quinta-feira, 23 de julho de 2009

Quem tem padrinho não morre pagão: Investigada no processo do mensalão, agência de Duda recebeu R$ 16 milhões da Saúde


No Globo:
O Ministério da Saúde pagou, só este ano, R$ 16,1 milhões à agência de publicidade Duda Mendonça, segundo levantamento feito pelo site Contas Abertas. Envolvida no escândalo do mensalão, a agência é acusada pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal de ter recebido indevidamente R$ 757,8 mil do governo federal a título de honorários pela contratação de serviços de outras empresas que não estavam previstos no contrato inicial. Duda foi o responsável pela campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto em 2002. Sua agência serve ao governo desde 2003.
A agência foi contratada pelo Ministério da Saúde em abril de 2005, por licitação, mas o contrato foi prorrogado até abril de 2009. Segundo o Contas Abertas, do total pago este ano, R$ 12 milhões se referem a dívidas de anos anteriores e R$ 4 milhões a campanhas deste ano. A agência deve receber mais R$ 1,3 milhão referente a campanhas de 2008. Neste ano, a agência fez campanhas da Saúde sobre hepatite, hanseníase e tuberculose.
Nos últimos seis anos, a agência recebeu R$ 151,4 milhões, segundo o Contas Abertas. O valor se refere a campanhas publicitárias, de utilidade pública e pagamento de serviços prestados pela agência ao governo. Os valores pagos à agência foram caindo de 2004 para cá, quando era responsável por 52% das campanhas federais de utilidade pública. Em 2008, essa proporção caíra para 5%. Neste ano, os pagamentos cresceram e chegam a 29% dos gastos com utilidade pública.
Apesar de ações na Justiça contra a agência e seus sócios(Duda Mendonça e Zilmar Fernandes da Silveira), a empresa pode participar de licitações, desde que comprove estar regularmente constituída, ter capacidade técnica e financeira para assumir o serviço e estar em dia com suas obrigações ficais. Para garantir o ressarcimento em caso de condenação, o MP pediu a indisponibilidade dos bens da agência e de seus sócios. A empresa alega que a ação se baseia em decisão do Tribunal de Contas da União, que poderá ser modificada.

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