Elisabeth Cavalho, presidente do TJ Alagoas
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O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) decidiu na noite desta terça-feira (15) solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma intervenção na Assembleia Legislativa, devido ao descumprimento de mandados judiciais contra parlamentares afastados de seus cargos pelo Poder Judiciário. O pedido foi aprovado por unanimidade pelos desembargadores.O despacho deve ser enviado ao STF apenas na quinta-feira, já que hoje é feriado em Alagoas, devido ao aniversário da emancipação política do Estado. De acordo com a presidente do TJ-AL e relatora do caso, Elisabeth Carvalho, a decisão tem como base dois artigos da Constituição Federal: o 34º, que diz que a União poderá intervir em um Estado para "prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial"; e o 36º, que estabelece como um dos critérios para intervenção a "desobediência à decisão judiciária". O pedido de intervenção acontece três semanas após o desembargador Orlando Manso decidir - pela segunda vez naquele mês - pelo afastamento do deputado Cícero Ferro (PMN). O parlamentar é acusado de ser o mandante do assassinato do vereador de Delmiro Gouveia, Fernando Aldo, em 2007. Além desse crime, Ferro ainda responde por outros dois processos: o assassinato do seu primo, Jacó Ferro, em 2005, e por porte ilegal de arma. Para burlar o cumprimento da decisão, a Assembleia aprovou, há duas semanas, um decreto que "autoriza" o descumprimento de decisões judiciais sobre afastamentos de parlamentares. O decreto alega que somente os próprios deputados podem afastar um parlamentar do cargo. Por conta de agressões ao judiciário feitas à imprensa, Ferro - que continua trabalhando normalmente na Assembleia - responde a um processo no recém-criado Conselho de Ética da Assembleia.Sobre o afastamento, Orlando Manso afirmou que a situação de Ferro é "excepcionalíssima" e por isso não cabe a aplicação da imunidade parlamentar, já que o deputado estaria ferindo a ordem pública. "Ele vem constantemente agredindo a ordem pública com atitudes truculentas e violentas sob uma apatia completa da Assembleia, que não toma nenhuma decisão", analisou.No voto desta terça-feira, a presidente do TJ-AL alegou que o decreto legislativo não possui "existência no mundo jurídico". "A intervenção é uma medida indispensável para garantia do livre exercício do poder judiciário e para que se dê provimento às decisões que dele emanam. Ao se negar agressivamente o cumprimento de uma decisão judicial investe-se contra a dignidade do judiciário", afirmou Elisabeth Carvalho. Após ser comunicado da decisão do TJ, o presidente da Assembleia, Fernando Toledo (PSDB), disse que vai aguardar a decisão do STF. "Estou tranqüilo que tudo o que foi feito na Assembleia está dentro da legalidade", explicou.
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