quinta-feira, 7 de julho de 2011

Brasil, paraíso do superfaturamento.

Há uma semana, o   governo da China  inaugurou a ponte da baía de Jiaodhou, que  liga o   porto de Qingdao à ilha de Huangdao. Construído em quatro anos, o colosso   sobre o mar tem 42 quilômetros de extensão e custou o equivalente a R$2,4   bilhões.
Há uma semana, o DNIT   escolheu o projeto da nova ponte do Guaíba, em Ponte Alegre, uma das mais   vistosas promessas da candidata Dilma Rousseff. Confiado ao Ministério dos   Transportes, o colosso sobre o rio deverá ficar pronto em quatro anos. Com 2,9   quilômetros de extensão, vai engolir R$ 1,16   bilhão.
Intrigado, o   matemático gaúcho Gilberto Flach resolveu estabelecer algumas comparações   entre a ponte do Guaíba e a chinesa. Na edição desta segunda-feira, o   jornal Zero   Hora publicou o espantoso confronto númerico resumido no   quadro abaixo:
Os números informam   que, se o Guaíba ficasse na China, a obra seria concluída em 102 dias, ao   preço de R$ 170 milhões. Se a baía de Jiadhou ficasse no Brasil, a ponte não   teria prazo para terminar e seria calculada em trilhões. Como o Ministério dos   Transportes está arrendado ao PR, financiado por propinas, barganhas e   permutas ilegais, o País do Carnaval abrigaria o partido mais rico do   mundo.
Corruptos existem em   qualquer lugar. A diferença é que o Brasil institucionalizou a impunidade. Se   tentasse fazer em outros países uma ponte como a do Guaíba, Alfredo Nascimento   e seus parceiros saberiam que o castigo começa com a demissão e termina na cadeia.
* Augusto   Nunes

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