Quase um milhão de pessoas em extrema indigência. Não, não se trata da condição da população de algum país africano, e sim de 11,86% dos habitantes do Ceará. Ou seja, no Estado, precisamente 991.120 pessoas sobrevivem com 1/8 do salário mínimo por mês. Ainda são alarmantes, também, o total de indivíduos na indigência (renda per capita de 1/4 do salário mínimo) e na pobreza (1/2 piso salarial), em todo o território cearense, de 2,2 milhões (26,37% da população) e 4,3 milhões (52% do total), respectivamente. Os dados fazem parte do estudo “Mapa da Extrema Indigência no Ceará e o Custo Financeiro de sua Extinção”, elaborado pelos pesquisadores Carlos Alberto Manso e José Arnaldo Silva dos Santos, sob a coordenação do economista e professor Flávio Ataliba Barreto, do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), ligado ao Centro de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (Caen/UFC). “Essa situação de extrema indigência nos avilta, nos humilha, enquanto sociedade. Imaginávamos que os números eram alarmantes, mas não tão monumentais”, resume Flávio Ataliba. O levantamento será apresentado hoje, em audiência pública na Assembléia Legislativa, a partir das 14 horas, numa proposição das comissões de Educação e Desenvolvimento Social. O objetivo é debater a criação de políticas públicas para a superação do que os pesquisadores chamam de “quadro complexo e perverso”.
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