É difícil passar mais de cinco minutos andando por qualquer lugar do Jordânia sem dar de cara com uma imagem do Rei Adbullah II. Quase como um “grande irmão”, personagem que governava a distopia escrita por George Orwell no livro “1984”, ele parece observar a população do país por todos os lados, mas com uma cara simpática e em fotografias tiradas em diferentes ocasiões, com roupas religiosas, militares, formais, quase sempre com barba mal feita e bigode. Apesar da comparação com o líder opressor da ficção, a sensação que o governo consegue passar com isso é de proximidade entre o povo e a família real. É como se todos os jordanianos pudessem se considerar hashemitas, descendentes desta tribo local ligada diretamente à família do profeta Maomé, como os reis do país que leva o nome.Após uma semana no Reino Hashemita da Jordânia, nenhuma vez o G1 ouviu qualquer comentário negativo sobre o rei, que sempre é descrito como um bom homem, inteligente e justo. Se é verdade que ele é amado, não se pode negar que é também temido, e que tem forte controle sobre a imprensa do país. Jornalistas com quem a reportagem conversou confirmaram que sofrem censura do governo, e pediram para não ser identificados justamente por conta dessa censura. “Você pode ficar um ano aqui e não vai ouvir ninguém falar mal do rei. A vida na Jordânia funciona bem, há paz, há segurança, a economia está crescendo, então eles preferem não fazer oposição”, disse um desses jornalistas. Segundo ele, as pessoas não falam abertamente, por mais que tenha ficado um sentimento negativo, especialmente pelos refugiados palestinos e iraquianos, que formam boa parte da sociedade.“Quem vem a público criticar o governo sofre as consequências”, disse outro jornalista jordaniano, com quem o G1 conversou na sala de imprensa montada para a cobertura da visita do Papa, ela própria coberta de imagens do rei.
Veja fotos das ruas da Jordânia com imagens de Abdullah II
Veja fotos das ruas da Jordânia com imagens de Abdullah II
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