O ‘circo’ que o advogado Ércio Quaresma armou para defender o goleiro Bruno das acusações de ter seqüestrado e assassinado a jovem Eliza Samudio começa a desabar. Quaresma, que assumiu publicamente ser dependente químico e lutar contra o vício do crack, enfrenta, desde a tarde desta quarta-feira, um processo disciplinar da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Minas Gerais, para investigar se a droga interferiu em seus procedimentos na defesa do cliente. Paralelamente ao escândalo deflagrado pela exibição de um vídeo em que consome crack em um bar de Belo Horizonte, Quaresma é alvo também de acusações da noiva do goleiro, Ingrid Oliveira, que disse, em depoimento à Justiça do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira, que foi ameaçada pelo advogado.
Quaresma admitiu, em entrevista ao jornal carioca O Dia, ser usuário de crack e disse estar em tratamento para recuperação – além de preparar um livro sobre o assunto. Segundo ele, os clientes têm conhecimento do problema com drogas, mas “ninguém tem nada a ver” com o que ele faz na vida privada.
O polêmico defensor acabou atropelado pela repercussão do caso – esta, sim, considerada um motivo forte o bastante para afastá-lo da defesa de Bruno. O artigo 70, parágrafo 3º, do Estatuto da Advocacia da OAB (Lei 8.906/94), que prevê a possibilidade de “suspensão preventiva (do advogado) em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia”.
Quando assumiu o caso, Quaresma, especialista em criar polêmicas, anunciou, a seu modo, que seus clientes não dariam declarações públicas. "Meu circo só tem um palhaço, e esse palhaço sou eu", avisou.
Parece que desta vez circo e o palhaço estão desmoronando.
*Com Veja.com
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