sábado, 1 de dezembro de 2012

Operação Porto Seguro.

“O governo está em pânico com o que essa mulher possa falar. É preciso ouvi-la", defendeu o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: padrinho de Rosemary
(Leandro Martins/Futura Pres)

Os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) protocolaram, nesta segunda-feira, um requerimento na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) que convida o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo a depor sobre a Operação Porto Seguro, deflagrada na última sexta-feira pela Polícia Federal.

Como o requerimento é de convite, Cardozo não é obrigado a comparecer para prestar os esclarecimentos.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) defende que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também seja ouvido.

Para Taques, a presença de Cardozo na CCJ é essencial para as investigações. “O Senado não pode ficar em berço esplêndido e não ouvir o ministro. Nós queremos saber o que realmente ocorreu”, argumentou o senador.

Após o possível comparecimento do ministro da Justiça, o próximo passo será ouvir outras autoridades, entre elas o número dois da Advocacia-Geral da União, José Weber Holanda.

Também nesta segunda-feira, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, protocolou requerimentos de convite a envolvidos no esquema de fraudes de pareces técnicos.

Na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, foi chamada.

Para o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), o ex-presidente Lula deve ser convidado para explicar as 122 ligações que fez para Rosemary Noronha nos últimos dezenove meses.

"Ele se diz apunhalado pelas costas. Ele precisa dizer o por quê", argumentou.

Para Sampaio, Lula tem de explicar, ainda, o motivo do contato com a ex-chefe de gabinete, tendo em vista que ele já não era presidente quando a fez as ligações.
 
Foto:Denise Andrade/AE 
Rosemary Nóvoa de Noronha

"A Câmara tem o direito de saber disso tudo. Nossa função é legislar e fiscalizar os atos do Executivo. Eles precisam vir explicar", disse, ao reforçar que pretende convidar para depor na Comissão de Fiscalização e Controle, além de Lula, o chefe da quadrilha Paulo Vieira, o advogado-geral da União Luís Inácio Adams e também Rosemary.

Já na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle os requerimentos convidaram o ex-diretor da Agência Nacional de Avião Civil (Anac), Rubens Carlos Vieira, o ex-diretor Paulo Rodrigues Vieira, da Agência Nacional das Águas (ANA), o advogado-geral da União adjunto, José Weber Holanda, também afastado, e o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams.

Por fim, na Comissão de Defesa do Consumidor serão convidados, além dos diretores afastados, o diretor-presidente da Anac, Marcelo Pacheco dos Guaranys e da ANA, Vicente Andreu Guillo.

Durante discurso no plenário, Alvaro Dias (PSDB-PR) disse estar assombrado de “como as falcatruas acontecem perto, muito perto mesmo, dos mais estrelados gabinetes, inclusive o da Presidência da República”.

Para o senador, o governo tem medo do que a ex-chefe de gabinete pode revelar. “O governo está em pânico com o que essa mulher possa falar, já que mantém estreitas relações com a alta cúpula do Partido e do poder no país. É preciso ouvi-la. Por isso a estamos convocando”, disse.

Na defesa - O líder do governo no Senado, Eduardo Braga, tentou blindar Rosemary. Para ele, a presença dela no Congresso é desnecessária. Rosemary indicou o chefe da quadrilha de fraude de pareceres técnicos, Paulo Rodrigues Vieira, para o cargo de diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e seu irmão, Rubens Carlos Vieira, para a função de diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Mesmo assim, Braga argumenta que não vê como a ex-chefe de gabinete poderia ser incluída nas investigações.

“Ela é uma secretária, chefe de um gabinete que mal é usado”, tentou contemporizar o líder do governo. Braga acredita que apenas os irmãos Vieira devem ser ouvidos. “Às vezes você indica uma pessoa, mas não pode ser responsabilizado por alguém que, por ventura, tenha indicado”, disse. Rosemary, que foi exonerada pela presidente Dilma Rousseff,
usava sua influência para indicar aliados a cargos no governo. Nesta segunda-feira, sua filha, Mirelle Nóvoa de Noronha Oshiro, foi exonerada do posto de assessora técnica do setor de Infraestrutura Portuária da Anac.
        **Marcela Mattos, de Brasília - Veja.com

Um comentário:

Anônimo disse...

O nome dele deveria ser:

Rose machado ou Rose Motoserra.