A oposição decidiu entrar com uma ação no TSE para coibir o uso da máquina em favor da pré-candidata do PT em Recife.
O presidente Luiz Inácio da Silva esteve, ontem pela manhã, no município sertanejo de Salgueiro, a 518 quilômetros de Recife, para assinar ordem de serviço para a construção de um trecho da ferrovia Transnordestina - a mesma ferrovia que Lula criticava e lutava contra quando estava na oposição, batendo forte em Sarney.
A solenidade serviu, verdadeiramente, de palanque para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata petista à sucessão presidencial, em 2010.Durante a solenidade, os dois ministros que fizeram discurso, Geddel Vieira, e dos Transportes, Alfredo Nascimento, usaram a oportunidade para fazer elogios rasgados à ministra “pela dureza, sutileza e ternura”.
Disseram ainda que Lula tem sorte por colocá-la na coordenação do PAC, que proporcionou acontecimentos como o de ontem, em que se dá continuidade a uma das mais antigas obras inacabadas do Nordeste.
Lula, em seu discurso, disse que o Brasil vai ensinar os países ricos a lutar contra a crise e dirigiu-se à ministra apenas uma vez. Mas Dilma não foi recebida com muito calor pelos sertanejos, para os quais ela ainda é quase uma desconhecida. Em um período de menos de 24 horas, entre a noite de terça-feira e a tarde de quarta-feira, a ministra se apresentou e discursou em dois palanques, divulgando as ações do governo e tratando de projetos políticos junto com companheiros de partido.Na quarta, foi o principal nome do governo no segundo e último dia do Encontro Nacional de Prefeitos, organizado e patrocinado pelo Palácio do Planalto. Na noite da véspera, ela foi a estrela da festa de comemoração dos 29 anos do PT. Cerca de 150 prefeitos petistas, de um total de 558, aproveitaram a viagem oficial à Brasília, paga pelas prefeituras para o encontro organizado do Planalto, para ir também à festa realizada pelo partido.Reação imediataA oposição decidiu ontem que entrará com uma ação conjunta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar coibir o que chama de uso da máquina federal em favor da campanha da pré-candidata do PT à Presidência da República, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Para os presidentes do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), e do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), o aparato de segurança e o tratamento diferenciado garantido à ministra durante o Encontro Nacional de Prefeitos não deixam dúvida sobre a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de aproveitar eventos administrativos do governo para turbinar a candidatura da ministra. O governo passou totalmente dos limites. Montagem de fotos a R$ 30 e dúvidas se a ministra poderia ou não falar no evento deixam claro que o presidente está usando a máquina na pré-campanha, em vez de se concentrar em reduzir os efeitos da crise econômica que atinge o país,´ afirmou.´É impossível imaginar como será essa campanha do PT se, já em janeiro de 2009, todos nós assistimos perplexos à campanha de uma candidata que nem sequer foi lançada. Só um cego não vê que tudo isso que aí é campanha pura e simples,´ completou o tucano Sérgio Guerra. A expectativa da oposição é de que o TSE deixe claro quais os limites do governo e do presidente no período pré campanha eleitoral.
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