos dobrados. O nível de emprego nas fábricas caiu 0,7% na comparação com março. É o sétimo recuo consecutivo. Comparando-se com abril de 2008, a queda foi ainda maior: 5,6%. Foi o maior tombo desde que a estatística começou a ser produzida, em 2001. Submetido ao calor das chamas, o Copom reúne-se nesta terça (9). Na quarta (10), divulga a nova taxa de juros. Estima-se que deve cair pelo menos 0,75 ponto percentual. A Selic, hoje fixada em 10,5% ao ano, desceria ao patamar de um dígito. É coisa jamais vista na história desse país.
Texto:http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/
-PS.: Ilustração via blog do Baptistão.
"Neste ano, trabalhamos com 1% [de crescimento do PIB]”. Outra previsão? Não, não. Absolutamente. “É mais uma meta que uma projeção”, diz Mantega. “É um desafio". Não seria mais um sonho? No Ministério da Fazenda, Mantega assegura, "não dá tempo para sonhar". E tome previsão para 2010: 4% de crescimento. Ouvidos pelo BC, os operadores do mercado prevêem coisa diferente. Retração de até 0,73% em 2009 e crescimento de no máximo 3,5% em 2010. Nesta segunda (8), o IBGE levou ao notiticiário dados do mês de abril. Indicam que, no alvorecer do segundo trimestre do ano, a indústria traz os joelhos dobrados. O nível de emprego nas fábricas caiu 0,7% na comparação com março. É o sétimo recuo consecutivo. Comparando-se com abril de 2008, a queda foi ainda maior: 5,6%. Foi o maior tombo desde que a estatística começou a ser produzida, em 2001. Submetido ao calor das chamas, o Copom reúne-se nesta terça (9). Na quarta (10), divulga a nova taxa de juros. Estima-se que deve cair pelo menos 0,75 ponto percentual. A Selic, hoje fixada em 10,5% ao ano, desceria ao patamar de um dígito. É coisa jamais vista na história desse país.
Texto:http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/
-PS.: Ilustração via blog do Baptistão.
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