Uma vitória ampla do "sim" no referendo sobre o fim do limite à reeleição para cargos públicos, a ser realizado neste domingo na Venezuela, vai dar ao presidente Hugo Chávez um aval para radicalizar sua gestão, segundo analistas entrevistados pela BBC Brasil.
"Nessas condições, o governo pode afirmar que recebeu um mandato para aprofundar o processo de mudanças no país", afirmou o historiador venezuelano Miguel Tinker Salas, do Pomona College, na Califórnia.
Mas, segundo ele, se a vitória for estreita, o resultado deve levar o governo a apenas administrar o resultado, de olho nas eleições legislativas de 2010 e nas presidenciais em 2012.
Para o sociólogo Javier Biardeau, da Universidade Central da Venezuela, o voto nas urnas será um termômetro de avaliação da década do governo Chávez. "Se ganhar é porque a população aprova os resultados das mudanças promovidas nesses dez anos", afirmou.
Desafios
Tinker Salas lembra que Chávez terá pela frente o desafio de melhorar a gestão pública com o orçamento reduzido, em consequência da queda do preço do petróleo, motor da economia venezuelana.
"O que veremos é se o governo tem capacidade de se manter vivo durante a crise, sob a liderança de Chávez", complementou Javier Biardeau.
Para a oposição, uma derrota no referendo dificultará ainda mais suas possibilidades de retomar a Presidência, mas não representará seu fim, na opinião de Vicente León, diretor do instituto de pesquisa venezuelano Datanálisis.
"Uma derrota para a oposição não significa que ela estará destruída. Ao contrário, o sentimento de emergência frente a Chávez poderá aglutinar ainda mais este grupo", afirmou.
‘Não'
Já uma vitória do ‘não' no referendo converteria Chávez em "um presidente sem poder político", na opinião do cientista político Daniel Hellinger, da Universidade de Webster, no Estado americano do Missouri.
Segundo ele, esse resultado também mergulharia o partido oficialista PSUV em uma disputa interna na busca por um novo candidato para eventualmente substituir o presidente.
Para o historiador Tinker Salas, com uma derrota de Chávez e um grau significativo de rejeição à emenda, a oposição poderia recuperar espaços importantes no Parlamento, nas eleições marcadas para 2010.
Se o governo, no entanto, perder por uma diferença estreita, em consequência da abstenção do voto dos chavistas, Salas interpretaria o resultado como um voto de castigo ao governo e não necessariamente como uma aprovação da oposição.
Este último cenário poderia permitir ao mandatário venezuelano insistir na modificação da Constituição.
Abstenção
A abstenção, no entanto, é um dos desafios para o referendo, em especial para o governo. Chávez busca recuperar cerca de 3 milhões de votos de eleitores que o reelegeram em 2006, mas que se abstiveram de votar em 2007.
Nas eleições regionais do ano passado, o governo recuperou 1 milhão desses votos, cálculo que levou ao mandatário venezuelano a apostar que poderia vencer o referendo deste domingo.
Para tentar recuperar o eleitorado no referendo, Chávez encabeçou dois meses de uma intensa campanha por todo o país, na qual a mensagem transmitida à população é de que ele é "indispensável" para dar continuidade à revolução bolivariana e aos avanços sociais obtidos nos últimos dez anos.Para a oposição, que criticou o uso abusivo da máquina do Estado durante a campanha, a alternativa para derrotar o governo seria a conquista do voto dos chamados "ni-nis" (que não estão nem com um grupo, nem com outro), que, de acordo com o instituto Danatálisis, correspondem a 26% do eleitorado.
Mas, segundo ele, se a vitória for estreita, o resultado deve levar o governo a apenas administrar o resultado, de olho nas eleições legislativas de 2010 e nas presidenciais em 2012.
Para o sociólogo Javier Biardeau, da Universidade Central da Venezuela, o voto nas urnas será um termômetro de avaliação da década do governo Chávez. "Se ganhar é porque a população aprova os resultados das mudanças promovidas nesses dez anos", afirmou.
Desafios
Tinker Salas lembra que Chávez terá pela frente o desafio de melhorar a gestão pública com o orçamento reduzido, em consequência da queda do preço do petróleo, motor da economia venezuelana.
"O que veremos é se o governo tem capacidade de se manter vivo durante a crise, sob a liderança de Chávez", complementou Javier Biardeau.
Para a oposição, uma derrota no referendo dificultará ainda mais suas possibilidades de retomar a Presidência, mas não representará seu fim, na opinião de Vicente León, diretor do instituto de pesquisa venezuelano Datanálisis.
"Uma derrota para a oposição não significa que ela estará destruída. Ao contrário, o sentimento de emergência frente a Chávez poderá aglutinar ainda mais este grupo", afirmou.
‘Não'
Já uma vitória do ‘não' no referendo converteria Chávez em "um presidente sem poder político", na opinião do cientista político Daniel Hellinger, da Universidade de Webster, no Estado americano do Missouri.
Segundo ele, esse resultado também mergulharia o partido oficialista PSUV em uma disputa interna na busca por um novo candidato para eventualmente substituir o presidente.
Para o historiador Tinker Salas, com uma derrota de Chávez e um grau significativo de rejeição à emenda, a oposição poderia recuperar espaços importantes no Parlamento, nas eleições marcadas para 2010.
Se o governo, no entanto, perder por uma diferença estreita, em consequência da abstenção do voto dos chavistas, Salas interpretaria o resultado como um voto de castigo ao governo e não necessariamente como uma aprovação da oposição.
Este último cenário poderia permitir ao mandatário venezuelano insistir na modificação da Constituição.
Abstenção
A abstenção, no entanto, é um dos desafios para o referendo, em especial para o governo. Chávez busca recuperar cerca de 3 milhões de votos de eleitores que o reelegeram em 2006, mas que se abstiveram de votar em 2007.
Nas eleições regionais do ano passado, o governo recuperou 1 milhão desses votos, cálculo que levou ao mandatário venezuelano a apostar que poderia vencer o referendo deste domingo.
Para tentar recuperar o eleitorado no referendo, Chávez encabeçou dois meses de uma intensa campanha por todo o país, na qual a mensagem transmitida à população é de que ele é "indispensável" para dar continuidade à revolução bolivariana e aos avanços sociais obtidos nos últimos dez anos.Para a oposição, que criticou o uso abusivo da máquina do Estado durante a campanha, a alternativa para derrotar o governo seria a conquista do voto dos chamados "ni-nis" (que não estão nem com um grupo, nem com outro), que, de acordo com o instituto Danatálisis, correspondem a 26% do eleitorado.
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