Os 27 deputados estaduais de Alagoas tiveram aumento nos próprios salários vetado pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). O veto foi publicado no Diário Oficial do estado.
Eles queriam reajuste de 109% nos vencimentos, que passariam de R$9,6 mil para R$20 mil. A Assembleia Legislativa custa, por ano, aos cofres públicos, R$119 milhões. Os parlamentares reclamam que este repasse está congelado há três anos, e por isso atrasam a votação do Orçamento para 2011.
De acordo com o governador, o aumento dos deputados "é inconstitucional porque fere a Lei de Responsabilidade Fiscal", diz a mensagem, publicada no Diário.
- Esta matéria tem que ser votada pelos deputados, que decidem se mantêm ou derrubam o veto do governador - reagiu o procurador da Assembleia, Marcos Guerra.
Os parlamentares aumentaram os salários seguindo o efeito cascata - reajuste de 61,8% - aprovado pelo Congresso para parlamentares, ministros e presidente.
O veto não atinge o aumento de 135% dado aos secretários de Estado, cujos salários de R$6,5 mil passam para R$15,3 mil.
Estado mais pobre do Brasil, segundo o IBGE, Alagoas tem 47% das famílias abaixo da linha de pobreza, atendidas pelo Bolsa Família.
Na Assembleia, há deputados com histórico de prisão por desvio de R$300 milhões da folha de pagamento do Legislativo. Há acusados de furto de energia, pistolagem e improbidade administrativa.
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